terça-feira, 30 de junho de 2015

VAMOS OCUPAR O PORTO DO CAMARÁ POR TEMPO INDETERMINADO!!!!!!!!!!!

Desde o dia de 17 de junho a Justiça do Estado do Pará, via sua vara de Salvaterra, na pessoa da magistrada Aldineia Maria Martins Barros, tomou decisão favorável a Henvil Navegações que concede o aumento de 18,86% em suas tarifas cobradas na travessia de Icoaraci-Camará-Icoaraci, em sua argumentação a referida magistrada que “não é razoável imprimir à concessionária a obrigação de suportar solitariamente o ônus da realidade social da população do arquipélago”, e prossegue afirmando que “a empresa vem cumprindo suas obrigações assumidas pelo contrato de concessão, vem prestando o serviço público hidrofluvial (...) nos moldes exigidos no contrato administrativos”. 




Naturalmente a Magistrada teve suas razões e suas motivações as vésperas das férias para tomar tal decisão, e não cabe aqui discuti-las, fica a critério da imaginação de cada um, a decisão da Justiça nos remete a junho do ano passado quando fechamos o porto do Camará por seis dias, e só depois desse protesto o dono da empresa resolveu sentar a mesa, agora com uma decisão dessa ele não conversará conosco.

Não temos outro caminho a não ser tomar as ruas e ir fechar novamente o Camará, mas agora temos um problema é mês de férias, onde a população da ilha aguarda o ano todo, pois é o mês de equilibrar suas contas, mas isso não pode servir como desculpa para nosso imobilismo.

Por isso quero convocar todos os lutadores do Marajó a estarem ao lado do Movimento Acorda Marajó para darmos uma resposta definitiva aos ataques do Poder Judiciário, do Governo do Estado e do Henvil navegações contra o povo do Marajó.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Em defesa do Partido dos Trabalhadores

O atual momento em que o país atravessa tem se revelado constrangedor, para dizer o mínimo, do que é ou na verdade do que se sente estando no PT! Sabemos que podemos utilizar perfeitamente a ideologia que existem pessoas boas e más em qualquer situação, seja ela na política ou não! Mas isso não basta!


Jamais tivemos a ilusão que o PT era ou seria um partido revolucionário, como sabemos também que nenhuma sigla, agremiação ou mesmo grupamento político hoje no Brasil se revelou capaz de dar um norte de maior magnitude para os explorados. Não queremos com isso determinar que os espaços de disputa na sociedade brasileira tenham tido qualquer avanço significativo para as forças progressistas, para além do que o próprio PT já fez e vem fazendo.

O PT é um partido construído na lutas sociais! Esse é um fato histórico e que hoje é apenas uma lembrança.

O PT tem uma íntima ligação com os movimentos sociais! Esse é um legado que abandonamos no meio do caminho, por acreditar que o processo eleitoral era mais importante, e o que sobrou dos movimentos sociais se tornou anacrônico e reacionário!

O PT é um partido de massas! Essa é a nossa maldição, mas continua sendo e com isso ainda se mantém como responsável pelos sonhos e aspirações de milhões de excluídos!

Não é novidade que o PT encabeça uma coalizão de partidos que governa a máquina publica do país desde 2003! Nunca ganhamos sozinhos as eleições! A estratégia de disputa hegemônica nunca se consolidou, preferimos aderir ou ceder espaços a fincar o pé na luta política, o atalho que tanto criticávamos torno-se o único caminho!

O PT escolheu caminhos que merecem ser revisados e avaliados, mas esse conjunto não pode e nem deve partir de um momento conjuntural específico ou mesmo de uma decisão específica, foi um trabalho muito bem elaborado para chegar até onde chegamos e estar na hora de dizer que os erros que hoje o PT se acomete são nossos e refletem em todos do partido.

É o principal dele é que nós deixamos nos envolver pelo poder fácil, ficamos cegos e ávidos para saciar nossa vontade e fizemos de nossos discursos de cidadania elementos utilitaristas para ganhar mais e controlar menos. Essa relação está diretamente ligada ao processo que queremos aqui debater, e que como dissemos não é o único, mas é um ponto de partida.

A luta política que abdicamos ao desistir da disputa hegemônica foi paulatinamente sendo transferida para dentro do PT, ao ceder espaços na sociedade para nossos inimigos resolveram conquistar espaço interno, nem precisou ler muito, apenas seguiu o manual de um chinês qualquer! O problema é que eles foram ganhando mais e mais espaços.

O primeiro passo foi cortar a cabeça de quem poderia denunciá-los, e assim pequenos grupamentos internos foram suspensos, perseguidos e expulsos. 



O segundo passo foi remodelar o formato de ação dos movimentos sociais, era preciso estabelecer uma vitória de pirro, o sistema se adaptou e fez com que os movimentos sociais se adaptassem a outras formas de lutas, ou pelo menos era o que precisava parecer.

O terceiro passo era a desmoralização completa de todas as linhas gerais que constituíram o Partido dos Trabalhadores desde sua origem, e pelo que vimos e lemos hoje, essa terceira etapa está bem próxima de se concretizar.

Quem são os responsáveis? Não interessa agora começar uma caçada a bruxas, mas perceber que elas existem é o bastante para o momento.

O que devemos fazer? 

Podemos começar afirmando o que a história se move, e com ela, move-se também todas as demais estruturas que compõe a arquitetura social e que isso estabelece alguns princípios que devemos nos acostumar, entre eles, é que não podemos refundar o PT, ou mesmo reconstruir o PT das origens, temos história suficiente para partir do ponto que estamos e estabelecer novas práticas e desafios, mas apreender com os erros deve ser mais que uma máxima, deve ser uma prática.

Logo, o PT das origens não existe mais! E o que temos tem que ser suficiente para continuar com as lutas de nossos tempos!

Do mesmo modo não podemos mais ficar esperando o trem em cima dos trilhos, rever nossos posicionamentos, certos ou errados, e escolher as boas práticas, não se trata de uma discussão ética ou moral sobre o que está acontecendo, não só isso, mas ir além, recuperar um sentido anterior, e elaborar instrumentos de controle interno que permitam mais discernimento da direção partidária sobre atos individuais, e assim podemos responsabilizar individualmente filiados por “delizes”, erros e crimes.

Se a legislação não adota uma postura mais coerente, impedindo uma verdadeira reforma política, o PT deve se antecipar internamente e proibir filiados de receber recursos de empresas e personalidade jurídica, deve impedir filiados de ficaram mais de dois mandatos em cargos eletivos consecutivos ou alternados, que as direções partidárias assumam esses mesmos compromissos, do mesmo modo, de nada adianta isso se não regulamentarmos o funcionamento das tendências partidárias e que elas assumam esse compromisso também, do mesmo modo cotas devem ser sugeridas para as ditas “minorias”.

Mas não podemos parar por aqui, o que adiantaria construir novas práticas políticas desse tipo de envergadura se não construirmos uma relação menos casual com os movimentos sociais, de que adiantaria conseguir que esse rodízio funcione no parlamento e no PT, mas continuaríamos os feudos nos movimentos sociais, nossa prática para ser inovadora deve por princípio inovar uma nova geração de dirigentes políticos, partidárias e dos movimentos sociais, sempre tendo a preocupação de manter um linha experiente de comando mas aliando essas novas práticas, se não, de pouco adianta todo o debate, pois apenas estaríamos chuvendo no molhado.

Partindo do princípio que a nossa relação com os movimentos sociais serão restabelecidas como estratégias de poder, de disputa política institucional, nem mais e nem menos um importante do que as eleições, e a partir disso, compreender que para ser parte integrante do PT tem que ter mais do que boas intenções, tem que fazer parte do movimento vivo das lutas de seu tempo, pois somos isso, uma partido de combate social.

Essas são apenas umas das nossas observações e sugerimos esse debate, outros debates são necessários, mas esse é o ponto de partida da defesa do PT!