Na minha última postagem no Blog, eu escrevi um texto que discutia a defesa do Marxismo, onde em linhas gerais descrevia-se toda uma estratégia de debate e ação da minha compreensão das ações dos marxistas hoje¸ mas não estou aqui para discutir o conteúdo do artigo anterior, mas sim sua forma, logo depois da postagem percebi uma séries de erros, de grafia, de concordância e de lógica, mas enfim, já estava postado!
Recordo-me de algumas críticas de certos companheiros falando que eu devia escrever menos, ou ficar mais atento a isso ou aquilo, mas será que é realmente assim? Fico pensando nisso o tempo todo, eu já escrevi uma infinidade de artigos, monografias, dissertações, teses, projetos, não tenho nem controle do que já escrevi, alguns com os mais rigorosos critérios técnicos, passando por infinitas correções, diversas idas e vindas, ainda faço isso como complemento de renda, mas tenho a intenção de transformar isso em atividade principal.
Hoje vivemos em plena época de ctrl “C” e ctrl “V”, copiasse hoje com uma perfeição que meus amigos deveriam invejar, por que eles só fazem isso. Mas para além desse pequeno detalhe o texto na internet, e particularmente no meu blog os textos são a expressão do que penso e acredito.
Os primeiros post do Dilacerado começou com textos acadêmicos, que os clientes por algum motivo simplesmente não pagaram, logo me senti proprietários deles e publiquei, mas a medida que o blog foi tomando corpo os textos começaram a serem publicados para descrever minhas percepções e minhas análises sobre a realidade que vivo.
A produção era simplesmente escrita e postada de forma imediata, nunca me preocupei com a forma, com as correções, obviamente que isso não era e ainda não é um concepção acerca do texto para internet, mas simplesmente um descaso com as regras. Tenho essa aversão as regras, as normas e as leis! Confesso que isso era desnecessário, afinal quem iria ler meu blog? Na verdade ele surgiu apenas como mais uma tentativa de me expressar e economizar espaço virtual em meu HD.
O certo é que os textos foram sendo produzidos e as relações com as redes sociais fizeram meu blog ser acessado e hoje é lido, somando as visualizações no blogspot e no Google+ estou me aproximando dos 100 mil acessos, um número que certamente me parece bem suspeito, mas enfim, estou aqui agora escrevendo sobre o modo como eu tenho que escrever!
Lógico que hoje eu divulgo nas redes sociais, particularmente no Facebook as minhas postagens, mas o certo é que ele esse ano simplesmente se tornou independente de minhas postagens, alguns artigos e matérias têm vida própria, e isso me colocou em uma situação, que meus amigos e companheiros tinham me alertado, passei então a escrever em dois tempos, primeiro, sigo o instinto de sentar e simplesmente escrever o que vem a mente, depois de certo tempo releio e faço as correções que achar necessário, e somente depois, posto no blog! Procedimento impensado nos momentos iniciais do blog, confesso que esses procedimentos fizeram com que as postagens fossem mais espaçadas entre uma e outra, o tempo para que isso ocorra também aumentou consideravelmente, e minhas idas e vindas do Marajó sempre complica e muito meu acesso a internet.
O fato é que eu não vou mais fazer isso, peço desculpas aos meus amigos e companheiros, quero dizer a eles que se danem! Não tó nem ai para os padrões que eles acham que são corretos! Não estou querendo ganhar uma competição de redação ou ganhar prestígio com o texto bem redigido. Só quero simplesmente me expressar.
Essa liberdade de poder falar abertamente o que se quer, a hora que se quiser, quero apenas dizer ao mundo o que penso, não precisa ser um pensamento original, posso até mesmo comentar um comentário, desculpe a redundância mas é exatamente isso, o que importa é que o texto seja assim, escrito de uma única vez, que sua composição seja o nascimento de algo que para mim é importante e que ele seja único.
Essa é a essência que procuro dar em meus textos, que eles sejam únicos, que sejam meus e que nasçam simplesmente assim, com erros, com defeitos, mas únicos!
Compartilhar meus textos na sua forma original, na sua primeira escrita é mais que um simbolismo qualquer, é uma forma de me contrapor ao processo de industrialização e sistematização que a revolução industrial gerou em nossa civilização.
Esse processo é mais complexo do que se possa imaginar, e não sou eu que faz essa análise, mas Walter Benjamin, onde ele discute a formação da indústria cultural, na qual a questão da reprodutividade técnica da obra de arte, particularmente a questão da fotografia, onde ele declara o fim da aura da obra de arte, ele a define como sendo uma coisa única, onde o artista ao pintar um quadro o constrói de uma forma única, ele será único, não existirá outro igual, pois se o mesmo artista o tentar reproduzir ele, copiando todos os traços, ele terá uma tela parecida, mas não idêntica, o que fará isso é a fotografia!
Para ele a invenção da fotografia permite que esse quadro seja reproduzido de forma infinita e com isso essa obra de arte perderá sua aura, obviamente que a crítica de Benjamin é sobre a nascente indústria cultural, reflexo longínquo da revolução industrial, pois até a arte se tornou um produto e que deve ser fonte de lucro!
Não quero dizer que meus textos são obras de arte, longe disso, quero apenas dizer que eles são únicos, e que eu os apresento da forma com eles foram originalmente escritos e com isso preservando sua aura.
Obs. Esse texto foi escrito assim!
Marcelo Bastos
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