Discursando em Salvaterra na defesa da quebra do Monopólio e cadeia aos empresários do setor. |
Estou
trabalhando como consultor na área de planejamento da Prefeitura de Soure, na
Secretaria Municipal de Saúde, desde março desde ano (13), tendo visto os
esforços de toda equipe em reverter uma situação digna de ser chamada catastrófica, e aqui desafio, quem quer que seja, a fazer um diagnóstico
diferenciado com relação à saúde em nosso país, estado e em todos os municípios
de nossa Federação.
Obviamente que não digo isso com
orgulho, sou do PT, e estamos já há bastante tempo no núcleo central de poder do
país, primeiro com Lula e agora com Dilma, em ambos os casos, pode se ver o
esforço de modificar uma relação trágica, pois a ordem há mais de 500 anos era invariavelmente
apostar na saúde privada, que virou um grande negócio, bilhões de dólares são
movimentado, e eles fazem isso claramente, à luz do dia, um exemplo claro é a
atual novela da Rede Globo de Televisão, onde a disputa pelo controle acionário
do hospital leva a sequestro, drogas, traição e assassínio.
Nesse caso a ficção imita de forma
dramática a realidade, só para se ter uma idéia do descaso da classe dominante em nosso país, foi a retirada da CPMF, o antigo imposto do Cheque, que renderia
milhões para a saúde, o simples replanejamento do impacto nas despesas do
Governo Federal levou anos, e até o presente momento ainda não se recuperou,
podemos ver isso ao examinar os gastos da saúde previstas nos relatórios de
gestão dos anos anteriores e a renuncia fiscal da CPMF comparando com os atuais.
Em Soure não seria diferente, os
recursos que são repassados ao município são insuficientes para pagamentos de
salários, compra de remédios, investimentos em saúde, cuidados com a prevenção,
a própria logística da secretaria, enfim, poderia enumerar diversos
procedimentos administrativos de saúde e médicos que invariavelmente
determinam custos, aumentando significativamente a despesas a própria medida que o
atendimento à população atinge seus objetivos,
Equação inversa e embutida de
variáveis não calculadas, essa combinação tende a ser explosiva, porque
trata-se de vidas humanas, que precisam e tem todo o direito de serem atendidas
na rede de proteção à saúde do município, que aderiu a estratégia de saúde da
família, já há algum tempo, contudo os repasses fundo a fundo levam em
consideração apenas o numero de habitantes, e não a quantidade de atendimentos,
isso provoca por exemplo no Hospital Menino Deus um impacto negativo, pois
atende-se toda a região, mas precisamente a população de Salvaterra que busca
em Soure atendimento, aumentando significativamente os custos para o município, não
atendê-los não é uma alternativa!
Mas, estou aqui como disse anteriormente
para defender a Prefeitura de Soure e seu prefeito o companheiro João Luiz e o
Secretario de Saúde Newton Pereira das acusações levianas, apolíticas e
mentirosas, promovidas no último dia 24 de setembro pela Delegacia do
SindiSaúde em Soure, aproveitando a sessão da ALEPA itinerante, quero deixar
claro que sou a favor dos movimentos sociais, tanto que o Movimento Acorda
Marajó o fez em Salvaterra e estávamos em Soure também, como resultado, na
quarta estaremos em Belém, a luta pela quebra do monopólio ganha fôlego, e
vamos manter o preço da passagem que foi reduzida no mês de julho passado.
Enquanto o Sindicato da Saúde ficou
na frente do prédio sem entrar para fazer o debate, mesmo estando no plenário
todas as autoridades da ALEPA e da Prefeitura de Soure, sequer foi entregue um
documento explicitando as intenções dos manifestantes, tenho que reconhecer que
fizeram barulho, mas que não ecoaram para o fortalecimento da luta dos trabalhadores
de saúde, se assim o fosse eu mesmo estaria nas trincheiras com eles.
Mas o fato é que os dirigentes do
SIndisaude aqui em Soure vivem um terceiro turno eleitoral, sem trégua e sem
debates, não mobilizam e não são reconhecidos como lideranças sérias, e contra
eles pairam sérias acusações, algumas já com inquéritos administrativos, o
debate político deve permear toda e qualquer divergência, mesmo no mais
radicalizado movimento que já participei, fechamos um acordo e hoje temos a Lei
da Meia Passagem sem Burocracia em Belém.
Não posso deixar de me solidarizar
com os Companheiros João Luiz e Newton Pereira, pois além dos bonecos serem violados por cabos de vassouras em plena praça, na frente de crianças e
adolescentes, os verdadeiros revolucionários jamais usariam esse tipo de artimanha,
não só por ser baixa, mas agride toda a nossa humanidade, e mostra a cru o grau
de degeneração política desses senhores.
Venho a público dizer aos companheiros
João Luiz e Newton Pereira, que estaremos juntos na luta por transformar a
saúde de nosso município, mas estaremos juntos também para se discutir o atual
modelo de saúde pública do país, do mesmo modo, estaremos debatendo com vocês a
questão dos transporte para o Arquipélago do Marajó, que encarece a vida de
nossa sofrida população, alimentos mais caros, combustíveis mais caros, enfim,
tudo hoje passam em solucionar esse problema.
Estamos hoje na luta com o Movimento
Acorda Marajó, porque acreditamos que esse é o primeiro passo, e conclamamos o
SindSaúde a apoiar essa luta, estaremos em Belém no dia 02 de outubro na
Assembleia Legislativa para discutir com os deputados, a ARCON e os
empresários, mas sairemos de lá motivados para a luta que se avizinha, pois
acreditamos tão somente em nossas ações e iniciativas.
Com relação ao Partido dos Trabalhadores,
creio que está mais do que na hora de tomar providências políticas em relação a
filiados que se favorecem de sua legenda, mas chegada a hora de defender suas
gestões, se encastelam em seus sindicatos, acima do bem e do mal, e fingem desavergonhadamente
que lutam pelos trabalhadores, uma comissão de ética e um profundo debate nas
fileiras do partido seria uma iniciativa séria.
Conclamo também o nosso Presidente
João Batista a examinar a situação e dar uma resposta aos agressores do PT e de
dois históricos militantes de luta e que tem uma tradição de combate pelo nosso
partido e pelos movimentos sociais.
Com relação as disputas políticas eleitorais, eles já perderam duas vezes e vão continuar perdendo, por uma simples razão, não sabem fazer política, não sabem construir discursos que envolvam a população, e na base da mentira, da acusação pessoal e com o baixo nível de debate, esses senhores cavam sua própria cova política.
Com relação à direção estadual do
SindSaúde, um alerta, temos que combater nosso inimigo maior, o tucanalha
Jateve, e aqui em Soure seus braços e pernas tem bicos pontudos, hoje somos
nós, amanhã serão vocês, porque eu sinceramente penso que estão sendo
enganados, não posso imaginar que combatentes como vocês fazem coro com o
Governador do Estado por outro motivo, não posso crer que estão subservientes e
ajoelhados a ele.
Ao povo de Soure e aos trabalhadores
da Saúde, fica nosso compromisso de lutar e trabalhar cotidianamente por uma
saúde melhor e humanizada, mas esse debate apenas começa em Soure, mas que tem
que finalizar com o fim da saúde paga em nosso país.
Chamo meus companheiros e
companheiras do Movimento Acorda Marajó a assinarem esse texto comigo!
Soure,
30 de setembro de 2013.
Marcelo Bastos.
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