quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Vitoriosa Campanha pelo Voto Nulo!

Só a luta leva a vitória!

Quando entramos nessa campanha pelo voto nulo já sabíamos dos desafios que iria-se enfrentar, do mesmo modo, sabia-se também, que teríamos uma boa acolhida para quem ainda se importa em manter sua dignidade e confiança no processo de construção de opiniões, mesmo que seja uma opinião revolucionária!

Não entramos nela para ganhar votos ou eleger esse ou aquele candidato, mas queríamos discutir os rumos de uma real organização de esquerda, pós golpe, e que precisa estar atenta para os seus desdobramentos bonapartistas, mesmo que esse termo ainda não seja usual na esquerda e nem na Vanguarda que hoje dialogamos!

Sim, tivemos sim aprendizado, muitos debates francos e ardorosos, mas afinal o que é ser radical se não defender aquilo que se acredita até a raiz! E o fizemos da melhor maneira que nosso curto tempo permitiu, saímos com contatos que querem continuar o debate, que conseguem compreender que a atual conjuntura requer maior mobilização dos atores sociais, dos explorados, dos oprimidos, precisamos nos organizar, partindo do atual estado que se encontra os movimentos sociais, fragilizados, desorganizados e desacreditados.

Nosso caminho agora é a ruptura definitiva com a ideia de reforma do estado brasileiro, o golpe é a prova definitiva que não há mais espaço para dialogar com um setor reacionário e que controla o poder econômico, controla o Judiciário, e acima de tudo, controla o destino desse país, a pressa de chegar ao poder sem conquistar uma hegemonia definitiva dos explorados fez o PT pagar um preço muito caro, e vimos essa mesma pressa hoje no PSOL, particularmente em Belém, onde quem está com ED é progressista e quem não está é PSDB envergonhado ou traidor.

Mas é esse o conceito que concordamos que realmente seja a democracia, sim a democracia é de quem tem a maioria, de quem manda é quem detém o poder econômico, qualquer opinião que não seja a deles merece imediatamente a lata do lixo! A única coisa universal nesse conceito é que tanto a direita golpista como os ávidos pelo poder político na prefeitura de Belém a utilizam meramente para seus interesses.

Nosso objetivo com a campanha era dialogar com setores do PT que a muito havia deixado nosso partido de lado, muitos vieram e fizeram a crítica necessária, estimulados por nossa árdua batalha política interna e que separará o joio do trigo nas futuras disputas internas, mas o campo majoritário não permitirá um debate mais franco e aberto, o que é uma derrota sem limites para eles, pois somente com a estruturação de setores realmente comprometidos com uma revolução podem dar a necessária estabilidade políticas para as ações que o PT precisa para sair da crise, para dar respostas definitivas aos ataques que sofre, desde o risco da cassação de seu registro partidária ate a prisão de seu principal líder: Lula!

Contudo ainda se tem muito a caminhar, certamente não ter-se-á a necessária compreensão dos setores de vanguarda e de luta social para obstruir o avançar do golpe, e a tendência é que a cada nova vitória desses setores haja um completo esfacelamento dos setores progressistas da sociedade, mas essa equação ainda não tem todas as variáveis definidas, algumas ainda estão em disputas, outras já estão derrotadas e umas nem sequer conseguimos travar os embates necessários.

Seja como for o futuro vai requerer profundo grau de sacrifício para respondermos as diferentes etapas da luta de classes que se avizinha, e não temos bons prognósticos futuros, o próprio PT em uma última tentativa de se manter dócil ao Capital lutará para se mostrar confiável, que cumpre os contratos e que pode ainda diminuir o processo de transferência de renda, de diminuição das desigualdades e acima de tudo, de construir uma esperança socialista para o Brasil.

Obviamente que a campanha do voto nulo não esperava sair com a maioria dos explorados votando nulo, como já foi comentado, queria-se mesmo era debater algumas coisas, alguns pontos de vistas, laboratório de organização dos explorados, afinal fazer ciência não é e nunca foi exclusividade da academia, mas fizemos inúmeros testes, resolvermos voltar a falar em revolução, em marxismo, em falência do sistema eleitoral, bonapartismo e tantos outros termos que não frequentava mais o debate da esquerda em nosso município!

Seja qual for o resultado a esquerda no Pará ainda precisa se libertar dos dogmas do stalinismo tão reinante nas forças que se dizem progressistas, elas mesmas forças precisam ser mais honestas, se ainda quiserem utilizar da força e da vitalidade do marxismo, principalmente aqueles que utilizam apenas o nome sem o real comprometimento com a teoria revolucionária, mas acima de tudo, precisamos parar de uma vez por todos em dizer que o processo eleitoral serve para alguma coisa, esse tipo de hipocrisia precisa ser definitivamente banida dos discursos e das ideias da esquerda, seja ela revolucionária ou não!

Ainda é muito cedo para discutir qual foi o nosso papel, mas acreditamos que ao lançarmos luz sobre o debate, a partir de uma ótica revolucionária trouxemos novas preocupações e o debate não deve parar, pelo contrário temos que aprofundar ele dentro e fora do PT, para que afinal, possamos de fato construir um partido revolucionário.

E essa construção passa por plantarmos semente de revoltas e rebeliões, de questionar o Estado e o estado das coisas, da repressão e da garantia efetiva dos nossos direitos, mas acima de tudo é preciso que possamos fazer isso a partir da inserção real nos movimentos sociais, fazer com que eles sejam o trampolim necessário para identificar uma vanguarda que possa levar a cabo a tarefa de construir essas rebeliões e essas revoltas.

E a medida que essas rebeliões e revoltas tomarem as ruas, as fábricas, as escolas, as universidade, de pequenas e grandes cidades, mobilizando homens e mulheres, é que poderemos atrair para o real progresso social, a superação das relações capitalista! Mas é preciso ousar, ter coragem de ir além, de enfrentar o inimigo mais poderoso, mais articulado, mas inteligente, mais preparado, mais armado e acima de tudo impiedoso, que mata pelo simples prazer de acabar com a vida humana.

Temos muito que fazer, muito que debater, e hoje nos temos a ousadia e a coragem de fazer esse debate, de dizer que vamos além, que queremos combinar a luta legal e a luta ilegal, mas acima de tudo queremos construir uma verdadeira revolução!








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