sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A ESPERANÇA É VERMELHA


Hoje não quero pensar em política, duvido que isso possa ser possível, mas vamos, queria sair para ver o Sol, mas isso me lembra política de oportunistas que em períodos anteriores, sabiam vir com pires na mão para pedir ajuda para campanha, e hoje, se mascaram como nobres e éticos. 
Queria ver o mar, mas isso também me lembra política, lembra que na minha querida cidade os "portais" são usados como moeda de troca em períodos eleitorais, e que Belém tem um dos piores níveis de saneamento básico do país.
Queria andar na praia, mas isso me lembra também de política, de como o PT mudou, assim como a arrebentação muda o visual da praia, as vezes destruindo os muros de arrimos construídos para dar lugar a uma nova paisagem, que começa pela destruição, mas a beleza da natureza sempre vencerá pela paciência e sabedoria de séculos, afinal "água mole..", ansiávamos tanto pelo PMDB, que ficamos com "a bunda na janela.." como diria Dominguinhos, nossa estratégia priorizou a luta institucional e não a luta política dentro da sociedade, a luta pela hegemonia tornou-se apenas quantitativa por cargos.
Queria tomar um bom vinho, mas isso me lembra de política, nossos dirigentes à medida que ficaram mais velhos, foram se acostumando aos sabores da burocracia, a renovação se dará penas pela aceitação das cartilhas, os que fogem e respiram outras idéias vão procurar queijo em outro local, e quando perceberam perguntarão "quem mexeu no meu queijo?"

Queria andar pela minha cidade agora pela manhã e reconhecer nas pessoais um sorriso, mas isso me lembra de política, sorriso que tantas vezes foram nossos, e o que fizemos? Nosso julgamento não está em resultados eleitorais, ainda bem, mas está na vanguarda que se insurgiu durante a ditadura militar e que lutou pela democracia, que derrubou Collor e a que elegeu Lula, identifique-se? O que fizemos com nossos lutadores, aqueles mesmo que não seguem a cartilha!
Queria ver minha cidade feliz, com saúde, educação, lazer, segurança, com espaços para meditação e renovação de sua fé, mas com acesso a transporte digno, com respeito aos mais velhos, com liberdade de escolha em relação a sua sexualidade, de plenitude pela sua raça, ah! Já sei isso é política, e sim podemos fazer isso ainda, essa eleição em Belém não terminou, como diria Cazuza, "saiba que ainda estão rolando os dados..", o que temos que fazer? Quebrar todos os protocolos, cartilhas e saberes constituídos, seguir nossos corações e mentes, lembrando que a cor de nosso sangue é vermelho, lembrando dos companheiros que eram difamados de social-democratas, mas lutavam e morriam no campo, enquanto uns ficavam em seus gabinetes, fechados e com ar condicionados, só temos nossas correntes a perder, eis a nossa constatação, isso que temos que mostrar ao povo de Belém, peço desculpas aos marqueteiros, mas hoje em dia eles funcionam como pai de santo, e como dizem, se pai de santo ganha jogo, como terminaria o campeonato baiano?
Temos que repactua o PT com um banho de sonho, que não mais se limitaram a sustentar uma parcela de parasitas, redescobrir os movimentos sociais, não mais apenas em utilizá-los a bel prazer, pensar em revolucionar nossa cidade, nosso estado e nosso país, e não apenas administrar, com técnicos e gestores competentes.
Sim, temos chances de ir ao segundo turno, mas mudando a nós mesmo nesse processo, irmos além do que jamais fomos, eu sei, isso nos dá medo e receio, mas é isso que esse povo lutador e sofrido de nossa cidade faz todo dia, para pagar seu aluguel, sua conta de luz e água, para colocar comida na mesa, essa coragem que precisamos.
Não podemos temer a nossa gente, a nossa cultura de subversão aos ditames, rogo aos céus que essas palavras possam encontrar ressonância, para quem sabe assim possamos salvar o partido, nosso projeto e nossa cidade.
Oxalá me permita que meus críticos possam ir além do que me chamar de louco ou mentecapto, mas que possam construir sínteses, e que minhas palavras não sejam ouvidas como preces, como diria Oswaldo Montenegro, mas que se foram, ainda temos tempo de mudar esse jogo, só depende de nossas ações!

1 comentários:

Aos moradores do Prédio. disse...

Ei mano, valeu pelo texto, mas vamos ver como isso se realiza em nossa campanha... no programa de rádio, no programa de televisão, nas nossas andanças pelas ruas... Impossível?! Nós nunca ligamos muito pra esta palavra... Vamos lá, fazer o que será!