Vou retomar um tema que simplesmente não consigo para de defender, depois de várias críticas dos meus textos anteriores sobre o processo eleitoral, venho a público defender a metodologia de construção dos textos, a partir de uma análise marxista de realidade.
Não tenho a pretensão de me colocar como o último marxista da Terra, mas ao mesmo tempo percebo com clareza que o processo de construção teórica que o marxismo impõe me impulsiona para tomar as decisões políticas que tomo, não há discordância entre teoria e prática, a práxis nesse processo é parte fundamental para se identificar um processo longo, mas que é examinado em cada detalhe e que ao mesmo modo permite a partir de processos de comparação de dados, de análises subjetivas e de construções de sínteses elaborar todo um perfil da realidade, não existe ainda outra ferramenta metodológica que permita fazer isso, apenas o Marxismo!
Em todo caso, em síntese, devo admitir que as estratégias políticas nesse período histórico ainda é um processo profundamente confuso, mesmo distante de uma época histórica da queda do Muro de Berlim e do retorno ao Capitalismo nos países do Bloco Soviético, falta um estudo que permita construir uma explicação mais provável para o que ocorreu, mesmo tendo nos defensistas revolucionário um mote, uma ideia!
Esse norte teórico certamente me influencia profundamente, mas também nos coloca em uma delicada situação tática, principalmente em países em processo de desenvolvimento tardio do Capitalismo, como é o caso do Brasil, e vira e mexe, sou obrigado a descontruir opiniões a cerca dos meus posicionamentos políticos e esclarecer como os marxistas nos tempos atuais devem se posicionar.
Em primeiro lugar não há nenhuma movimentação, dentro da ótica do Marxismo, de aglutinação de quadros ou militantes que merece atenção, na atual conjuntura esse processo, passa necessariamente pela compreensão do processo de queda dos chamados países socialistas, o retorno ao Capitalismo nesses países é assintomático, ou seja, enquanto não pudermos esclarecer de fato o que ocorreu, com uma explicação que permita a compreensão desses eventos e consequência deles em na nossa realidade atual, dificilmente vamos ter a possibilidade de ter um processo honesto de convencimento ideológico.
As atuais vertentes que desgraçadamente se intitulam de ortodoxas ou marxistas, nem de perto conseguem discutem esse tema sem constrangimento, seus discursos vazios de teorias, nada mais são de propaganda hipócrita e enganosa para uma juventude sedenta de esperança pela necessidade de luta social! Mentirosos se utilizam de uma força histórica do Marxismo para apenas construir pequenos aparatos de sobrevivência individual, poderíamos citar diversos, mas não valem o esforço!
Nessas circunstâncias e com esse claro divisor de águas, o Defensismo, se percebe claramente que hoje o principal papel dos marxistas são puramente propagandistas, tenho críticas a essa estratégia, mas devo reconhecer que essa é hoje a única maneira possível de manter viva toda história, toda a trajetória e todo acumulo de saber que o marxismo teve, tem e terá no processo de construção humana no planeta.
Somos uma espécie de guardadores de livros, em plena processo de caça as bruxas, ser marxista hoje é ser discriminado, é ser retaliado e é ser caçado!
Mas nos matemos vivos, carregando sobre nossas costas toda a responsabilidade em manter vivo o pensamento marxista, que não começa com Marx, mas nele encontra tamanha dedicação que o permitiu sintetizar um conjunto de ideias, de construir poderosos instrumentos metodológicos e permitiu estruturar todo um pensamento filosófico!
Estamos em uma luta contra os preconceitos, e os marxista estão desde a primeira hora lutando contra todos os tipos de injustiças, e sofrendo preconceito de quem sofre preconceito! Mas isso vou deixar para outro momento, por que ser marxista hoje é um crime capital, se eu relatar os diferentes tipos de discriminação que sofro no meu dia-a-dia por me intitular marxista! Mas vamos deixar isso para outro artigo.
O que cabe destacar aqui é a estratégia de construção do pensamento marxista hoje, e primeiro lugar isso é um processo longo e não começou recentemente, o primeiro passo é reconhecer a força do pensamento defensistas, o segundo é compreender que existe a necessidade de uma vanguarda que precisa ser resgatada para esse enorme desafio, pois é essa vanguarda que irá se treinar a próxima geração de marxista e de lutadores e consequentemente de revolucionários.
Contudo, deve-se compreender que esse resgate parte do processo de compreensão que eles são vítimas de um processo maior, pois á medida que analisamos a dissolução do bloco soviético, percebe-se que uma geração inteira de revolucionários começou a apresentar um quadro de transtornos mentais, mas precisamente com esquizofrenia ou de transtornos bipolares, e ainda estão em muitos casos que acompanhamos desde a década de 90 do século passado, em processo vegetativo, mas tem um profundo capital intelectual que é fundamental para nossa estratégia de reconstrução de um partido revolucionário.
Para isso começamos a escrever vários artigos, mas em especial o conjunto de artigos que estão publicados em nosso blog, “A Revolução no Divã” e a “Esquizofrenia do Ser Revolucionário”, foi o passo inicial de resgate de um processo de construção teórica de ação terapêutica, sob a ótica do Marxismo, ou seja, o marxismo utilizado como mecanismo de construção de pontes entre a realidade dessa vanguarda e a nossa, que permita assim, nos utilizamos dessa vanguarda para treinar e preparar uma possível geração de quadros profissionais para a revolução.
Obviamente que esse processo é desigual e combinado como a própria realidade que estamos vivendo nessa atual etapa do desenvolvimento das forças produtivas e com isso há de fato uma limitação de entendimento desse processo para uma ampla maioria da vanguarda que hoje combate na linha de frente o Capitalismo, mas, e ao mesmo tempo, há um processo todo estruturado para se descaracterizar nossa compreensão e pesquisa como sendo séria e cientifica.
O terceiro passo é manter como nossa tarefa diária um processo de construção teórica de análise da realidade, pois somente a medida que nossos prognóstico forem acertados pelo decorrer da linha do tempo de nossa geração, é que vamos acumular um residual, mas pertinente processo de acreditação em nossa força metodológica de construção de pensamento.
Ao afirmar nossos pontos de vista em relação aos acontecimentos conjunturais, deve-se manter nossos princípios e proposições ainda vivos, como por exemplo, defender uma Revolução como sendo a única saída para os explorados, defender a construção da democracia operária ou em outras palavras a Ditadura do Proletariado, e por fim, defender a construção de um partido operário, de quadros políticos profissionais.
Tal a necessidade de defesa do marxismo que vamos em todas as oportunidade elaborar e nos posicionar sobre nossas convicções, não há felicidade sem a luta intransigente pelo fim da desigualdade, da fome e de todo tipo de preconceito e discriminação que é ponto de equilíbrio do sistema capitalista.
Marcelo Bastos.
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