quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Jambo, morena e alegria da campanha!


Queria ter o dom da escrita fácil e ligeira, mas confesso que toda vez chego para escrever me sinto em uma sala de parto, e o pior eu sou a mãe!

Calma, não vou sair correndo, mas confesso que já fiz isso algumas vezes, mas hoje não!

Hoje quero falar de alegria e beleza.

De alegria, hoje percebi que a campanha do Alfredo 13 está na rua, talvez não da maneira que gostaríamos, mas estamos ai, segundo, é que estamos aqui!

O resto é cantar nossas músicas, levantar nossas bandeiras, pintar nossas caras e com o coração batendo de esperança, seguir nossa jornada, a eleição é um momento importante, sim, mas não é o único, temos ainda muitas lutas pela frente, sempre dando um passo de cada vez, nosso passo agora é ser feliz, alegres e perseverantes.

Somente assim iremos para o segundo turno, pode deixar eles falarem o que quiserem, não devemos ligar, sabemos da força do PT, pois é a nossa força, sabemos onde nos encontrar, temos ainda na nossa frente apenas obstáculos que podemos superar com nossa militância, e vamos! Tenha fé e certeza disso!

Com relação a beleza, hoje pela manhã, me lembrei dos tempos de moleque, quando o jambeiro estava repleto de frutos, logo pela manhã corria em direção ao quintal, para colher antes que o sol batesse neles, assim o açúcar da fruta ficava mais doce, pelo menos eu imaginava isso.

Hoje fiz a mesma coisa, sabe um daqueles raros momentos eu me vi ali pegando jambo, mastigava um, dois e três, de repente pegava outro sem me preocupar em terminar o primeiro, pois assim me encontrava em êxtase, foi nesse momento que a luz me cegou, e quando pude olhar fixamente vi um vulto, uma sombra passando ao meu lado.

A medida que a luz diminui pude perceber os contornos daquele corpo, uma bela morena, uma legitima morena do Marajó, seu sorriso encantava os mais duros corações, inclusive o meu, de sua boca cor de café saiu um sorriso alvo que contrastava com sua pele e seus olhos cor de mel, ela ficou rindo de mim por alguns segundos que para mim foram horas de puro deleite.

Passado esses breves segundo pude perceber que já era uma mulher, que não conteve seu ímpeto ao ver-me ali comendo jambos e foi se deliciar da fruta, irresistível, suculenta e doce.

Refeito da catarse, me recompus e segui meu caminho para o café da manhã, alegre com nossos sonhos de ver o modo petista ser discutido em Belém e pela anhá gostosa com jambo e com morena de cor de jambo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Acordei no futuro! Penso que é hora de mudar nosso presente!



Acabei de acordar, nessa manhã quente e úmida de Belém, o caos continua no trânsito, não consigo entender como uma obra consegue se arrastar por tanto tempo. Lembro como se fosse hoje o debate sobre o "BRT" do governo Duciomar Costa, mas já retornamos a ele, vamos descrever com mais detalhes a Belém de hoje, dia 21 de junho de 2020, nossa como tempo passou rápido. Escrevo essas linhas para registrar o fim de um período, mesmo de uma época, desde 2002 o PT governa o país, já estamos na metade do segundo ano do Presidente José Dirceu, que livre das acusações de "mensaleiro" dirige o Brasil para se tornar a maior potência do mundo, com pleno emprego, a melhor educação pública do mundo, mas ainda temos problemas com o sistema previdenciário, com a saúde e com a guerra no campo.

Desde 2017 com a aprovação da lei do pleno emprego, que consiste basicamente no pagamento de um salário mínimo para os desempregados registrados no Sistema Nacional de Emprego, do Ministério do Trabalho, financiado com a taxação das grandes fortunas e das remessas de lucros das empresas estrangeiras, que por si gerou um fundo que permite pagar esse salário mínimo que fica hoje em torno de 1.000 dólares/mês.
A guerra no campo é um dos resultados da política de avanço da reforma agrária e da revolução que a agricultura familiar fez, transformando o Brasil no maior produtor de grãos do mundo, reduzindo as áreas agricultáveis e aumentando a produtividade, sem a especulação das grandes companhias e dos latifúndios. A agricultura brasileira é responsável direta por diminuir os índices de fome em todo continente africano, que vem copiando a fórmula brasileira de investir no trabalhador e em suas necessidades.
Mas como disse antes nem tudo são flores. Esse processo mexeu com interesses de vários poderosos, o Brasil - com o apoio da Rússia e da China - entrou no conselho de segurança da ONU, como membro permanente, e só por esse motivo não sofre sanções econômicas, mas não foi possível deter a ação inescrupulosa dos americanos na invasão da Venezuela, onde detém com mão de ferro toda a produção de petróleo do país. A região amazônica vem sofrendo com essa guerra, quase toda região sofre com as ações de guerrilheiros ligados ao falecido Chaves, com seus CDR's (Comitês de Defesa da Revolução Bolivariana). O governo brasileiro tem destacado tropas para pacificar a área, mas sofre com o tamanho e com as condições, nem os ianques previram que a floresta seria esse inimigo!
Em Belém, a situação não é uma das mais confortáveis, desde a invasão americana, Belém tem se tornado centro de recolhimento de pessoas que fogem da guerra, mesmo com o restante do país em situação confortável a região norte vem sofrendo cada vez mais por escolhas erradas, o governo do estado continua nas mãos dos Tucanos, o atual gestor, utiliza a PM para dar suporte ao Governo Americano, em claro desrespeito a Constituição Brasileira, e a cidade de Belém vê seu patrimônio maior sendo solapada por traições de seus governantes locais e por uma serie de doenças já extintas em outras regiões do mundo, provocadas pela falta de urbanidade.
Desde as eleições de 2012, quando a cidade elegeu Edmilson Rodrigues do PSOL a prefeito de Belém, ele entrou em crise com o Governo Federal, isolando Belém dos avanços conseguidos no restante do país. Com a crise da Venezuela, o PSOL começou um alinhamento como nas guerrilhas, deixando os movimentos sociais completamente fragilizados e priorizando ações de guerra de guerrilhas. O PT após a derrota no segundo, viu sua base militante, ser comprada pelo prefeito, da mesma forma que ele fez nos dois primeiros mandatos, assim o PT em Belém se reduziu a um pequeno grupo de homens e mulheres que se mantém mobilizados através do Fórum Belém 400 Anos. De certo modo a depuração que o PT teve foi relativizado pelos avanços que nacionalmente aconteceu, a geração que ficou tem se destacado na organização da sociedade civil e com isso mantém uma resistência política ao simplismo de se dizer de um lado ou de outro nesse conflito em terras amazônicas, por outro, cassados tanto pela direita tucana como pela pseudo esquerda psolista, os petistas se mantém na organização da resistência e na luta para aproximar Belém do governo central do país.
Como dizia no início, o BTR se mantém como obra inacabada, bem como o portal que ficou restrito a Cidade Velha. Com a vitória do Edmilson, todas as obras do antigo prefeito foram paralisadas. Logo que assumiu começou uma perseguição aos petistas, primeiro os ligados ao movimentos sociais e sindicais, depois aos técnicos das Universidades e por fim as lideranças históricas, e com o passar do tempo, boa parte dos antigos petistas foram subjulgados e corrompidos, na mesma medida que o governo do PSOL se afastava da realidade, o "boom" de crescimento do país consolidava Belém como metrópole da Amazônia.
Imediatamente todas as principais lideranças e intelectuais do mundo trocavam Nova Iorque e Paris pela Belém peninsular, o mundo trocava o foco da bipolaridade, para a iminente disputa entre os EUA e a Venezuela, e com o apoio de Edmilson, a resistência se organizava em terras brasileiras. Foi numa visita a Chaves, em Belém, que ocorreu o primeiro atentado ao presidente venezuelano, escapando graças a uma barricada promovida pelos petistas que obrigou a comitiva de Chaves a mudar de rota.
Em todo caso, Belém entrou na rota da esquerda mundial. Todas as principais correntes de pensamento se encontram em Belém. O congresso da cidade passa a ser o local de encontro e desencontro, lá toda a sociedade (comprada ou não) se revezam em uma constante mobilização de debates e ideias. Não se sabe exatamente como começou, mas fica localizada no antigo prédio da CATA, o mundo está ali!
O PT não existe mais na região como partido, pouco militantes se mantém fiel a luta pelo socialismo com democracia, liberdade e solidariedade, em sua maioria em torno do Deputado Alfredo Costa, que se tornou desde então o símbolo da resistência democrática, forjando a luta com ações de enfrentamento aos desmandos da esquerda psolista e da direita tucana.
Onde erramos, em muitos lugares e em vários momentos da história, mas o concreto é que o PT perdeu as eleições em 2012, porque simplesmente não conseguiu compreender seu papel dirigente no processo. A ida para o segundo turno significava naquele momento que o pragmatismo não poderia ser apenas o elemento de disputa, mas a construção de uma ideologia socialista, e de apostar na militância guerreira, de acreditar que nossos sonhos deveriam estar servindo o sonho de milhões. Não se pode mudar a realidade de crises acreditando apenas em indicações de marqueteiros!
O PT sempre foi mais que isso, e olhando agora para trás o que se apreende é que o PT ainda é o bastião da luta pela democracia, pela liberdade e pela ação solidária de homens e mulheres que acreditam em uma sociedade comunal!

sábado, 25 de agosto de 2012

O DESLOCAMENTO DA DISPUTA HEGEMONICA E AS ELEIÇÕES.



Dificilmente se constituiria um PT no final da década de 70, em plenos pulmões da ditadura, com a habilidade para se transformar de vanguarda das lutas de libertação, para agende de cooperação com setores da burguesia, digo isso sem precisar ir além, mas o que de fato isso significa, para uns é a “traição” dos conceitos ditos ortodoxos, para outro é caminho natural do amadurecimento, mas ambos os conceitos pecam por compreender o sentido progressivo que o PT teve e tem na história do país nos últimos 30 anos.
                Certamente a compreensão que a luta política do PT verteu-se para um linha política diferente dos anos 80 é fato, mas isso não significa que esse redirecionamento foi provocado pela compreensão que essa mudança seria uma etapa necessária para cunhar espaço no poder político do país, é muito simples aceitar esse fato e ainda utilizar argumentos exemplificados, por exemplo, na trajetória do PMDB, que teve um início progressivo, inclusive servindo de abrigo para vários segmentos de esquerda.
                Contudo o processo é bem mais em baixo, o PT nasce com a ruptura dos conceitos do dogma stalinista, não posso utilizar marxista, pois esses conceitos só foram alcunhados a Marx, pós a subida de Stalin no PCCUS, e a imprensa e toda sorte de canalha e malfeitores a utilizariam para deturpar o Marxismo e toda sua forte de ação e pensamento, os expurgos e os assassinatos da geração de 1917 são a prova cabal disso.
                Esse processo determinou que a guerra fria fosse um acordo, uma espécie de lado bom e lado mal, esse joguinho entre as potências tinha só um objetivo fortalecer o ocidente em detrimento da superioridade das forças produtivas coletivizadas soviéticas, estamos bem afastadas temporalmente para saber que o processo de burocratização nos antigos países do bloco soviético foram carcomidos por dentro, mas isso é assunto para outro debate.
                Logo desde o seu surgimento o PT não se caracterizava mais como partido da revolução, por se pretendia ser um partido de massas e não de quadros, e sua busca não era a insurreição, mas a disputa pela hegemonia, e mais uma característica importante tinha uma ligação direta com os movimentos sociais, o que certamente Lênin desaprovaria, pois para ele os dirigentes deveriam ser de fora.
Essas três características da fundação do PT já estariam por resolver sua trajetória política nos anos subseqüentes, não poderia haver traição de que, de quem e como? Se suas opções desde seu surgimento já eram tão claras. O modelo do socialismo petista é diferente, na sua origem, na sua construção, mas principalmente na sua condução para dentro e fora do PT, é uma experiência que está sendo construída, às vezes brinco dizendo que estamos trocando os pneus do carro em uma descida e sem freio.
Com relação ao debate de seu amadurecimento político não justifica, não é uma construção linear a do PT, sua dialética interna prova isso, os diferentes debates que passamos mostrou certo grau de maturidade, como por exemplo, o debate sobre política de alianças no 5º Encontro Nacional, ou mesmo, o direito de tendências, mas enfim, o amadurecimento não foi definitivamente o processo pelo qual abandonamos a construção partidária, afastando-se dos movimentos sociais, incorporando-se a suas vidas e processos, isso jamais foi um caminho natural, mas evolução do combate político que o PT travou na sociedade e, suas conseqüências estão sendo sentidas hoje.
A medida que o PT se dispõem a disputar a hegemonia na sociedade as diferentes disputas políticas corroeram a integridade política do partido, não com valores morais e éticos, esses não são o tema do debate, e pouco acredito que a AP 470 possa incriminar algo além do  que já foi dito, mas no contextos das disputas com a sociedade, os setores que perderam espaços se viram forçados a ceder seus antigos espaços e para sobreviver tiveram que se adaptar a nova realidade.
Logo, o partido começou a compreender que esse caminho não teria volta, com sucessivas vitórias em seguidas eleições, o PT começa a trilhar uma nova trajetória, motivada pela sua estratégia de disputa hegemônica, logo esses dois fatores se combinariam e daria sustentação a linha política que o PT assume hoje.
Em suma, a adaptação de setores que perderam os espaços políticos originais para o PT e a conquista de novos espaços institucionais foram as ações desiguais e combinadas que serviram de base para que o PT pudesse sair vitorioso desde 2002 nas eleições presidenciais.
Outro elemento depois serviram de sustentação a essa compreensão política, pois era necessário construir uma base social para substituir a anterior, da origem do partido, e a utilizam do estado foi determinante para isso, com a criação do Bolsa-família, o PT criou uma base econômica, pois ampliou o poder de compra de uma parcela excluída do processo produtivo do país, essa camada, por mais baixo que possa ser seu poder de compra, teve seus créditos ampliados, no jargão dos economistas criou-se uma bolha de crédito, que seria suportada à medida que o país começasse seu processo de desenvolvimento tardio do capitalismo.
As eleições desse ano têm um duplo sentido para compreender o PT e seus desdobramentos, o primeiro será os resultados obtido pelo próprio PT nas maiores cidades do Brasil, pois nos menores município já podemos prever, o outro é a disputa interna para quem vai ser o cabeça de chapa em 2014, pela análise da disputa hegemônica dois fatores determinarão essa escolha, o primeiro é o resultado da AP 470 e a outra e a manutenção das bases econômicas de nova modalidade de consumidores, promovidos pelo bolsa família.
O que temos que compreender é que o processo é disputa hegemônica passa por dentro e por fora do PT, o partido se entrelaçou em diferentes ramificações sociais, em todas as esferas de poder e é bem distribuídas pela pirâmide social, o único elemento em disputa é o método de escolhas das diretrizes que o partido vai tomar, se continua seu assembleísmo ou define-se pela estrutura de direção.
Em todo caso as eleições de 2012 são um marco para definir os próximos anos, se o projeto construído de poder de 20 anos vai se tornar possível, ou vamos ter uma pequena mudança de rumo, mas que acabará por definir os rumos do próprio partido me relação a sua concepção de socialismo, é um debate que vamos travar e espero que ele possa ser participativo e dinâmico. Boa sorte PT.



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A ESPERANÇA É VERMELHA


Hoje não quero pensar em política, duvido que isso possa ser possível, mas vamos, queria sair para ver o Sol, mas isso me lembra política de oportunistas que em períodos anteriores, sabiam vir com pires na mão para pedir ajuda para campanha, e hoje, se mascaram como nobres e éticos. 
Queria ver o mar, mas isso também me lembra política, lembra que na minha querida cidade os "portais" são usados como moeda de troca em períodos eleitorais, e que Belém tem um dos piores níveis de saneamento básico do país.
Queria andar na praia, mas isso me lembra também de política, de como o PT mudou, assim como a arrebentação muda o visual da praia, as vezes destruindo os muros de arrimos construídos para dar lugar a uma nova paisagem, que começa pela destruição, mas a beleza da natureza sempre vencerá pela paciência e sabedoria de séculos, afinal "água mole..", ansiávamos tanto pelo PMDB, que ficamos com "a bunda na janela.." como diria Dominguinhos, nossa estratégia priorizou a luta institucional e não a luta política dentro da sociedade, a luta pela hegemonia tornou-se apenas quantitativa por cargos.
Queria tomar um bom vinho, mas isso me lembra de política, nossos dirigentes à medida que ficaram mais velhos, foram se acostumando aos sabores da burocracia, a renovação se dará penas pela aceitação das cartilhas, os que fogem e respiram outras idéias vão procurar queijo em outro local, e quando perceberam perguntarão "quem mexeu no meu queijo?"

Queria andar pela minha cidade agora pela manhã e reconhecer nas pessoais um sorriso, mas isso me lembra de política, sorriso que tantas vezes foram nossos, e o que fizemos? Nosso julgamento não está em resultados eleitorais, ainda bem, mas está na vanguarda que se insurgiu durante a ditadura militar e que lutou pela democracia, que derrubou Collor e a que elegeu Lula, identifique-se? O que fizemos com nossos lutadores, aqueles mesmo que não seguem a cartilha!
Queria ver minha cidade feliz, com saúde, educação, lazer, segurança, com espaços para meditação e renovação de sua fé, mas com acesso a transporte digno, com respeito aos mais velhos, com liberdade de escolha em relação a sua sexualidade, de plenitude pela sua raça, ah! Já sei isso é política, e sim podemos fazer isso ainda, essa eleição em Belém não terminou, como diria Cazuza, "saiba que ainda estão rolando os dados..", o que temos que fazer? Quebrar todos os protocolos, cartilhas e saberes constituídos, seguir nossos corações e mentes, lembrando que a cor de nosso sangue é vermelho, lembrando dos companheiros que eram difamados de social-democratas, mas lutavam e morriam no campo, enquanto uns ficavam em seus gabinetes, fechados e com ar condicionados, só temos nossas correntes a perder, eis a nossa constatação, isso que temos que mostrar ao povo de Belém, peço desculpas aos marqueteiros, mas hoje em dia eles funcionam como pai de santo, e como dizem, se pai de santo ganha jogo, como terminaria o campeonato baiano?
Temos que repactua o PT com um banho de sonho, que não mais se limitaram a sustentar uma parcela de parasitas, redescobrir os movimentos sociais, não mais apenas em utilizá-los a bel prazer, pensar em revolucionar nossa cidade, nosso estado e nosso país, e não apenas administrar, com técnicos e gestores competentes.
Sim, temos chances de ir ao segundo turno, mas mudando a nós mesmo nesse processo, irmos além do que jamais fomos, eu sei, isso nos dá medo e receio, mas é isso que esse povo lutador e sofrido de nossa cidade faz todo dia, para pagar seu aluguel, sua conta de luz e água, para colocar comida na mesa, essa coragem que precisamos.
Não podemos temer a nossa gente, a nossa cultura de subversão aos ditames, rogo aos céus que essas palavras possam encontrar ressonância, para quem sabe assim possamos salvar o partido, nosso projeto e nossa cidade.
Oxalá me permita que meus críticos possam ir além do que me chamar de louco ou mentecapto, mas que possam construir sínteses, e que minhas palavras não sejam ouvidas como preces, como diria Oswaldo Montenegro, mas que se foram, ainda temos tempo de mudar esse jogo, só depende de nossas ações!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sobre disciplina e educação!



Agora a pouco assistir uma reportagem sobre os resultados do IDEB, no corte promovido pelo telejornal, a análise que se propunham tem um quê sugestivo que no mínimo deveria ser motivo de cassação do usufruto da concessão pública dos seus direito televisivos, mas isso é assunto para outro momento, o que cabe observar são as conclusões que seus ancoras e especialista chegou: que a disciplina foi o determinante para que essas instituições escolares pudessem configurar entre as melhores do Brasil.
Durante a reportagem o que se viu foi escola em prédio bem equipados, alguns com academias, quadras e até aulas de hipismo, sala de artes e laboratórios equipados. Professores bem remunerados, algumas com cerca de 70 com mestrado e doutorado. Todos os estudantes uniformizados e felizes, lembrou os desfiles oficiais promovidos pela Corea do Norte.
Em todo caso, a felicidade é algo para poucos conforme o editorial dos jornais, um pouco mais de 7 mil na Bahia e 3 mil no Amazonas, são escolas públicas de excelência! Mas determinadas para uma minoria, resquício da ditadura, onde os colégios militares eram laboratórios de criação de oficiais preocupados apenas com a manutenção da ordem e da paz, voltando seus apetrechos de segurança e suas garras e olhos para seu público interno, ou seja os descontentes com o autoritarismo militar e sua ditadura fétida.
Sinceramente a conclusão que o analista chegou ao final de seus comentários, beira o sofismo linear e absoluto, mas variáveis inexistente ou completamente ausentes, como se fosse preferir ir ao Carandiru do que para a Praia Grande e lá concluir que a liberdade é um dos valores universais.
Explico, durante a escravidão a Praia Grande era utilizada para aporte dos navios negreiros, chegou–se mesmo até ser construída trilhas de pedras para facilitar o transporte de escravos, e com o antigo presídio, não acho que é necessário!
Mas enfim, a disciplina que o jornal defende é do sim senhor e a do não senhor, como essa forma pudesse compreender todas as habilidades humanas, robôs e fantoches, são criados sem o criticismo necessário para o estabelecimento do saber, pois conhecimento sem filosofia, não é saber, é informação!
Se essa disciplina que o jornal propõe como modelo para outros colégios e instituições de ensino certamente ter-se-á uma exercito de reserva de escravos modernos, verdadeiros agentes de um status quo fadado ao fim do processo, restando a ele apenas acreditar que o meio será sempre mais importante que o fim, que o desenvolvimento humano.
A disciplina na educação não é uma marca que deverá ser gravada na pele dos estudantes, nem tampouco se utilizada para punir aqueles que “pensam” diferentes, a atual modelo de educação privilegia certo nível de conteúdo e não de criatividade, enaltece a capacidade matemática do que a filosófica, busca na concorrência a elevação, em vez da solidariedade, caminha com passos igual ao próprio desenvolvimento do capitalismo tardio em nosso país.
A genialidade contida em nosso povo só poderá sair de seu  obscurantismo à medida que as liberdades individuais se tornem coletivas, que a necessidade não seja a regra, mas sim a exceção, a igualdade de possibilidades se dará não no cume da pirâmide mas na sua base, pois lá os iguais se transformam em corpo coletivo, em elaboração solidaria em pensamento vivo, transformando a realidade que todos vivemos, porque é assim que se muda os valores de uma sociedade.
Já temos base para isso, duvido muito, ainda corremos atrás do que foi roubado, tirando de nossos avôs, pais e irmãos, nossos filhos cobrarão ainda essa dívida, mas se a disciplina pode influenciar o processo educacional, disso não temos a menor dúvida, ou meus caros o jovem Amadeus ficando horas a frente do piano não era claramente um ação soberba de disciplina, o jovem Albert trancafiado em seu quarto com suas equações, Vinicius com seu malte e Raul com seus cânticos  e mantras.
Resta-nos admitir que a nossa disciplina não depende deles, mas sim de um atributo maior, de uma responsabilidade maior, que se encontra na solidariedade das nossas ações individuais, transformando-se em coletivas, onde o caráter da educação passa de concorrente para solidário, e a disciplina nada mais que nosso momento maior de diversão e prazer!