segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PROFUNDA CONFUSÃO DO SINDSAÚDE (PA) EM SOURE

Discursando em Salvaterra na defesa da quebra do Monopólio e cadeia aos empresários do setor.


Estou trabalhando como consultor na área de planejamento da Prefeitura de Soure, na Secretaria Municipal de Saúde, desde março desde ano (13), tendo visto os esforços de toda equipe em reverter uma situação digna de ser chamada catastrófica, e aqui desafio, quem quer que seja, a fazer um diagnóstico diferenciado com relação à saúde em nosso país, estado e em todos os municípios de nossa Federação.

Obviamente que não digo isso com orgulho, sou do PT, e estamos já há bastante tempo no núcleo central de poder do país, primeiro com Lula e agora com Dilma, em ambos os casos, pode se ver o esforço de modificar uma relação trágica, pois a ordem há mais de 500 anos era invariavelmente apostar na saúde privada, que virou um grande negócio, bilhões de dólares são movimentado, e eles fazem isso claramente, à luz do dia, um exemplo claro é a atual novela da Rede Globo de Televisão, onde a disputa pelo controle acionário do hospital leva a sequestro, drogas, traição e assassínio.

Nesse caso a ficção imita de forma dramática a realidade, só para se ter uma idéia do descaso da classe dominante em nosso país, foi a retirada da CPMF, o antigo imposto do Cheque, que renderia milhões para a saúde, o simples replanejamento do impacto nas despesas do Governo Federal levou anos, e até o presente momento ainda não se recuperou, podemos ver isso ao examinar os gastos da saúde previstas nos relatórios de gestão dos anos anteriores e a renuncia fiscal da CPMF comparando com os atuais.

Em Soure não seria diferente, os recursos que são repassados ao município são insuficientes para pagamentos de salários, compra de remédios, investimentos em saúde, cuidados com a prevenção, a própria logística da secretaria, enfim, poderia enumerar diversos procedimentos administrativos de saúde e médicos que invariavelmente determinam custos, aumentando significativamente a despesas a própria medida que o atendimento à população atinge seus objetivos,

Equação inversa e embutida de variáveis não calculadas, essa combinação tende a ser explosiva, porque trata-se de vidas humanas, que precisam e tem todo o direito de serem atendidas na rede de proteção à saúde do município, que aderiu a estratégia de saúde da família, já há algum tempo, contudo os repasses fundo a fundo levam em consideração apenas o numero de habitantes, e não a quantidade de atendimentos, isso provoca por exemplo no Hospital Menino Deus um impacto negativo, pois atende-se toda a região, mas precisamente a população de Salvaterra que busca em Soure atendimento, aumentando significativamente os custos para o município, não atendê-los não é uma alternativa!

Mas, estou aqui como disse anteriormente para defender a Prefeitura de Soure e seu prefeito o companheiro João Luiz e o Secretario de Saúde Newton Pereira das acusações levianas, apolíticas e mentirosas, promovidas no último dia 24 de setembro pela Delegacia do SindiSaúde em Soure, aproveitando a sessão da ALEPA itinerante, quero deixar claro que sou a favor dos movimentos sociais, tanto que o Movimento Acorda Marajó o fez em Salvaterra e estávamos em Soure também, como resultado, na quarta estaremos em Belém, a luta pela quebra do monopólio ganha fôlego, e vamos manter o preço da passagem que foi reduzida no mês de julho passado.

Enquanto o Sindicato da Saúde ficou na frente do prédio sem entrar para fazer o debate, mesmo estando no plenário todas as autoridades da ALEPA e da Prefeitura de Soure, sequer foi entregue um documento explicitando as intenções dos manifestantes, tenho que reconhecer que fizeram barulho, mas que não ecoaram para o fortalecimento da luta dos trabalhadores de saúde, se assim o fosse eu mesmo estaria nas trincheiras com eles.

Mas o fato é que os dirigentes do SIndisaude aqui em Soure vivem um terceiro turno eleitoral, sem trégua e sem debates, não mobilizam e não são reconhecidos como lideranças sérias, e contra eles pairam sérias acusações, algumas já com inquéritos administrativos, o debate político deve permear toda e qualquer divergência, mesmo no mais radicalizado movimento que já participei, fechamos um acordo e hoje temos a Lei da Meia Passagem sem Burocracia em Belém.

Não posso deixar de me solidarizar com os Companheiros João Luiz e Newton Pereira, pois além dos bonecos serem violados por cabos de vassouras em plena praça, na frente de crianças e adolescentes, os verdadeiros revolucionários jamais usariam esse tipo de artimanha, não só por ser baixa, mas agride toda a nossa humanidade, e mostra a cru o grau de degeneração política desses senhores.

Venho a público dizer aos companheiros João Luiz e Newton Pereira, que estaremos juntos na luta por transformar a saúde de nosso município, mas estaremos juntos também para se discutir o atual modelo de saúde pública do país, do mesmo modo, estaremos debatendo com vocês a questão dos transporte para o Arquipélago do Marajó, que encarece a vida de nossa sofrida população, alimentos mais caros, combustíveis mais caros, enfim, tudo hoje passam em solucionar esse problema.

Estamos hoje na luta com o Movimento Acorda Marajó, porque acreditamos que esse é o primeiro passo, e conclamamos o SindSaúde a apoiar essa luta, estaremos em Belém no dia 02 de outubro na Assembleia Legislativa para discutir com os deputados, a ARCON e os empresários, mas sairemos de lá motivados para a luta que se avizinha, pois acreditamos tão somente em nossas ações e iniciativas.

Com relação ao Partido dos Trabalhadores, creio que está mais do que na hora de tomar providências políticas em relação a filiados que se favorecem de sua legenda, mas chegada a hora de defender suas gestões, se encastelam em seus sindicatos, acima do bem e do mal, e fingem desavergonhadamente que lutam pelos trabalhadores, uma comissão de ética e um profundo debate nas fileiras do partido seria uma iniciativa séria.

Conclamo também o nosso Presidente João Batista a examinar a situação e dar uma resposta aos agressores do PT e de dois históricos militantes de luta e que tem uma tradição de combate pelo nosso partido e pelos movimentos sociais.

Com relação as disputas políticas eleitorais, eles já perderam duas vezes e vão continuar perdendo, por uma simples razão, não sabem fazer política, não sabem construir discursos que envolvam a população, e na base da mentira, da acusação pessoal e com o baixo nível de debate, esses senhores cavam sua própria cova política.

Com relação à direção estadual do SindSaúde, um alerta, temos que combater nosso inimigo maior, o tucanalha Jateve, e aqui em Soure seus braços e pernas tem bicos pontudos, hoje somos nós, amanhã serão vocês, porque eu sinceramente penso que estão sendo enganados, não posso imaginar que combatentes como vocês fazem coro com o Governador do Estado por outro motivo, não posso crer que estão subservientes e ajoelhados a ele.

Ao povo de Soure e aos trabalhadores da Saúde, fica nosso compromisso de lutar e trabalhar cotidianamente por uma saúde melhor e humanizada, mas esse debate apenas começa em Soure, mas que tem que finalizar com o fim da saúde paga em nosso país.

Chamo meus companheiros e companheiras do Movimento Acorda Marajó a assinarem esse texto comigo!

Soure, 30 de setembro de 2013.


Marcelo Bastos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Luta continua: Não ao aumento das tarifas de navio e balsa no Marajó!





O Movimento Acorda Marajó está em estado de alerta e mobilizando a população das cidade de Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari, desde que tivemos a reunião com a ARCON-PA e os empresários do setor, no qual foi acordado a redução do valor das passagens da classe dita econômica nos navios (R$1,75) e nas balsas (R$ 1,80) e que permaneceria congelado por no mínimo 45 dias, até a finalização dos estudos para redução maior, que em nossa proposição chegaria a 5,78%, passado todos os prazos a ARCON-PA encontra-se em um estado de silêncio sepulcral, sequer tem respondidos nossas provocações.
Essa semana porém, o Movimento Acorda Marajó se mobilizou novamente em Salvaterra e Soure para participar da sessão itinerante da Assembleia Legislativa do Pará, o vídeo acima mostra a nossa intervenção durante a sessão, e como resultado o Presidente da ALEPA, o deputado estadual Marcio Miranda, entrou em contato com a ARCON-PA e combinou uma sessão para quarta-feira, dia 02 de outubro, às 15:00 h.
Em função dessa reunião o Movimento Acorda Marajó reunirá sua coordenação na sexta-feira, dia 27, na praça das Comunicações, no centro de Salvaterra, às 19:00 h., tendo como pauta exclusiva a ida para Belém participar dessa reunião, a reunião do Movimento Acorda Marajó é aberta e todos podem e devem participar.



Rumo à vitória e à quebra do Monopólio!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fragmentos




http://www.temasbuscados.com/segunda-guerra-mundial-grande-tragedia/

Andando por vales sombrios
Pensamentos levam a belas montanhas
Memórias recordando tempos passados
Tempos em que havia flores nos campos
Sorrisos nos rostos inocentes
Esperança nos mais envelhecidos.
Sucumbidos e derrotados em monte
Nada resta, ainda que vidas sob sombras caídas.
Gritos, sussurros e lamentos...
Braços, pernas, cabeças...
Tiros, bombas, armadilhas...
Guerra, guerra, guerras...
Mortes e mortes!
Nada resta!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Um garoto que falava inglês


Era uma tarde ensolarada, lembro que ao chegar ao Souza Franco eu parava, falava com o Paulo e comprava um cigarro, e depois iria ficar em frente ao aquário, nome carinhoso que dávamos para a Vice-diretoria, que ficava embaixo da escada, no primeiro banco do lado direito de quem entra, ficávamos invariavelmente todos do Movimento ali sentados, esperado o horário da segunda aula (a primeira raramente assistíamos), mas naquele dia foi especial, lembro do Luiz Menezes com aquele sorriso no rosto, nesse período confesso que já nutria um profundo respeito pelo camarada, sua seriedade e compromisso com a luta jamais serão questionados por mim, mas enfim, ele chegou com um sorriso no rosto e dizia que tem um moleque que falava inglês.

E foi assim que eu conheci, naquela tarde, logo na primeira semana de aula, o companheiro Diógenes Brandão, que à época preferia ser chamado de Jimme, lembro que a apresentação ele com um jeito cínico particular “nice to meet you”¸ meu inglês fluente não permitiu que eu respondesse, mas logo entrei na brincadeira, e quando percebi já tinha uma roda de belas meninas nos cercando e dando toda atenção aquele cara que falava tão bem em inglês.

O que me chamou mesmo atenção foi a fluência, a forma como aquele garoto ficava no centro das atenções e como uma tranquilidade, e de repente o Jimme já fazia parte de nosso coletivo, e assim começava sua militância no Movimento Estudantil Secundarista no Souza Franco, ele conta outra história, mas foi assim, assim que me lembro dele.

De lá para cá muita coisa mudou, mas ainda vejo nele o mesmo jeito atrevido e cínico, hoje de uma forma mais madura, mas com a mesma preocupação em se útil, em fazer parte de alguma coisa que ele acredite, vi nas suas primeiras caminhas, já com uma decisão forte e, à época ingênua, tínhamos construído o Movimento Moara, que teve uma ruptura em função da ida de alguns companheiros para a Convergência Socialista, e ele continuo com a gente, mesmo sabendo que não teríamos chance de ganhar a eleição do Grêmio naquele ano, mas ele ficou e durante a campanha foi incansável na defesa do Movimento, e assim foi durante todo o período que eu fiquei em Belém, passamos muita coisa juntos e mesmo no período que eu estava em Brasília, ele foi diversas vezes falar comigo, inclusive na primeira Conferência Nacional de Cultura, mas essa vou deixar apenas nas boas lembranças.

Ele foi decisivo para meu retorno a Belém, confesso que depois de quase 14 anos longe da minha cidade, meus dias em Brasília estavam contatos, fiz o que tinha que fazer, corri o Brasil com a Liga Bolchevique Internacionalista, tinha dado ao PSTU um doce sabor do que nós da Articulação sofremos nas mãos da CS nos encontro do PT, nos encontros dos movimentos, dos bares e das praças, mas enfim, era chegada a hora de voltar a Belém.

Foi quando recebi uma ligação do Jimme falando do ação do Fórum Social de Capanema, e de como seria importante meu retorno para participar, já que o prefeito acabará de se filiar ao PT e tínhamos como cota a Secretaria de Planejamento, e que a passagem já estava comprada, enfim, a chance surgia de meu retorno, e quem estava por trás disso, ele mesmo o Jimme!

Bem não preciso lembrar o que aconteceu, mas olhando agora ele estava presente em tão bons momentos de minha vida, que acho difícil deixar ele simplesmente passar, já enfrentamos dificuldades como companheiros, amigos e amantes, sim amantes, somos simplesmente apaixonados um pelo outro, eu sei que agora que revelo isso publicamente devo pedir desculpas para a Marcilene, mas nossa paixão em uma interjeição profunda: a luta por uma sociedade melhor!

Temos objetivamente conceitos teóricos completamente distintos, mas estamos sempre juntos nas caminhadas que fazemos pelo Movimento Popular, Cultural e agora na militância surreal que a internet nos proporciona.

E quando chegou A HoRa e A vEz dA MiLiTÂnCia e vejo que ele é um dos candidatos a presidência do PT em Belém não me sobra alternativa a não ser me posicionar em apoiar sua conduta, em estar nas fileiras e pedir voto a esse incansável combatente, e estar ao seu lado, nas futuras batalhas que virão, conte comigo, com minhas habilidades, com meu senso de oportunidade, com minha inteligência política, com meu ombro, mas também com minhas trapalhadas, meus erros e equívocos, sabes eu sou humano e peço desculpas por todos os momentos em que te deixei de certa forma constrangido e quero deixar claro que em nenhum momento foi por maldade, mas apenas medo de admitir que sou humano. Obrigado e vamos brigar, lutar e caminhas juntos nesse PED, e espero que depois dele, as sementes possam germinar e florir!

Soure, 12 de setembro de 2013

Marcelo Bastos

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Feliz Aniversário Andréa Bastos!!!!!!!!!!!


Com o passar dos anos eu aprendi que somos a somatória do que nos circula, e na fase inicial de minha vida, és uma presença constante em todos os sentidos, não posso deixar passar em brancas nuvens teu aniversário e muito menos perder a oportunidade de te deixar embaraçada frente ao mundo.
A Andréa é uma daquelas mulheres que simplesmente vão em direção a vida, lutam ao acordar, lutam durante a manhã, no almoço, a tarde já estão prontas para lutarem novamente e a noite, são as mulheres mais apaixonadas e dispostas a dar e receber prazer.
É assim é minha irmã, não contem à ninguém que ela é mais "velha" do que eu, mas isso não importa, lembro de uma vez, quando eramos estudantes, em uma das milhares de manifestações que dirigíamos juntos, ela era uma liderança de ação, dificilmente ela iria para sala de aula falar com os alunos, muito embora me acompanhasse o tempo todo, mas na hora da ação, lá estava disposta em ser a primeira a fechar as ruas, a ir discutir com o comando do policiamento e a estava na linha de frente de todo combate físico.
Pois bem, nesse dia quente de outubro, cheguei em casa por volta de meio dia, e olhei logo para ela pedindo socorro, não sabia o que fazer, contei-lhe logo o que havia ocorrido, do acidente e da morte da estudante em frente a escola, e ela calmamente pegou a toalha e foi para o banheiro, dizendo, vai almoça rápido, nesse momento a dona Nair, em um raro momento estava em casa, e quando ela saiu do banheiro foi se trocar no quarto dela e me disse toma banho e se arruma, com um voz suave e até certo ponto carinhosa, nessa época a Déia era tudo menos carinhosa comigo, ainda tínhamos uma rixa mal, acredito que ela guardava magoa das minhas intermináveis "gagadas" que fazia quando era ainda um lindo Bebê, e fiz isso até aproximadamente sete anos, imagina a paciência dela comigo até os quinze! Mas, enfim, sair de casa olhando para a mamãe e falei sem medo que nos esperava, dizendo que "o Lauro Sodré iria presenciar a terceira guerra mundial", confesso que o medo, o receio e a incerteza pairavam sobre meus ombros, mas eu a via ali, tão segura e calma.
Morávamos no Conj. Jardim Marguari que levava aproximadamente uns 30 minutos de casa até a escola, nesse percurso eu estava a beira de um ataque de nervos e ela ali com um olhar no horizonte, nunca tinha percebido que ela naquele momento irradiava um beleza e uma tranquilidade sem igual, a medida que nos aproximávamos fui me acalmando com sua serenidade e logo, os dois estariam prontos para escrever um capítulo a parte da história do Movimento Estudantil em Belém, tive o privilégio e conto isso com orgulho de ser teu irmão, teu amigo, teu camarada de luta, sei que sou um cara complexo e por vezes difícil de se conviver, mas tenho em ti um amor enorme e um devoção incondicional, como seu que isso é reciproco.
Muito obrigado por tudo mesmo, e que nesse teu aniversário quero que se sinta abraçada por mim, e saibas que te amo!
Ah! tenho outras história, como por exemplo ela bateu em um PM através de uma janela de vidro, mas isso é em outro momento!

domingo, 8 de setembro de 2013

Em 2014 um novo PT?


Não acredito quem em 2014 o PT possa se recuperar e retornar suas origens, acabou o tempo da inocência, temos que admitir que o PT não é mais o partido de sua origem, nem mesmo o partido de esquerda, que nós os marxistas queríamos!

Depois de tanto tempo administrando o estado burguês o Partido dos Trabalhadores simplesmente acabou se adaptando, e a revolução perdeu o debate para os reformadores, obviamente que isso tem causas estruturais e estruturantes, certamente fatores conjunturais, históricos e econômicos poderiam explicar melhor essa mudança qualitativa no processo de adaptação, mas o fato é que um fusca não evolui para ser tornar uma Ferrari.

O PT em sua origem já era um projeto de uma casta operária, que é perfeitamente normal e justo em se organizar em uma parte de iguais, mas o processo de estruturação do capitalismo tardio forçava um aglomerado de ideias progressistas em um período de ditadura, os grupos de esquerda precisavam desse guarda-chuva, essa simbiose de fato nunca existiu, não foi a vanguarda que ganhou a classe operária para construir o partido de trabalhadores, foi a burocracia lulocrática que bebeu da renovação da esquerda e do discurso necessário para se tornar hegemônico e com isso fazer as transformações que estamos vendo hoje.

Obviamente que elas são progressistas, mesmo o mais canalha da burocracia lulista é mais avançado que os barões do café da Bahia ou dos Coronéis mineiros, ou os donos da FIESP Paulista, esse fato, deve ser entendido como ponto inicial de dois movimentos que estamos discutindo a muito tempo, o processo de construção de uma classe “d” consumidora e formadora de opinião, que podemos reduzir a uma política de pão e circo, em um grosseira adaptação, mas que perfeitamente traduz o acordo que o PT fez com  os ditos “setores progressistas” aprovados em seu 5º encontro nacional, em 1988.

E o outro foi e é a constituição de uma massa crítica, formada pelo assembleísmo petista, gerando uma vanguarda que domina a política pública a ser instalada no governo central, substituindo isso a esquerda, afinal de contas não se pode esperar que um burocracia sindical possa constituir capital intelectual para esse tipo de tarefa, mas a união dos movimentos sociais poderia fornecer, como forneceu, ainda constituindo o “circo” necessário para dirimir as crises de opiniões e de divergências, e aqueles que estão fora do circuito ficam apenas gritando para paredes.

Não há como retornar a seu ponto de origem, pois o PT não mudou, apenas aperfeiçoou a forma de fazer política, claro que as causas estruturais estão na apropriação dos recursos oriundos dos espaços públicos e de uma política financeira de constituição de uma burocracia interna, que foi substituindo aos poucos os encontros, os congressos e os núcleos, para se cerca mais da LOPP (Lei Orgânica dos Partidos Políticos), assim o PT concentra seu processo de se tornar o partido dirigente, externo e interno.

Prova disso é a maquina que hoje o PT se tornou, e o seu calendário é prova cabal de postura burocrática do PT, pois em ano que não temos eleição, temos PED ou Prévias, mas sempre em movimento de campanha.

A Chapa a Hora e a Vez da Militância surge fazendo uma crítica ao um processo que ainda nem compreende direito, não sabe localizar em seu núcleo as críticas, sabem que o PT está longe do foco que os orienta, mas não aprofunda a crítica, por que se assim o fizer restará apenas um saída, a ruptura com o próprio PT, contradição insuficiente para perceber que o seu momento é oportuno para se constituir enquanto processo de desconstrução de uma política voltada para a burocracia sindical lulista, recompondo uma nova pactuação dentro do próprio PT.

Inserindo o PT da Amazônia, capitaneado pelo Pará nesse debate de poder central, onde as políticas podem e devem fazer parte de um conjunto reformulador de ações e políticas públicas, mas isso significa girar o eixo de poder e redistribuir regionalmente, mas ainda é cedo para esse giro, São Paulo e Minas Gerais, aceitam tão somente distribuir migalhas de projetos que não são mais usados em suas próprias regiões, a luta de classes, passou a ter um critério burocrático e essa luta política ainda está longe de ser entendida aqui em nosso estado, e ainda é um debate inexistente na chapa.

Contudo é um passo inicial, se a Chapa tem um mérito é o de não baixar a cabeça e se ajoelhar ante o poder central das tendências, dos mandatos e de grupelhos, assumindo uma crítica político/organizacional com foco nas eleições do ano que vem, prevalecendo a uma crítica justa em nosso entendimento da coligação prévia com o PMDB. Todavia, deve-se imaginar que o processo conjuntural, onde as manifestações estão sendo utilizadas por grupos de extrema direita para desestabilizar o governo central, com espaços multi-midiáticos sendo utilizado, com a própria conversão das maiores indústria de opinião ao seu lado, a possibilidade de não reeleição está dada, logo, ganhar em primeiro turno se torna uma tarefa necessária e urgente para a burocracia lulista, e que tem meu entendimento político e não a minha aprovação.

O fato é que a Chapa a Hora e a Vez da Militância abre um novo tempo, não de ruptura, mas reflexão, o que queremos é fazer parte da tomada de decisão dos rumos do partido, e nisso estaremos juntos em cada momento!

Aproveito e divulgo publicamente meu apoio ao companheiro Marquinhos Oliveira para Presidente do Partido no Estado, decisão tomada a partir dessa reflexão que agora divido com os companheiros, a medida que o PED evoluirá esse debate se tornará mais ativo trarei, com certeza, elementos para o debate, mas entre parlamentares dirigindo o PT e um companheiros que conheço desde 1990, ainda estudante da UFPA, com a companheira Edilene Barros, tínhamos o primeiro núcleo da Articulação Estudantil, e eu sempre apoie, passado os anos, vejo no Marquinhos aquele companheiro de Santa Izabel, com a mesma simplicidade, a mesma coerência, mas agora preparado para dirigir o PT nos desafios que teremos pela frente. Se é chegada a hora e a vez da militância, nada melhor que apoiar um candidato sem mandato para ser presidente do PT.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO AO POVO DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ.

Desde meados de junho o povo do Marajó levantou a cabeça, disposto a erguer uma nova etapa de sua própria história, o abandono do poder público é notório, acostumados a visitarem a ilha em períodos eleitorais, esquecendo-se dela o restante dos anos, esse é o fato!

O Movimento Acorda Marajó, nasceu da mesma forma que outros movimentos no restante do país, cansados do descaso e ávidos por lutar pela dignidade de viver, com educação, saúde, segurança e transportes. Nossa diferença é que o Arquipélago do Marajó jamais foi visto como parte integrante de uma nação brasileira, mas isso mudou e ainda vai mudar muita coisa.

Com o início das manifestações no final de junho, tivemos uma reunião com os representantes da ARCON-PA e da SETRANS (PA) no dia 22 de junho, na Câmara Municipal de Salvaterra, a qual se marcou uma reunião posterior  de maior fôlego uma semana depois, na qual simplesmente a ARCON e a SETRANS, não compareceram, provocando na população do Marajó um profundo sentimento de desrespeito e indignação que resultou em uma paralização de 48 horas da PA 154.

Ao que parece nossos governantes só escutam o povo quando este está na rua, mobilizado e lutando. Durante a manifestação houve vários momentos que estivemos à beira de um conflito maior, o que acabou acontecendo no porto do Camará, e somente após tudo isso, sensibilizamos a ARCON para sentar e discutir as nossas reivindicações.

Assim, no dia 05 de julho de 2013, a coordenação do Acorda Marajó foi a Belém e teve uma exaustiva reunião com a ARCON e os Empresários do setor, que ficou decidido a redução imediata dos valores da passagem da classe econômica para R$ 20,00 (navio) e R$15,50 (balsa), e o restante da pauta seria discutido após a realização de um estudo, com o prazo de entrega em 45 dias, à véspera de vencer o prazo o Movimento Acorda Marajó recebeu um e-mail solicitando a prorrogação do prazo para 01 de setembro, desde então o silêncio reina.

Vencidos todos os prazos estipulados nos acordos e com a total omissão da ARCON em nos dar respostas mais especificas para nossas reivindicações, decidimos:

1-    Mobilizar a população do Arquipélago do Marajó para se manter em estado de vigilância;

2-    Agendar a paralização para o dia 7 de setembro, dessa forma aderindo aos atos nacionais;

3-    Exigir a renúncia do diretor geral Antônio Bentes de Figueiredo Neto e de toda a cúpula da ARCON, ou a sua exoneração por parte do Governo do Estado;

4-    Esclarecemos também que a paralização do dia 07 será por tempo indeterminado, adiantamos que não haverá trégua nenhuma, não passará ninguém na PA 154, enquanto nossas reivindicações não forem atendidas, o tempo do diálogo lamentavelmente passou;

5-    Solicitamos do Ministério Público Estadual as medidas cabíveis, já que as empresas BANAVE e ARAPARI estão trafegando o trecho Belém-Camará-Belém em precárias condições contratuais, e a quebra do contrato com a HENVIL, por desrespeitar as cláusulas de qualidade.

6-    E para que a região não fique sem transportes, conceder autorização a empresas de navegação que se interessem pela rota, desde que fiscalizadas pelo poder público e pela comunidade, cumprindo um protocolo de qualidade de atendimento.

Por fim, vamos deixar claro a nossa posição e compromisso com o povo marajoara, a luta por um transporte digno para essa população só é nosso primeiro desafio, ainda temos muito o que lutar e muito a conquistar, a partir do dia 07 de setembro estaremos nas ruas do Marajó, e vamos esperar mobilizados uma resposta do Governo do Estado, se não, o Movimento Acorda Marajó invadirá Belém e ocupara a ARCON, repetindo assim o ato heroico de nossos antepassados na Cabanagem!