sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Decidir viver ou decidir morrer?

O que nos torna humanos de fato é a nossa capacidade de nascer, crescer e morrer, por que esse é o ciclo da vida e nada que possamos fazer para mudar isso, irá de fato mudar!

Foto do Paraíso (Soure)


O temor a Deus, por exemplo, é uma esperança que essa morte possa ser recompensada após a morte, ou mesmo, que possamos nos manter em retidão e assim apaziguar os males de toda sociedade.

Esse dois elementos de forma combinada assumem proporções desafiadoras para qualquer pessoa que queira pensar sobre nosso direito de morrer ou permanecer ficar vivo.

Para quem acredita em Deus, o destino de permanecer vivo ou mesmo de partir dessa para melhor é decisão divina, mas para quem não acredita o que resta, o que pensa, mas acima de tudo o que faz a pessoa que não acredita em Deus nessa circunstância?

A escolástica cristã nos diz que o suicídio é um pecado mortal, é um daqueles que carimba nosso passaporte direto para o inferno, mas que não segue essa cartilha, aliais, para quem não acredita nela, qual o passo, o que devemos fazer, foi essa pergunta que eu tenho me feito há alguns dias.

Confesso que não foi fácil responder, até por que a vida não tem sido nada fácil, primeiro sou filho de uma empregada doméstica com um vendedor de saco do Veropa, sem grandes problemas, meus pais me ensinaram muito coisa, entre elas ir a luta, batalhar, minha mãe uma mulher corajosa e uma guerreira, meu pai um grande canalha, mas gente boa, hoje em sua tenra velhice ele se mostrou um ser humano de grande coração, confesso, tive meus apertos com eles, mas superamos, depois foi entrar no PT, nesse período tive muitos problemas, como tenho ainda hoje, mas isso me fez o que sou hoje, por fim, a queda do Muro de Berlim, nossa pensei que era o fim da história, todos os meus sonhos morreram e eu ainda nem tinha começado a lutar direito.

Mas todos têm seus dias de provar suas convicções e suas próprias verdades, e eu tive as minhas, não no sentido de pensar que um tipo de ser divino possa existir, não nunca tive essa dúvida, e do fundo do meu coração não acredito em Deus, ele é uma fantasia criada para nos manter em nosso lugar, uma esquizofrenia compartilhada das classes dominantes, mas eu pensei que na minha atual situação, de câncer, mesmo em estado inicial, me fez pensar que eu poderia decidir seu eu deveria ou não fazer o tratamento!

Obvio que o impacto inicial foi de perplexidade, mas não fiquei tão mal, afinal tinha acompanhado todas as etapas de uma pessoas próxima, desde a dor inicial do câncer, até a biopsia, o resultado, o início do tratamento e por fim, a cura, então naquele momento eu fui uma pessoa que resolver assumir a tarefa de tranqüilizar aquele ser humano, trazer conforto e informações sobre a forma do tratamento, de fazer curativos e dar apoio, carinho e atenção, fiz o que pude, o meu melhor, sem espera nada em troca, ainda bem, confesso que ela não se importou comigo, mas tudo bem, ainda a amo muito.

Enfim, com a descoberta do Câncer percebi que poderia fazer algo diferente na minha vida, resolvi escrever sobre a não existência de Deus, sobre a legalização da Maconha, sobre por que continuar no PT, enfim foram meses de muita reflexão e melancolia, de repente me vi ali em casa, trancado sem sair, até que chegou o dia de começar o tratamento radioterápico, e sair de casa com o pensamento de enfrentar logo tudo aquilo.

Mas ficava em meu pensar que a coração que eu tive de fazer e escrever essas coisas já eram inatas a minha própria existência, mas o debate do que eu deveria fazer com meu tratamento ainda me atormentava, hoje tenho convicção que devo viver, ainda tenho que jogar muito vento nessa tempestade que é a vida, além disso, tenho muito que falar e garanto a vocês vou viver.

Contudo, a oportunidade de decidir se eu devo ou não permanecer vivo me fez pensar em viver e como viver, essa decisão de viver ou não é algo que nos acompanha todos os dias, durante o dia inteiro, e por isso sempre optei em viver, mesmo correndo risco, enfrentando pistoleiros, fazendeiros, assassinos e tantos outros tipos que a luta aqui no Pará sempre nos forçou a enfrentar, devo incluir a PM do nosso Estado, já passei por tanta coisa, até ataques da dita esquerda revolucionária como o PCO, sofri mesmo perseguição política do Movimento Pró-PSTU, e nunca recuei, não tenho medo de lutar, nunca tive.

Ser ateu nesse sentido é compreender que nossa vida só vale a pena se for vivida com toda essa intensidade, e se o câncer é produto dela, que seja, isso não me impedirá de seguir minha jornada, é verdade, não tenho rumo certo, o Socialismo e a Revolução não são mais faróis a nossa frente, mas mesmo assim sonho!

E só por isso que vou continuar aqui, sonhando com um mundo melhor, e por isso hoje eu acordei e amanhã acordarei novamente para continuar com meu plano de conquistar o mundo!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Por que ficar no PT?

Não é de hoje que publico minhas divergências políticas com a cúpula do PT, na nacional, no estado e nos municípios que milito, confesso publicamente que não fui importunado pela direção partidária por expor minhas diferenças, por vezes cheguei a pensar que eles imaginam que lêem meu blog, de um velho militante, afinal comecei minha carreira na política em 1986, no Colégio Lauro Sodré, e estamos chegando a 30 anos de muito combate e de muita luta.



Sei que alguns me consideram um fanático e, devo em alguns momentos concordar, mas como diria Marx, ser radical nada mais é do que defender alguma coisa até a raiz.

Então continuo na minha luta política com a bandeira do marxismo defensista, aos modus marceleça, sempre fazendo das minhas análises um período dividido em dois momentos, o atual e o futuro, pois as projeções futuras a partir da análise dos impactos presentes dentro de uma metodologia marxista é a minha única prioridade como militante.

Sim meus amigos e companheiros de PT e de luta social, sou um velho marxista que segue essa estrada turbulenta com os olhos e mentes voltadas para o aperfeiçoamento do Marxismo a partir de sua análise de queda. Queda das URSS, da queda do leste europeu, mas acima de tudo do simbolismo que representa a queda do muro de Berlim. 

Desses impactos em nossa realidade e o que eles representam para a luta política dos explorados, sim nessa formulação teórica temos um lado! Dessa análise um grupo rompido com a Causa Operária em 1994, construiu a partir das leituras de Trotsky a formulação dos defensistas atuais, e neles eu me incluiu, por mais que tenha diferença nas estratégias da LBI, louvo os camaradas que tiveram essa ousadia de propor uma formulação exata para o que estava acontecendo no mundo naquele momento, coisa que nenhuma outra organização no Brasil ou mesmo na America Latina cultivava – a defesa dos estados operários, mesmo que deturpados impediriam a volta ao capitalismo nos estados do Leste, na URSS e em todo o mundo.

O defensismo revolucionário é uma leitura do livro escrito pelo comandante do Exercito Vermelho, no qual ele análise os diferentes momentos da luta de classes de sua época e mesmo não concordando em uma só linha ou palavra com os súditos de Stalin, eles defendia a todo vapor o estado operário russo, em frente a qualquer ameaça estrangeira ou mesmo dos Cassacos Brancos.

Contudo a confusão que se arremeteu toda esquerda não é culpa dela, e sim de anos e anos de enganação dos pseudos trotskista, como é o caso do lambertista, dos morenistas e de outras vertentes que abandonaram os ensinamentos do velho comandante, que aqui são representados por correntes como o PSTU, PSOL, PCO, DS e tantas outras que nem existem mais ou novas vertentes que já nascem completamente natimortos, pois não fazem as análises necessárias para enfrentar a hercúlea tarefa de decifrar a queda do sonho socialista.

Para eles a Perestroika e a Glasnost eram o início da revolução política antecipada por Trotsky, para eles a luta política social nos estados operários degenerados começavam a dar frutos, ledo engano, pois para Trotsky a revolução política necessária deveria ser produto direto da organização dos comunistas em um partido político carbonário, ou seja, da ação direta das massas escravizadas pelos stalinistas, e não ao inverso, contudo, a queda antes de ser inevitável era um real ataque das forças do capital em plena fronteira socialistas.

A guerra fria no final dos anos 80 começava a esfriar, as disputas entre os blocos não mais resistiam as novas fronteiras do saber, mas mesmo assim, ainda não indicavam, como ainda não indicam, a superação das principais mazelas sociais como a fome e a miséria de milhões, todavia, a luta política alcançava graus de aperfeiçoamento típicos, entre eles uma analisada por mim, onde a esquizofrenia fora utilizada de forma métrica para ataques a uma pequena parte da vanguarda revolucionária global, para não aparecer, mas que foi identificado como fenômeno e estudada em dois artigos publicados em meu blog Dilacerado, “A Revolução no Divã” e a “Esquizofrenia do Ser Revolucionário”, por isso não entrarei em detalhes, mas esse processo constatou um diversificação das formas como a 

burguesia aperfeiçoou a luta política com um grau de precisão nunca visto antes e que a internet foi fundamental para essa modificação da luta política por partes dos setores dominantes.

Muito embora o processo de luta política da década de 90 do século passado possa parecer distante, o que hoje vivemos está em completa sintonia com o que aconteceu no passado, livros e escritos, pela LBI e por mim, são provas disso, mas antes de nos glorificarmos desses feitos heróicos, temos que ter a convicção que o processo que hoje estamos vivendo nada mais é que o desdobramentos da queda do Muro de Berlim, e o posicionamento dos diferentes grupos políticos hoje, em suas análises e sínteses são corretas ou não, são diretamente afetadas pelas suas ausências de avaliação do fim do socialismo real!

Essa é a grande questão que ainda não começamos a debater, todo o restante são apenas desdobramentos dessa análise!

E o que isso tem haver com a crise no país e no PT?

Tudo, afinal, o processo que começou com a queda do Muro de Berlim previa em suas linhas gerais um avanço estratégico, principalmente nos países recém conquistados do Leste Europeu, mas ainda tinha fôlego para soergue na America Latina seus domínios, mas isso não foi um sucesso completo, houve resistência, mesmo que não mais organizada pelos partidos comunistas, mas a presença de analises que permitissem uma reação impediu que eles conseguissem completar a segunda etapa, tão importante para a estratégia deles, fazer do mundo uma aldeia global de livre circulação de capital.

Logo a Venezuela, Chile, Bolívia, Argentina e Brasil, que ficaram calados na primeira metade da década de 90 foram além da crítica, em outros períodos históricos certamente haveria revoluções populares, mas com a vitória da estratégia do Consenso de Washington, a tomada de poder pela força não era mais uma opção inteligente, a luta política se limitaria aos processos eleitorais, e agora com mais força por parte das esquerdas perdidas e sem perspectivas estratégicas, afinal não sabiam e ainda não sabem que caminho seguir

Esse processo para longe da compreensão dos que estão apenas acostumados a somar dois mais dois, não perceberam o refinamento das estratégias do grande capital, e aqueles que perdidos na floresta encontraram destroços abandonados de um carro não mais identificariam esse carro, apenas ferro reduzidos a oxidação do tempo, mas para os operários do saber bolchevique esse carro, mesmo que reduzido a lixo dava pista para onde seguir e o que encontrar.

Que ver um exemplo disso, a formação da Conlutas no Brasil, foi uma idéia que surgiu primeiramente em nossos debates dentro da LBI e depois tomou corpo e foi aprovado em um encontro em Brasília, mas isso é outro debate, o que se quer aqui esclarecer que o processo permitiu mesmo que a duras penas, resistir!

O que nós estamos atravessando hoje é o processo de consolidação da estratégia de derrubada dos estados operários que ainda não se consolidou de forma definitiva devido as resistências resilientes nos países periféricos, o que Trotsky chamava de desenvolvimento desigual e combinado, por esse processo, as relações econômicas do planeta são ligadas e desligadas a partir da compreensão das diferentes etapas de lutas de classes no globo.

No Brasil o PT assumiu a tarefa de governar para diminuir o enorme fosse entre os ricos e a grande maioria de pobres e miseráveis, invertendo uma lógica de mais de 500 anos, e que hoje está completamente ameaçada, pois a derrubada do muro de Berlim não previa a inclusão de pessoas no mercado de consumo, da mesma forma como não previam a ostentação da China nos últimos 20 anos, eles apostaram na derrocada da China e de Cuba, países ainda com o controle de capitais e com um estado fortemente envolvido nas questões econômicas dos seus respectivos países, por isso o PT, mesmo que conivente com o capital apresenta essa ameaça.

Em outros momentos históricos o PT para sobreviver faria o que Fidel o fez avançar rumo ao socialismo, mas não temos mais um inteligência coletiva, produto de um debate coletivo, o PT não é mais esse partido, devo confessar que ele nunca foi, mas enfim, o que é importante é perceber que se apesar de não ter ido mais longe, ele caminhou contrariando os interesses da burguesia planetária, antes mesmo que eles consolidem essa etapa final de sepultar o Socialismo, e esse papel coube ao PT, com política pública!

Obvio que foi pouco, mas foi o suficiente para que a irá deles caíssem sobre nós, e esse papel que coube ao PT, certamente apostar que essa seria uma caminhada possível, sim, foi arriscar demasiadamente, por isso ficamos no PT, para que essa tarefa seja realizada, como o foi, certamente de maneira muito tímida, mas nós a fizemos, mantivemos acessa toda a ordem do pensamento marxista, construímos teorias e práticas que permitissem acompanhar o longo processo de refinamento da luta política e acertamos de forma definitiva, toda a crise aqui apresentada dentro e fora do PT foi um processo pensando, articulado e em movimento em função dessa tarefa e ela foi realizada.

Ficaremos no PT o tempo necessário para defendendo-o, da mais vil forma, a dos que não compreenderam seu papel pela imperícia com o Marxismo, pois esses sim são os verdadeiros criminosos, em falseado Trotsky, brindando a volta ao Capitalismo nos antigos estados operários, mas acima de tudo para dar prosseguimento a nossa tarefa que muda de papel, agora é manter o PT na linha de luta política com esse papel o maior tempo possível para assim dar uma passo em nossa estratégia de luta política, a reconstrução de um verdadeiro partido comunista, mas por hora cada um deve assumir tarefas diferentes e em diversos momentos, somando assim de forma hegemônica das idéias em movimento na luta política.

Ou seja, vamos nos desencontrando e nos encontrando em tantos momentos possíveis até a conjuntura nos permitir em reunir no Partido, mas esse entendimento deve ser absolutamente natural, como se assim fosse respirar, pois é essa tarefa dos revolucionários nesse momento! 

Vamos a luta defender o PT, pois ele é ainda um instrumento necessário para a revolução!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Manifesto Cannabista

Não é de hoje que somos diferentes, somos todos e somos vários, usuários de Cannabis, sofrendo perseguição, preconceito, sendo roubados, enganados e torturados em nosso dia-a-dia, não pensem que a vida de quem fuma um é vida fácil, e tenham a convicção que a vida fácil é mais que um sonho, é uma ideologia de vida. Que só pode ser compartilhada com a felicidade de todos, o que no Capitalismo não é algo normal ou natural, o que na lógica do capitalismo deixa de ter espaço.





Por isso somos rebeldes de carteirinha, uma rebeldia com a justificativa da luta social como elemento transformador da sociedade, mas enquanto a luta estratégica tem se mostrado lastimável, a luta imediata como o debate sobre a Maconha têm se mostrado útil aos interesses dos explorados, e por isso, nos explorados pelo capitalismo temos o direito social e individual de fumar “um”, mas para isso é necessário uma série de ritos que devem ser respeitados, mas fundamentalmente devemos obedecer em seus mais delicados objetivos.

Contudo, esse manifesto tem mais o objetivo de debater a ação penal em que se discute se o usuário de droga afeta outras pessoas com sua conduta? Por enquanto os votos iniciais foram que não afetam, logo é foro individual, onde o Estado não deve invadir, portanto, não é crime.

O Manifesto se manifesta para dizer que exigimos nossos direitos e se isso for considerado crime, ai sim! Digo que essa merda de sistema não tem mesmo saída, crise maior que a completa falência do estado de direito não há, pena que ela não foi conduzida por nós, sob a tutela do partido bolchevique, se o fosse nossos muros teriam mais sangue do que balas!

Enfim, nosso manifesto é para dizer isso em alto e bom som para que todos possam escutar, somos favoráveis ao nosso direito individual inviolável, seja no capitalismo ou mesmo no socialismo, essa é a nossa diferença, a questão da utilização recreativa de Cannabis é uma questão transversal e já assume proporções históricas inigualáveis e que certamente está mais que na hora de quebrarmos em definitivo algumas regras antigas e que precisam ser revisitadas e revistas o quando antes.

O novo se erguendo em plena crise é bem mais que possível, é também necessário e por isso esse debate no Supremo permite fazer esse dialogo, mas longe de falarmos por tanta gente, não temos essa pretensão e nenhum usuários também não terá, por que para falar em nosso nome, resta ter em mente mais ativa do que cana, nossa fórmula de decisão e de conforto é absolutamente, concisa e consensual, naturalmente.

Por que ela é construída em cada ritual, a cada dia e com certa regularidade com certeza, não é simplesmente fumar é compartilhar idéias e sentimentos, momentos de criação e prazer, mas acima de tudo é motivo de preocupação, uma atividade recreativa sim, isso é o que nos motiva, não bastasse o estresse de todo dia, com ruas engarrafadas, buzinas, TV, celular, enfim, o mundo moderno chegou, pois bem vamos conviver com ele e cada um segundo seu próprio conceito de trabalho e prazer.

O nosso privilégio é o momento amigo, o momento de relaxar e treinar o cérebro, está na hora de exercitar hipóteses e cores, luz e sons, mas acima de tudo de confraternizar com ego uma experiência de paz e tranqüilidade, que nos renova para o dia seguinte.

Mas além do estresse normal de todos, ainda tempos que nos preocupar em não levar o conto do avião, momentos de terror, pois ainda estamos sendo vigiados e perseguidos pelo Estado, que como intruso, invade nosso privilégio sagrado a vida privada, além de todo preconceito que sofre o maconheiro, sim termo pejorativo que taxa como viciados sem solução, eles devem se banidos da convivência social, são promíscuos em seus valores e danosos aos nossos filhos e filhas com tão má conduta, criamos nossos próprios complexos, esse seria o de Geni?

Somos milhões nesse país, no mundo onde mais de 147 milhões de usuários casuais ou não, fumam maconha, sem contar a quantidade de impostos que simplesmente não são pagos que poderiam render mais educação e mais escolas, esse sim caminho natural para superação dos males social, ou na eliminação precoce do prazer, mas enfim, esse é outro debate, a descriminalização do uso é um primeiro passo, mas queremos é a legalidade, de ver que cigarros e álcool são simplesmente aceitáveis, mesmo eles matando mais que a Maconha.

Não quero aqui listar justificativas e nem dar explicação, basta, queremos apenas o nosso direito a ter uma vida privada e nada mais, direito garantido na Constituição de 1988!

Queremos poder fumar o nosso no local determinado, pois são nossas mentes que alcançam vôo, sem o medo de levar baculejo de Policia Militar, ou ter medo de sair roubado, levar um conto do avião, enfim, que eu posso ser cidadão em pleno direito e vivendo sobre a proteção do Estado.

Só assim poderemos sentar a praia em rodas grandes de amigos, ouvir um violão, dechavar calmamente, aperta um de acordo com o sabor e a qualidade do fumo, afinal sabemos que fumo palha teve ser fumado com mais fumo, e um pernal sempre é bom colocar pouco, e assim por diante. Essa cultura de compartilhar pequenas coisas, nos une a uma irmandade maior que é cultivada a partir da Cannabis e que não é um seita, uma igreja ou mesmo um templo, pois mais que seja sagrada, ela é do povo, da praia, do morro, da favela, da praça da Republica, de todos os cantos.

Se o restante dos Ministros do Supremo acompanhar os votos dados até agora estará iniciada uma nova etapa na luta pela discriminação, mas ainda falta muito para a legalização, temos que conversar, verificar quais as formas que podemos nos utilizar de nossos direito, quais serão os impactos, enfim, temos muito o que conversar e a propósito, esse manifesto tem que ser construído por todos em uma roda, vamos marcar?








Link’s úteis














http://super.abril.com.br/ciencia/a-verdade-sobre-a-maconha


http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/stf-julga-artigo-da-lei-de-drogas-e-discute-se-e-crime-posse-para-usuario.html






Centro de estudos e reflexões canabicas. Reúne às sextas na CU da UFPª. Sempre que haver bandeiras hasteadas mesas e cadeiras pra estudos, reuniões e debates.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Aos professores minha solidariedade na luta política!

Quero deixar minha solidariedade a luta dos professores e como marxista preciso dialogar com vocês sobre a prática revolucionária na escola, sim no seu dia professor e professoras, nada temos para comemorar aqui no Pará, depois de uma greve de mais de cem dias, e com a derrota da categoria que até hoje não tem seus contracheques normalizados e com uma paralisia de um sindicado pelego, que em plena greve decidiu fazer as eleições, e todas as chapas foram coniventes com esse processo, apenas a disputa do aparato é que conta, a vida de vocês professores são negociadas na mesa com o governador e esse sindicato de pelegos mantém o discurso de revolução, mentirosos e falsários, utilizam da verdadeira ideologia de mudança, contida no genes dos professores para se valer do aparato sindical para suas viagens e prazeres pessoais, servido com filé na sede do sindicato.



Contudo, quero deixar aqui um depoimento, como sabem, sou usuário das redes sociais e de mais umas coisinhas, mas sim uso o Facebook como ferramenta para dialogar com todos e em certo dia de certo ano, vi no perfil de um dos meus amigos, no qual li com certo horror, que ele descrevia que iria sentir prazer em reprovar alguns alunos que só aparecem em períodos de prova e nunca participavam das suas aulas, mesmo eles estando na escola.

Os leitores entenderão que ao não citar o nome do professor quero apenas dar um suspense necessário ao texto e nada mais. Só quero relembrar que esse professor, assim como eu, foi ligado ao movimento estudantil, tanto secundarista como na Universidade, e ele sempre foi dito como um “exemplo” de lutador, lutador que reprova alunos tal qual o sistema capitalista já o faz. O que poderia ser diferente acaba se tornando comum e corriqueiro, companheiros que deixaram-se embalar pelo canto da sereia do capitalismo.

Esse é o ponto o que faz um “lutador” social criar essa expectativa, em que momento a teoria e a prática dentro de sala de aula não se encontram mais?

O que podemos e devemos fazer para continuar construindo pontes para o futuro, que supere definitivamente a fome, a miséria e os grilhões que nos prende ao capital?

Não há o que comemorar hoje! Os professores do Pará estão de luto, pois o governo do estado luta para derrotar não somente uma categoria, mas um modelo de luta e lamentavelmente o sindicato nada faz a não ser observar e contar votos, sejam eles nas eleições do sindicato ou nas eleições burguesas para apoiar seus candidatos.

Mas enfim, ainda há uma luz no final do túnel, nos dias de ocupação do Hangar uma vanguarda não desistindo da luta e com vontade de lutar se rebelou contra o governo e o sindicato, foi necessário uma manobra por parte da direção, trazendo professores de Abaetetuba e região para votar na assembléia, mas enfim, estamos aqui e continuamos nossa luta!

Temos que reproduzir nossos conceitos de educação, aquela que não avalia ou mede o aluno de forma somativa, mas procura nele elementos que possam promover uma verdadeira libertação dos conceitos de formação de mão de obra escrava, sim libertação do aparato que o estado construiu para servir de suporte aos barões e todos os demais burgueses.

Construir uma escola que não reprove, não avalie e não meça a capacidade dos seres humanos, mas sim promova a igualdade de oportunidades, que permita a eles serem criativos e inovativos, mas acima de tudo que os permitam pensar, mesmo que diferente, que eles possam através da escola experimentar e escolher, e que as avaliações sejam apenas períodos de êxtase e não de medo e transtornos.

A liberdade que aqui se propõem com a educação é uma liberdade revolucionária e que para se chegar nela é necessário lutar contra o sistema capitalista em todas as suas fases e esferas de poder, a escola é apenas o primeiro embate, mas pode fazer a diferença. A medida que não mais construímos a opressão das notas e dialogamos com outras formas de aprender e ensinar são possíveis, a partir da reconstrução da própria realidade local e pessoal.

Essa compreensão por si só é evolucionaria, mas a revolução precisa de soldados apaixonados por um mundo completamente novo, que a toda hora permita expor todas as nossas faculdades físicas e mentais para o bem coletivo e isso pode aumentar exponencialmente nossa maneira de ver a vida e o mundo, essa é a escola que queremos, uma escola que faça política e que tome partido a favor dos explorados.

Esse deve ser o papel do professor, ser um líder! Construir essa liderança a partir de um sensato debate sobre a realidade do mundo, em que pese todo o esforço, um heróico esforço, diga-se de passagem, mas que o professor possa não pensar em “reprovar” e sim aproveitar as oportunidades para que se estabeleça novos padrões de luta política dentro da escola e com isso permita que essa mesma escola seja a ponte entre a luta e a verdadeira mudança social que só será realizada com a superação do capitalismo.

Não quero aqui dizer o que é certo ou errado para os professores, mas simplesmente opinar que o processo de avaliação somativa inclue em si uma perversa lógica e que aos que caíram no conto de sereia da educação formal e produtivista que hoje a escola absorve, devo lamentar profundamente, mas ao mesmo tempo temos que construir outras lógicas e romper com essa escola.

Nesse dia dos professores, como dito antes, nada temos para comemorar, mas sim temos que levantar a cabeça contra todos o que querem que sejamos cúmplices da mediocridade, libertem-se e libertem seus alunos, não os reprove, mas aprovem eles para a luta política revolucionária, pois a história não acabou, mas segue a passos largos para a maior tragédia humana, que certamente nos levará a extinção, e isso cabe uma triste conclusão que nem todo professor é educador!

Espero que esse companheiro reveja sua posição de reprovar seus alunos, e que a meritocracia ceda lugar a luta social por dias melhores, e que a escola não seja vista como a única fonte de alimento do dia, mas que possa se tornar uma verdadeira academia libertadora de toda opressão. Esse é o sonho de ver uma educação de fato política e assim possa ocupar seu real papel na sociedade, como sendo o centro de idéias, culturas e artes, só precisamos aprender e ensinar a simples crítica, a razão fará o resto, mas para sermos críticos é necessário um grande esforço para ser também auto-crítico, pois somente aprendendo e que podemos compartilhar ensinamentos.

Parabéns a todos os professores que resistem na luta!

Parabéns a todos os professores que não se submete ao canto da sereia do ensino oficial

Parabéns a todos os professores que sonham com uma sociedade livre de todo preconceito, de toda fome e miséria e de toda ganância

Parabéns a todos os professores que em sala de aula enfrentam Jatene, Zenaldo e o Sindicato!