quarta-feira, 4 de setembro de 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO AO POVO DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ.

Desde meados de junho o povo do Marajó levantou a cabeça, disposto a erguer uma nova etapa de sua própria história, o abandono do poder público é notório, acostumados a visitarem a ilha em períodos eleitorais, esquecendo-se dela o restante dos anos, esse é o fato!

O Movimento Acorda Marajó, nasceu da mesma forma que outros movimentos no restante do país, cansados do descaso e ávidos por lutar pela dignidade de viver, com educação, saúde, segurança e transportes. Nossa diferença é que o Arquipélago do Marajó jamais foi visto como parte integrante de uma nação brasileira, mas isso mudou e ainda vai mudar muita coisa.

Com o início das manifestações no final de junho, tivemos uma reunião com os representantes da ARCON-PA e da SETRANS (PA) no dia 22 de junho, na Câmara Municipal de Salvaterra, a qual se marcou uma reunião posterior  de maior fôlego uma semana depois, na qual simplesmente a ARCON e a SETRANS, não compareceram, provocando na população do Marajó um profundo sentimento de desrespeito e indignação que resultou em uma paralização de 48 horas da PA 154.

Ao que parece nossos governantes só escutam o povo quando este está na rua, mobilizado e lutando. Durante a manifestação houve vários momentos que estivemos à beira de um conflito maior, o que acabou acontecendo no porto do Camará, e somente após tudo isso, sensibilizamos a ARCON para sentar e discutir as nossas reivindicações.

Assim, no dia 05 de julho de 2013, a coordenação do Acorda Marajó foi a Belém e teve uma exaustiva reunião com a ARCON e os Empresários do setor, que ficou decidido a redução imediata dos valores da passagem da classe econômica para R$ 20,00 (navio) e R$15,50 (balsa), e o restante da pauta seria discutido após a realização de um estudo, com o prazo de entrega em 45 dias, à véspera de vencer o prazo o Movimento Acorda Marajó recebeu um e-mail solicitando a prorrogação do prazo para 01 de setembro, desde então o silêncio reina.

Vencidos todos os prazos estipulados nos acordos e com a total omissão da ARCON em nos dar respostas mais especificas para nossas reivindicações, decidimos:

1-    Mobilizar a população do Arquipélago do Marajó para se manter em estado de vigilância;

2-    Agendar a paralização para o dia 7 de setembro, dessa forma aderindo aos atos nacionais;

3-    Exigir a renúncia do diretor geral Antônio Bentes de Figueiredo Neto e de toda a cúpula da ARCON, ou a sua exoneração por parte do Governo do Estado;

4-    Esclarecemos também que a paralização do dia 07 será por tempo indeterminado, adiantamos que não haverá trégua nenhuma, não passará ninguém na PA 154, enquanto nossas reivindicações não forem atendidas, o tempo do diálogo lamentavelmente passou;

5-    Solicitamos do Ministério Público Estadual as medidas cabíveis, já que as empresas BANAVE e ARAPARI estão trafegando o trecho Belém-Camará-Belém em precárias condições contratuais, e a quebra do contrato com a HENVIL, por desrespeitar as cláusulas de qualidade.

6-    E para que a região não fique sem transportes, conceder autorização a empresas de navegação que se interessem pela rota, desde que fiscalizadas pelo poder público e pela comunidade, cumprindo um protocolo de qualidade de atendimento.

Por fim, vamos deixar claro a nossa posição e compromisso com o povo marajoara, a luta por um transporte digno para essa população só é nosso primeiro desafio, ainda temos muito o que lutar e muito a conquistar, a partir do dia 07 de setembro estaremos nas ruas do Marajó, e vamos esperar mobilizados uma resposta do Governo do Estado, se não, o Movimento Acorda Marajó invadirá Belém e ocupara a ARCON, repetindo assim o ato heroico de nossos antepassados na Cabanagem!

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