sábado, 26 de dezembro de 2015

Campanha de doação de papel higiênico para Henvil!


Durante a reunião a representante da Henvil acusou publicamente o Movimento Acorda Marajó de banditismo, pois nossa ameaça em paralisar o porto iria de encontro ao direito de ir e vir, além te tentar criminalizar o movimento, dizendo que da próxima vez eles acionariam a polícia, pois é o caso, além desse absurdo, ela a representante da Henvil, a Drª. Helena afirmou que o povo do Marajó quando não entope os vasos com papel higiênico, eles (o povo) do Marajó levam o papel em suas bolsas, ou seja, chama o povo do Marajó ou de mal educado ou de ladrão, essa visão pequena do Marajó que move a empresa no seu trato com o público, de forma hostil e grosseira, beirando o preconceito e a discriminação pelo simples fato de sermos Marajoaras.

Por isso começamos uma campanha de doação de papel higiênico para a empresa, assim ela para de acusar, de desrespeitar, de humilhar e tratar como gado o povo do Marajó.

#tenhoorgulhodesermarajoara

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal?

A festa do Natal é uma tradição judaico-cristã que remota há séculos, é de uma passagem de estação entre plantio e colheita, se transformou em uma fonte de arrecadação financeira para a ostentação desenfreada do consumo de bens e produtos. Já não mais é um período de transição, apenas picos cíclicos de consumo, necessário para baixar a pressão da oferta sobre o consumo, o que geralmente é resultado da anarquia da produção, ou seja, se produz mais bugigangas do que o mercado pode consumir e as datas “comemorativas” se transformaram válvula de escape.



Em outras regiões do mundo o Natal é data morta, e nem mesmo o ano novo é comemorado com o calendário cristão, onde a data zero é o nascimento de Jesus, mas sinceramente o que há para se comemorar, a cada ano, mais e mais pessoas passam fome no mundo, aproximadamente 800 milhões de pessoas nesse momento estão com fome, uma criança morre a cada dez segundos, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10, pronto, morreu mais uma criança!

Não posso me preocupar com o peru da Sadia ou o Chester da Perdigão, tenho que chorar a morte de mais um criança quando acabo de escrever essa linha! Não me peçam para orar um para um Deus mesquinho onde os ricos bebem e comem a vontade, onde a comida depois é jogada fora como simples capricho, não meus caro, não serei eu o hipócrita que ficará calado nesse Natal.

Nem tampouco ficarei sem pensar no que ocorre ao meu lado, sofre de forma permanente, e a cada dia aumenta o ódio pelo sistema que sobrevive das mortes, das injustiças, dos flagelos, não há piedade em suas entranhas, mas apenas o lucro e não ficarei de braços cruzados hoje desejando feliz natal, por que não é feliz, mais uma criança morreu de fome, hoje quando estiveres comendo da farofa e bebendo o vinho pensem na criança desnutrida e morta em nossos braços, pois somos responsáveis pela sua morte, pois esse é o problema de nossa geração, que as gerações passadas deixaram de herança, e a pergunta que faço, deixaremos isso como herança para nossos filhos?



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Dias de Luta no Marajó!

O Movimento Acorda Marajó é um conjunto de homens e mulheres de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e de Santa Cruz, cansados do descaso das autoridades estaduais com o modal de transportes para a região. No começo da luta em 2013, eram apenas duas empresas de navios, Banav e Arapari, que dividiam o porto e os horários, mas nunca competiam e ainda não competem entre si, em um jogo de cartas marcadas, uma vinha de Belém e outra saia do Marajó, assim enquanto uma viria ou iria, e os moradores do arquipélago não tinham opção de escolher em que barco viria ou voltava para o Marajó.


O povo marajoara então já acostumado a aumentos abusivos, sendo em sua maioria duas vezes por ano, uma na véspera de julho e outro no início de dezembro, onde o fluxo de pessoas e carros sempre aumenta em função das férias escolares e das festividades de final de ano.

Em 2013, um conjunto de estudantes liderados por um grupo da UEPA – Salvaterra, movidos pelas ondas de manifestações pelo Brasil resolveu ir as ruas para pedir meia passagem nos barcos e balsas, no mesmo momento em Soure se criava o movimento Vem pra Rua Soure, na UFPA, e esse dois movimentos se unificaram em um só em junho de 2013 e fundaram o Movimento Acorda Marajó, e desde então o MAM (assim chamados pelos seus coordenadores) começou a unificar a luta no Marajó.

A partir de junho de 2013 começamos a ocupar ruas e portos para reivindicar melhorias nos transportes e tarifas mais baratas, como conseqüência dessa luta, o preço para os navios para o Marajó está congelado a 3 anos, e o processo foi judicializado, a partir de uma ação do Ministério Público Estadual de Salvaterra, dando ganho de causa as nossas exigências. O preço ainda cobrado hoje é de RS 20,00, sendo que o preço anterior era de aproximadamente 22 reais, além da redução de dois reais, enquanto outros locais do país, brindavam a conquista de centavos, nós emplacávamos dois reais de conquista para a população do Marajó.

Desde a primeira mobilização até à última no ano passado o Movimento Acorda Marajó foi conquistando mais e mais a confiança do povo do Marajó, na última manifestação só avisamos que não era ninguém viajar pelo porto do Camará, e como o apoio de todos, nenhum passageiros ou veiculo deixou o Marajó, sem a necessidade de construção de bloqueios ou piquetes, apenas convencendo a população da justeza de nossas idéias e propostas. Assim foi e assim ainda o é!

Com relação as Balsas elas sempre tiveram um preço diferenciado para embarque de passageiros, e ainda não tinha criado dificuldades para negociar com o movimento até junho de 2014, quando um aumento de 18,78% foi autorizado pela ARCON PA, sob ordens do Governador Jatene, resultado tentamos conversar com a ARCON e com a Henvil para discutimos esse aumento, pois considerávamos pesado demais para a realidade do Marajó, que segundo dados do IBGE é o pior IDH do Brasil, temos as piores escolas do país e temos uma média de renda igual a dos países do continente africano, o Brasil e o Pará estão de costa para o Marajó por tempo demais.

Como não conseguimos respostas as nossa solicitações resolvermos fechar o porto das balsas da Henvil transportes, isso em pleno mês de junho, pouco antes do começo das férias de julho, período de maior fluxo para o Marajó, com o apoio da comunidade, das cooperativas de transportes de van e dos caminhoneiros, fechamos o porto por seis dias. A ARCON e a Henvil então resolveram ceder e chamaram o Movimento para uma negociação, e decidimos negociar apenas quando fosse revogado o referido aumento nas tarifas.

O que foi feito imediatamente, e fomos para Belém negociar com a Henvil transportes, a medida que a negociação caminhava para um impasse, tivemos a notícias que a promotoria de Salvaterra usando os mesmo argumentos que congelaram os preços dos navios entrou com uma ação para revogar o aumento e congelar os preços das tarifas ao período anterior a da concessão do aumento pela ARCON, não fazia mais sentido ficar á mesa de negociação, nossa tarefa estava completa.

Após um ano, a Henvil conseguiu reverter o quadro na justiça, apesar do processo dela ser recente, ela furou a fila no pleno do Tribunal de Justiça do Estado e seu recurso foi aceito, o aumento de 18,78% foi novamente restabelecido a partir de julho de 2015, contudo houve uma vitória, porque conseguimos barrar o aumento por mais de um ano.

Em 1 de dezembro de 2015, fomos novamente surpreendidos com o anúncio de um novo aumento, o que na prática seria o segundo, pois em junho houve um com autorização da Justiça, e o outro de 11,98%, o que resultaria em apenas um ano um elevação nas tarifas de 31% em média, sendo que a inflação dos últimos 24 meses não ultrapassou os 16%.

Começamos a nos movimentar e no mesmo dia 1 mandamos um ofício para ARCON e marcamos o dia 14 de dezembro como o dia para começarmos os protestos de rua, no dia 10 recebemos por email a confirmação da reunião para o dia 14, as 11 da manhã, mandamos uma coordenação reduzida para ARCON e ficamos de prontidão parta fecharmos o porto das Balsas da Henvil transportes no porto do Camará, mas na reunião a ARCON solicitou um tempo para poder reunir com outros setores envolvidos, como a própria Henvil, Ministério Público e outros entes como a SETRANS, SETUR, Ministério Público Estadual e outra reunião foi marcada e realizada dia 14 as 11 da manhã no auditória da SETRANS.

Nessa reunião do dia 14 fomos mais organizados e com mais gente, ao todo eram 12 representantes do Marajó, além do Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Pará, estavam presentes os representantes da Henvil Transportes, da ARCON, da SETRANs, da SETUR, dos Portos do Estado, da Policia Militar de Salvaterra, da Ministério Público Estadual.

Durante a reunião a representante da Henvil acusou publicamente o Movimento Acorda Marajó de banditismo, pois nossa ameaça em paralisar o porto iria de encontro ao direito de ir e vir, além te tentar criminalizar o movimento, dizendo que da próxima vez eles acionariam a polícia, pois é o caso, além desse absurdo, ela a representante da Henvil, a Drª. Helena afirmou que o povo do Marajó quando não entope os vasos com papel higiênico, eles (o povo) do Marajó levam o papel em suas bolsas, ou seja, chama o povo do Marajó ou de mal educado ou de ladrão, essa visão pequena do Marajó que move a empresa no seu trato com o público, de forma hostil e grosseira, beirando o preconceito e a discriminação pelo simples fato de sermos Marajoaras.

Ao final da reunião ficou decidido que os preços cobrados nas balsas serão reduzidos aos cobrados antes do dia 1 de dezembro, a partir do dia 19 de dezembro até o dia 1 de janeiro. As demais reivindicações como a quebra do monopólio não foi tratada e não sequer comentada pelas autoridades presentes, assim como a possibilidade de ter uma empresa espelho (alternativa) as operações da Henvil, bem como os ajustes previstos nos contratos ficaram de no prazo máximo de 15 dias a empresa entregar um relatoria a ARCON para definir os prazos, que pelo contrato de concessão já se passou tempo demais, ficou estabelecido que o Ministério Público chamará uma audiência pública em Salvaterra para rediscutir com toda a população do Marajó a questão dos transportes nas balsas Henvil.

Só para recordar o contrato atual de concessão foi concedida no Governo Ana Júlia, em 2010, o advogado que deu parecer favorável se chamava Botelho, no qual cedia além de duas balsas, a administração do Portos, um dos compromissos era que em 2012 a empresa colocaria uma nova balsas com capacidade maior do que as que foram cedidas pelo Estado, coisa que até hoje não foi cumprido, sem contar as leis de acessibilidade além é claro do respeito, da dignidade e da qualidade que nunca foram respeitados.

Em função disso, o Movimento Acorda Marajó, acatou o acordo proposto, para voltar para o Marajó começar um ampla mobilização, com baixo assinado exigindo

· Quebra imediata do monopólio de transporte de balsas

· Dissolução do acordo entre o Estado e a Henvil, por quebra de contrato por parte da transportadora

· Redução dos valores cobrados nas balsas, retroativo a junho de 2014.

Em função da realidade e de nossas reivindicações, já decidimos paralisar o porto do Camará, onde as balsas da Henvil atracam por tempo indeterminado, ou até seus serviços foram suspenso e substituído por outras empresas, não menos que duas, para que possa haver concorrências e assim o mercado possa demanda os valores cobrados pelas suas tarifas.


Marcelo Bastos
Coordenação do Movimento Acorda Marajó.









domingo, 13 de dezembro de 2015

De menina se fez mulher!




De longe percebo seu corpo esguio 
Finjo não olhar diretamente
Mente quem diz não olhar
Mas percebo seu sorriso a me observar.

Nunca foi mesmo de ficar com os brinquedos
Sempre preferiu os livros
E uma beleza incontida explodia com o fim da adolescência
Como se o corpo estiver tomando simplesmente consciência

Dos vestidos de uma segura fé
Descobriu-se em novas festes
De menina se fez mulher

Reluzente, provoca em mim suspiros
Seu olhar ainda perdido no espelho
A mim basta eternizar o simples momento.