segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PROFUNDA CONFUSÃO DO SINDSAÚDE (PA) EM SOURE

Discursando em Salvaterra na defesa da quebra do Monopólio e cadeia aos empresários do setor.


Estou trabalhando como consultor na área de planejamento da Prefeitura de Soure, na Secretaria Municipal de Saúde, desde março desde ano (13), tendo visto os esforços de toda equipe em reverter uma situação digna de ser chamada catastrófica, e aqui desafio, quem quer que seja, a fazer um diagnóstico diferenciado com relação à saúde em nosso país, estado e em todos os municípios de nossa Federação.

Obviamente que não digo isso com orgulho, sou do PT, e estamos já há bastante tempo no núcleo central de poder do país, primeiro com Lula e agora com Dilma, em ambos os casos, pode se ver o esforço de modificar uma relação trágica, pois a ordem há mais de 500 anos era invariavelmente apostar na saúde privada, que virou um grande negócio, bilhões de dólares são movimentado, e eles fazem isso claramente, à luz do dia, um exemplo claro é a atual novela da Rede Globo de Televisão, onde a disputa pelo controle acionário do hospital leva a sequestro, drogas, traição e assassínio.

Nesse caso a ficção imita de forma dramática a realidade, só para se ter uma idéia do descaso da classe dominante em nosso país, foi a retirada da CPMF, o antigo imposto do Cheque, que renderia milhões para a saúde, o simples replanejamento do impacto nas despesas do Governo Federal levou anos, e até o presente momento ainda não se recuperou, podemos ver isso ao examinar os gastos da saúde previstas nos relatórios de gestão dos anos anteriores e a renuncia fiscal da CPMF comparando com os atuais.

Em Soure não seria diferente, os recursos que são repassados ao município são insuficientes para pagamentos de salários, compra de remédios, investimentos em saúde, cuidados com a prevenção, a própria logística da secretaria, enfim, poderia enumerar diversos procedimentos administrativos de saúde e médicos que invariavelmente determinam custos, aumentando significativamente a despesas a própria medida que o atendimento à população atinge seus objetivos,

Equação inversa e embutida de variáveis não calculadas, essa combinação tende a ser explosiva, porque trata-se de vidas humanas, que precisam e tem todo o direito de serem atendidas na rede de proteção à saúde do município, que aderiu a estratégia de saúde da família, já há algum tempo, contudo os repasses fundo a fundo levam em consideração apenas o numero de habitantes, e não a quantidade de atendimentos, isso provoca por exemplo no Hospital Menino Deus um impacto negativo, pois atende-se toda a região, mas precisamente a população de Salvaterra que busca em Soure atendimento, aumentando significativamente os custos para o município, não atendê-los não é uma alternativa!

Mas, estou aqui como disse anteriormente para defender a Prefeitura de Soure e seu prefeito o companheiro João Luiz e o Secretario de Saúde Newton Pereira das acusações levianas, apolíticas e mentirosas, promovidas no último dia 24 de setembro pela Delegacia do SindiSaúde em Soure, aproveitando a sessão da ALEPA itinerante, quero deixar claro que sou a favor dos movimentos sociais, tanto que o Movimento Acorda Marajó o fez em Salvaterra e estávamos em Soure também, como resultado, na quarta estaremos em Belém, a luta pela quebra do monopólio ganha fôlego, e vamos manter o preço da passagem que foi reduzida no mês de julho passado.

Enquanto o Sindicato da Saúde ficou na frente do prédio sem entrar para fazer o debate, mesmo estando no plenário todas as autoridades da ALEPA e da Prefeitura de Soure, sequer foi entregue um documento explicitando as intenções dos manifestantes, tenho que reconhecer que fizeram barulho, mas que não ecoaram para o fortalecimento da luta dos trabalhadores de saúde, se assim o fosse eu mesmo estaria nas trincheiras com eles.

Mas o fato é que os dirigentes do SIndisaude aqui em Soure vivem um terceiro turno eleitoral, sem trégua e sem debates, não mobilizam e não são reconhecidos como lideranças sérias, e contra eles pairam sérias acusações, algumas já com inquéritos administrativos, o debate político deve permear toda e qualquer divergência, mesmo no mais radicalizado movimento que já participei, fechamos um acordo e hoje temos a Lei da Meia Passagem sem Burocracia em Belém.

Não posso deixar de me solidarizar com os Companheiros João Luiz e Newton Pereira, pois além dos bonecos serem violados por cabos de vassouras em plena praça, na frente de crianças e adolescentes, os verdadeiros revolucionários jamais usariam esse tipo de artimanha, não só por ser baixa, mas agride toda a nossa humanidade, e mostra a cru o grau de degeneração política desses senhores.

Venho a público dizer aos companheiros João Luiz e Newton Pereira, que estaremos juntos na luta por transformar a saúde de nosso município, mas estaremos juntos também para se discutir o atual modelo de saúde pública do país, do mesmo modo, estaremos debatendo com vocês a questão dos transporte para o Arquipélago do Marajó, que encarece a vida de nossa sofrida população, alimentos mais caros, combustíveis mais caros, enfim, tudo hoje passam em solucionar esse problema.

Estamos hoje na luta com o Movimento Acorda Marajó, porque acreditamos que esse é o primeiro passo, e conclamamos o SindSaúde a apoiar essa luta, estaremos em Belém no dia 02 de outubro na Assembleia Legislativa para discutir com os deputados, a ARCON e os empresários, mas sairemos de lá motivados para a luta que se avizinha, pois acreditamos tão somente em nossas ações e iniciativas.

Com relação ao Partido dos Trabalhadores, creio que está mais do que na hora de tomar providências políticas em relação a filiados que se favorecem de sua legenda, mas chegada a hora de defender suas gestões, se encastelam em seus sindicatos, acima do bem e do mal, e fingem desavergonhadamente que lutam pelos trabalhadores, uma comissão de ética e um profundo debate nas fileiras do partido seria uma iniciativa séria.

Conclamo também o nosso Presidente João Batista a examinar a situação e dar uma resposta aos agressores do PT e de dois históricos militantes de luta e que tem uma tradição de combate pelo nosso partido e pelos movimentos sociais.

Com relação as disputas políticas eleitorais, eles já perderam duas vezes e vão continuar perdendo, por uma simples razão, não sabem fazer política, não sabem construir discursos que envolvam a população, e na base da mentira, da acusação pessoal e com o baixo nível de debate, esses senhores cavam sua própria cova política.

Com relação à direção estadual do SindSaúde, um alerta, temos que combater nosso inimigo maior, o tucanalha Jateve, e aqui em Soure seus braços e pernas tem bicos pontudos, hoje somos nós, amanhã serão vocês, porque eu sinceramente penso que estão sendo enganados, não posso imaginar que combatentes como vocês fazem coro com o Governador do Estado por outro motivo, não posso crer que estão subservientes e ajoelhados a ele.

Ao povo de Soure e aos trabalhadores da Saúde, fica nosso compromisso de lutar e trabalhar cotidianamente por uma saúde melhor e humanizada, mas esse debate apenas começa em Soure, mas que tem que finalizar com o fim da saúde paga em nosso país.

Chamo meus companheiros e companheiras do Movimento Acorda Marajó a assinarem esse texto comigo!

Soure, 30 de setembro de 2013.


Marcelo Bastos.

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