Desde
meados de junho o povo do Marajó levantou a cabeça, disposto a erguer uma nova
etapa de sua própria história, o abandono do poder público é notório,
acostumados a visitarem a ilha em períodos eleitorais, esquecendo-se dela o
restante dos anos, esse é o fato!
O
Movimento Acorda Marajó, nasceu da mesma forma que outros movimentos no restante
do país, cansados do descaso e ávidos por lutar pela dignidade de viver, com
educação, saúde, segurança e transportes. Nossa diferença é que o Arquipélago
do Marajó jamais foi visto como parte integrante de uma nação brasileira, mas
isso mudou e ainda vai mudar muita coisa.
Com
o início das manifestações no final de junho, tivemos uma reunião com os
representantes da ARCON-PA e da SETRANS (PA) no dia 22 de junho, na Câmara
Municipal de Salvaterra, a qual se marcou uma reunião posterior de maior fôlego uma semana depois, na qual
simplesmente a ARCON e a SETRANS, não compareceram, provocando na população do
Marajó um profundo sentimento de desrespeito e indignação que resultou em uma
paralização de 48 horas da PA 154.
Ao
que parece nossos governantes só escutam o povo quando este está na rua,
mobilizado e lutando. Durante a manifestação houve vários momentos que
estivemos à beira de um conflito maior, o que acabou acontecendo no porto do
Camará, e somente após tudo isso, sensibilizamos a ARCON para sentar e discutir
as nossas reivindicações.
Assim,
no dia 05 de julho de 2013, a coordenação do Acorda Marajó foi a Belém e teve
uma exaustiva reunião com a ARCON e os Empresários do setor, que ficou decidido
a redução imediata dos valores da passagem da classe econômica para R$ 20,00
(navio) e R$15,50 (balsa), e o restante da pauta seria discutido após a
realização de um estudo, com o prazo de entrega em 45 dias, à véspera de vencer
o prazo o Movimento Acorda Marajó recebeu um e-mail solicitando a prorrogação
do prazo para 01 de setembro, desde então o silêncio reina.
Vencidos
todos os prazos estipulados nos acordos e com a total omissão da ARCON em nos
dar respostas mais especificas para nossas reivindicações, decidimos:
1- Mobilizar a população do Arquipélago do Marajó para se
manter em estado de vigilância;
2- Agendar a paralização para o dia 7 de setembro, dessa
forma aderindo aos atos nacionais;
3- Exigir a renúncia do diretor geral Antônio Bentes de
Figueiredo Neto e de toda a cúpula da ARCON, ou a sua exoneração por parte do
Governo do Estado;
4- Esclarecemos também que a paralização do dia 07 será por
tempo indeterminado, adiantamos que não haverá trégua nenhuma, não passará
ninguém na PA 154, enquanto nossas reivindicações não forem atendidas, o tempo
do diálogo lamentavelmente passou;
5- Solicitamos do Ministério Público Estadual as medidas
cabíveis, já que as empresas BANAVE e ARAPARI estão trafegando o trecho
Belém-Camará-Belém em precárias condições contratuais, e a quebra do contrato
com a HENVIL, por desrespeitar as cláusulas de qualidade.
6- E para que a região não fique sem transportes, conceder
autorização a empresas de navegação que se interessem pela rota, desde que
fiscalizadas pelo poder público e pela comunidade, cumprindo um protocolo de
qualidade de atendimento.
Por fim, vamos deixar claro a nossa posição e compromisso com o povo
marajoara, a luta por um transporte digno para essa população só é nosso
primeiro desafio, ainda temos muito o que lutar e muito a conquistar, a partir
do dia 07 de setembro estaremos nas ruas do Marajó, e vamos esperar mobilizados
uma resposta do Governo do Estado, se não, o Movimento Acorda Marajó invadirá
Belém e ocupara a ARCON, repetindo assim o ato heroico de nossos antepassados
na Cabanagem!
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