A eleição interna para direções
do PT se aproxima, e percebo que o debate não alçou o voou necessário e o clima
morno não ajuda aperfeiçoar o debate, mas também não tenho lenha para colocar
no fogo, quem tem não se manifesta, a mim cabe somente construir a percepção
marxista sobre o futuro do PT, decorrente das mexidas no tabuleiro.
Primeiramente ao PT cabe uma
profunda revisão de sua condição partidária, ou ele caminha para a adaptação
completa ao regime político, rompendo definitivamente seus laços com os
movimentos sociais de luta e emancipação dos explorados ou em sua indefinição,
perde apelo popular, restringindo-se ao gueto eleitoral-burguês, e sem
elaboração de uma proposta programática real que possa avançar em direção a
conquistas históricas dos trabalhadores.
Ou em um segundo momento deixa
rolar, após o PED, terá eleições gerais no país, o PT sai vitorioso com um
leque grande de alianças, ficando cada vez mais refém do PMDB e do
centro-direita, e com isso todo o processo de entupimento ideológico afetando
diretamente nas artérias compondo de amarelo a vermelhidão do PT, causando o
seu mais profundo abalamento, terminado o PT será apenas letra morta, sua
militância, sua força teórica e sua história ficam apenas na memória de antigos
militantes que acabam sendo absorvidos pelo aparato estatal.
Em todos os dois cenários o PT
deixa de ser agende do processo de transformação social e acaba, literalmente,
acaba!
Outra possibilidade é o PT
aprender com seus erros e equívocos e revitalizar sua gigantesca estrutura
partidária, modernizando-a para enfrentar seu principal desafio, romper com o
ciclo de poder e se tornar o partido social que ele tem que ser e não somente o
partido eleitoral o qual se tornou.
Para isso o PT deve romper os círculos
de interesses que as tendências se transformaram, em verdadeiras gangues que
brigam pelo poder financeiro, burocratas sem almas e opiniões, reformulando sua
perspectiva, não para se revolucionária, mas para se manter pelo menos
transformadora, rompendo com qualquer possibilidade de se aliar a direito e ao
imperialismo norte-americano.
A Chapa A Hora e a Vez da
Militância, de uma só vez representa para o Brasil e para o Pará, um tipo de
ruptura que deixa um legado por gerações, a militância não deixará o PT se
tornar torpe sem luta! O primeiro passo para isso é defender o fim do Direito
de Tendências, tornando-as esporádicas e congressuais, o segundo é construir um
tribunal interno para investigar e punir denuncias contras filiados em todo o
país e por fim, realizar um congresso de refundação do PT e trilhar o
aprofundamento radical do Governo Dilma, como foi por exemplo o programa Mais
Médicos!
Não há mais volta! Ou caminhamos
para a radicalidade das nossas ideias igualitárias ou enterramos o PT! O PED
com seus lamentos conjunturais vai ainda saborear uma pitada de sal nesse final
de ano, a evolução da conjuntura mundial obrigará o Brasil a se alinhar
internacionalmente ao liberalismo ou se constituir como uma alternativa social,
seja como for, os rumos políticos nos obrigaram a seguir um dos caminhos aqui
descritos, bem senhores e senhoras façam suas apostas!
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