Logo após a proclamação da
Constituição em 1988, eu comecei a participar do Fórum Nacional de Educação, no
ano de 1989, fui diversas vezes em Brasília, os debates aconteciam no Congresso
Nacional, e várias vezes tomei uso da palavra, naquele momento vivíamos a
transição entre vários anos de ditadura e começávamos a vivenciar os primeiros
meses de uma democracia recém-descoberta. Lembro-me que as pessoas ficavam me
ouvindo perplexas com os relatos de como era a educação em nosso estado do
Pará, não poupava críticas ao Governador Hélio Gueiros e sua esposa, que
dividia o título de 1ª Dama do Estado e de Secretária de Educação.
Contudo, meu grito era de um
adolescente que almejava acima de tudo ser ouvido, tinha a ingênua esperança
que meus apelos pudessem de alguma forma se transformar em ações (políticas
públicas), queria mesmo que alguém ali pegasse em minha mão e me convidasse
para mudar o mundo, mas ali, em meio a uma euforia sem antecedentes na
história, o debate mesmo que qualificado seria apenas um registro de ideias e
fatos, o momento político colocava a mesa o então Secretario de Educação da
Prefeitura de São Paulo, o companheiro Paulo Freire, Moacir Gattodi e tantos
outros, o que restou então?
No mesmo ano eu tive a
oportunidade de votar pela primeira vez, aos meios 16 anos, votada em Lula para
presidente, no primeiro e no segundo turno, conquista da juventude o voto aos
16! Conquista minha ter a capacidade de estar no PT, fazendo campanha e
votando.
Contudo os anos se passaram e de
tudo o que foi dito e construído pelo PT, em sua ampla maioria, inclusive sobre
educação ficou restrito aos diversos fóruns que participamos durante toda a
nossa vida, em outros textos já comentei sobre a capacidade do PT e de sua
direção política em articular esses tipos de encontros e para que eles servem, dentro
de minhas possibilidade classifiquei como “assembleísmo petista”.
Hoje, desgraçadamente,
toda a cúpula partidária atua com uma cretinice política que beira a soberba,
no Pará isso não é diferente, se podermos fazer um balanço dos últimos anos a
gestão beira a paralisia, mesmo com toda boa intenção de seus dirigentes, o
problema não é de administrar e sim político, os rumos que o partido tem
tomado, e me preocupa sobremaneira, a forma como alguns dirigentes e figuras
públicas estão se apressando em declarar apoio ao PMDB, acho que devíamos fazer
esse debate ainda dentro do PT, não de uma forma subterrânea, mas pública a
aberta a sociedade!
No mais quero
aproveitar e fazer uma autocritica em relação ao meu último artigo “O fim do
PED e do PT!”, quero me retratar, para alguns eu fui longe de mais em propor um
tribunal interno, peço desculpas, as criticas ecoaram, e somente agora percebo
que cometi um equivoco, como pude cometer é algo que ainda vou refletir durante
muito tempo, mas reitero meu posicionamento, o PT precisa se renovar, inclusive
com suas práticas políticas, esse foi meu erro ao apontar diretamente a um
tribunal, devemos em primeiro lugar dar a oportunidade ao que se dizem petistas
de sair espontaneamente do PT sem passar por um julgamento, devemos apenas
definir um prazo para que isso possa acorrer, e só depois, eu disse só depois é
que o tribunal teria a obrigação de julgar as cretinices imbecis de filiados
que não percebem o desafio histórico do PT.
Teríamos que ter
pelo mais 50 anos para transformar esse país, no início falei sobre a Educação,
depois de mais de 500 anos de abandono, a educação emerge como um palco de
afirmações e se combina no debate de desenvolvimento do próprio país, mas ainda
é pouco, ainda estamos muito tímidos nas mudanças que esse país precisa e que
os explorados almejam esse é o fato!
Como vamos fazer essas mudanças se processarem
mais rápido é o desafio, mas enquanto nosso partido for dirigido por cretinos
duvido que possamos avançar rumo ao que debatemos durantes os anos posteriores a
proclamação da carta constitucional deixou as ruas e ficamos nos gabinetes,
toda uma geração militante, que lutou contra a ditadura hoje está com seus dias
contados, cansados e amargurados com seu próprio fracasso, com sua mea culpa, derrotados e por fim elevados
ao mais alto escalão do país para acumulo individual, o PT não cairá sem resistência
de seus lutadores e não vamos nos calar, nem agora e nem amanhã!
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