Conheci o Apolônio num raro e especial momento da minha vida e da minha militância política, desde o princípio teve uma química, certa magia, formamos uma dupla nova, que enfrentaria o Movimento Estudantil do final dos anos 80 e início dos anos 90 no país de uma maneira muito especial, começamos a fazer política mesmo em 1989, na campanha do Lula, de certa forma fomos o único comitê de juventude do PT Belém naquela campanha, e abrangia todas as escolas de Belém, como uma boca de ferro e panfletos que o Paulo Gaya tinha arrumado, fomos paras as ruas fazer a campanha do Lula, e claro tínhamos dois pontos de encontro um a casa do Apolônio, que ficava perto do Lauro Sodré, e a segunda era a sede do PT Belém, esse ano foi muito bom, não pela derrota de Lula para Collor, mas pela ampla mobilização que conseguimos construir em Belém.
De uma hora para outra tínhamos nos tornado referência do PT em Belém, logo estávamos na antiga Articulação, e fundávamos em Belém a Articulação secundarista, com o Cezar Matos, Com e Edilene Barros, com o Eliezer Rego, com a Andréa Bastos, a Elis, a Lena, Gildo, Wilma, Afonso, Eduardo, nossa tanta gente boa, logo, estávamos também na fundação da Articulação Estudantil a nível Nacional com o Atílio, Vitor Salazar, Marcos (São Bernardo) e muitos outros.
Relatei esses fatos por um motivo, Apolônio e eu, de certa forma fomos as lideranças de um coletivo que começou quase inexistente e pouco depois estava rodado o país construindo o PT, construindo a Articulação, e lutando no Movimento Estudantil, chegamos mesmo a eleger o Apolônio para vice-presidente da UMES Belém, lembro bem daquele congresso, não tínhamos a menor estrutura, mas nas caminhadas e nas escolas, mais e mais pessoas se aproximavam de um jeito único de fazer política, de forma honesta e sincera, chegamos na abertura do congresso da UMES ser a maior bancada individual, lembro que na tese para o congresso eu escrevi que era necessário criar zonais da UMES, pois Belém era e é ainda uma cidade grande, uma metrópole, dizia também que não é nenhuma novidade defender isso, mas era uma ideia inovadora, lembro como se fosse hoje o Apolônio elogiando esse trecho de nossa tese.
Esse congresso ele ficou com a responsabilidade de fazer a negociação com as demais forças políticas, o Cezar com as intervenções em plenário e eu liderava e organizava a bancada, fomos extremamente vitoriosos, tínhamos conseguido mais vagas na diretória da UMES que nossos próprios quadros poderiam participar, por isso decidimos inclusive não indicar todos os nomes, abrindo para o restante do PT indicar os nomes, lembro que o Bobo, ficou sendo diretor de escolas técnicas e a Convergência indica outro diretor.
Depois disso tivemos a luta pela meia passagem, dirigíamos os Grêmios das principais escolas da Almirante Barroso, Pedroso, Lauro, Soufran. Nossa participação construiu uma tradição nas lutas do Movimento Estudantil, e ficou conhecida como eixo da Almirante, chegávamos mesmo a mobilizar mais de 10 mil estudantes secundaristas nas passeatas da meia passagem só com as nossas próprias pernas, e com a ajuda de alguns Sindicatos, em especial a dos Urbanitários e dos Gráficos!
Eu tenho tantas histórias do Apolônio para contar, mas essas vão ficar para o livro que estou escrevendo sobre a história da luta do Grêmio Gisele Miranda, do Lauro Sodré, mas estou escrevendo esse artigo para homenagear o Apolônio que hoje recebeu o título de cidadão da Assembléia Legislativa do Estado do Pará, justo homenagem, conheço poucos paraenses que defendem esse Estado como esse baiano defendeu!
O Apolônio é um daqueles seres humanos especiais, que nascem com uma grandeza e com uma força de vontade insuperável, com um charme próprio, com uma capacidade de convencimento inacreditável, mas acima de tudo com uma inteligência emocional brilhante, sua sensatez e percepção política sagaz o transformaram em um homem que tem meu mais profundo respeito.
Valeu as lutas, valeu as farras, valeu as trilhas, valeu cada segundo que vive ao seu lado, lembro com profunda saudade dessa época, mesmo com nossas diferenças, sabíamos quando devíamos ou não ir para porrada, mas tínhamos em mente que a estratégia do Partido era maior do que nós somos ou éramos, tens uma vida dedicada ao PT, quando saiu candidato a Presidente pelo PT, de pronto me coloquei na campanha, hoje estamos em táticas distintas dentro do PT, mas não conheço nenhum social democrata que tenha compreendido tão perfeitamente seu papel pequeno-burguês para a construção do Socialismo,
Parabéns, e até o próximo encontro!!!!!!!!!!
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