segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Acordei no futuro! Penso que é hora de mudar nosso presente!



Acabei de acordar, nessa manhã quente e úmida de Belém, o caos continua no trânsito, não consigo entender como uma obra consegue se arrastar por tanto tempo. Lembro como se fosse hoje o debate sobre o "BRT" do governo Duciomar Costa, mas já retornamos a ele, vamos descrever com mais detalhes a Belém de hoje, dia 21 de junho de 2020, nossa como tempo passou rápido. Escrevo essas linhas para registrar o fim de um período, mesmo de uma época, desde 2002 o PT governa o país, já estamos na metade do segundo ano do Presidente José Dirceu, que livre das acusações de "mensaleiro" dirige o Brasil para se tornar a maior potência do mundo, com pleno emprego, a melhor educação pública do mundo, mas ainda temos problemas com o sistema previdenciário, com a saúde e com a guerra no campo.

Desde 2017 com a aprovação da lei do pleno emprego, que consiste basicamente no pagamento de um salário mínimo para os desempregados registrados no Sistema Nacional de Emprego, do Ministério do Trabalho, financiado com a taxação das grandes fortunas e das remessas de lucros das empresas estrangeiras, que por si gerou um fundo que permite pagar esse salário mínimo que fica hoje em torno de 1.000 dólares/mês.
A guerra no campo é um dos resultados da política de avanço da reforma agrária e da revolução que a agricultura familiar fez, transformando o Brasil no maior produtor de grãos do mundo, reduzindo as áreas agricultáveis e aumentando a produtividade, sem a especulação das grandes companhias e dos latifúndios. A agricultura brasileira é responsável direta por diminuir os índices de fome em todo continente africano, que vem copiando a fórmula brasileira de investir no trabalhador e em suas necessidades.
Mas como disse antes nem tudo são flores. Esse processo mexeu com interesses de vários poderosos, o Brasil - com o apoio da Rússia e da China - entrou no conselho de segurança da ONU, como membro permanente, e só por esse motivo não sofre sanções econômicas, mas não foi possível deter a ação inescrupulosa dos americanos na invasão da Venezuela, onde detém com mão de ferro toda a produção de petróleo do país. A região amazônica vem sofrendo com essa guerra, quase toda região sofre com as ações de guerrilheiros ligados ao falecido Chaves, com seus CDR's (Comitês de Defesa da Revolução Bolivariana). O governo brasileiro tem destacado tropas para pacificar a área, mas sofre com o tamanho e com as condições, nem os ianques previram que a floresta seria esse inimigo!
Em Belém, a situação não é uma das mais confortáveis, desde a invasão americana, Belém tem se tornado centro de recolhimento de pessoas que fogem da guerra, mesmo com o restante do país em situação confortável a região norte vem sofrendo cada vez mais por escolhas erradas, o governo do estado continua nas mãos dos Tucanos, o atual gestor, utiliza a PM para dar suporte ao Governo Americano, em claro desrespeito a Constituição Brasileira, e a cidade de Belém vê seu patrimônio maior sendo solapada por traições de seus governantes locais e por uma serie de doenças já extintas em outras regiões do mundo, provocadas pela falta de urbanidade.
Desde as eleições de 2012, quando a cidade elegeu Edmilson Rodrigues do PSOL a prefeito de Belém, ele entrou em crise com o Governo Federal, isolando Belém dos avanços conseguidos no restante do país. Com a crise da Venezuela, o PSOL começou um alinhamento como nas guerrilhas, deixando os movimentos sociais completamente fragilizados e priorizando ações de guerra de guerrilhas. O PT após a derrota no segundo, viu sua base militante, ser comprada pelo prefeito, da mesma forma que ele fez nos dois primeiros mandatos, assim o PT em Belém se reduziu a um pequeno grupo de homens e mulheres que se mantém mobilizados através do Fórum Belém 400 Anos. De certo modo a depuração que o PT teve foi relativizado pelos avanços que nacionalmente aconteceu, a geração que ficou tem se destacado na organização da sociedade civil e com isso mantém uma resistência política ao simplismo de se dizer de um lado ou de outro nesse conflito em terras amazônicas, por outro, cassados tanto pela direita tucana como pela pseudo esquerda psolista, os petistas se mantém na organização da resistência e na luta para aproximar Belém do governo central do país.
Como dizia no início, o BTR se mantém como obra inacabada, bem como o portal que ficou restrito a Cidade Velha. Com a vitória do Edmilson, todas as obras do antigo prefeito foram paralisadas. Logo que assumiu começou uma perseguição aos petistas, primeiro os ligados ao movimentos sociais e sindicais, depois aos técnicos das Universidades e por fim as lideranças históricas, e com o passar do tempo, boa parte dos antigos petistas foram subjulgados e corrompidos, na mesma medida que o governo do PSOL se afastava da realidade, o "boom" de crescimento do país consolidava Belém como metrópole da Amazônia.
Imediatamente todas as principais lideranças e intelectuais do mundo trocavam Nova Iorque e Paris pela Belém peninsular, o mundo trocava o foco da bipolaridade, para a iminente disputa entre os EUA e a Venezuela, e com o apoio de Edmilson, a resistência se organizava em terras brasileiras. Foi numa visita a Chaves, em Belém, que ocorreu o primeiro atentado ao presidente venezuelano, escapando graças a uma barricada promovida pelos petistas que obrigou a comitiva de Chaves a mudar de rota.
Em todo caso, Belém entrou na rota da esquerda mundial. Todas as principais correntes de pensamento se encontram em Belém. O congresso da cidade passa a ser o local de encontro e desencontro, lá toda a sociedade (comprada ou não) se revezam em uma constante mobilização de debates e ideias. Não se sabe exatamente como começou, mas fica localizada no antigo prédio da CATA, o mundo está ali!
O PT não existe mais na região como partido, pouco militantes se mantém fiel a luta pelo socialismo com democracia, liberdade e solidariedade, em sua maioria em torno do Deputado Alfredo Costa, que se tornou desde então o símbolo da resistência democrática, forjando a luta com ações de enfrentamento aos desmandos da esquerda psolista e da direita tucana.
Onde erramos, em muitos lugares e em vários momentos da história, mas o concreto é que o PT perdeu as eleições em 2012, porque simplesmente não conseguiu compreender seu papel dirigente no processo. A ida para o segundo turno significava naquele momento que o pragmatismo não poderia ser apenas o elemento de disputa, mas a construção de uma ideologia socialista, e de apostar na militância guerreira, de acreditar que nossos sonhos deveriam estar servindo o sonho de milhões. Não se pode mudar a realidade de crises acreditando apenas em indicações de marqueteiros!
O PT sempre foi mais que isso, e olhando agora para trás o que se apreende é que o PT ainda é o bastião da luta pela democracia, pela liberdade e pela ação solidária de homens e mulheres que acreditam em uma sociedade comunal!

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