Depois do resultado do
primeiro turno muitos ainda ficam se perguntando contra quem lutar? Eu do meu
lado fico pasmo com os absurdos que estão se cometendo ao se fazer essa
pergunta, mas como sou adepto do livre perguntar, a faço e quero responder claramente,
devemos ter a obrigação de lutar contra o PSDB, contra Zenaldo! Isso resume
nossa ação política em votar e fazer campanha para Edmilson! Pronto, poderia
parar por aqui, mas como dizem, não costumo escrever pouco mesmo, vamos lá
compreender esse processo, para longe do revanchismo pequeno burguês e para
além do sectarismo esquerdista de alguns! No que pese a escolha em fazer frente
única com o PSOL nesse segundo turno tem haver diretamente com a invasão soviética
ao Afeganistão no final dos anos 70, tem haver com a invasão ianque no Iraque e
assim por diante.
Não entenderam, então
vamos conversar mais adequadamente! Se uma luta está na frente dos marxistas,
sempre ter-se-á um lado, a dos oprimidos e a dos lutadores! Não se pode esperar
que ficaremos do lado dos ianques quando eles fazem guerra contra o povo
iraquiano, do mesmo modo como hoje não podemos defender a permanência de tropas
brasileira no Haiti! Do mesmo modo como faremos luta política pela defesa
incondicional do governo bolivariano de Chaves ameaçado pelo imperialismo,
mesmo não concordando com sua linha de atuação política de “socialismo do
século XXI”.
A tática de frente única foi utilizada pelos bolcheviques
russos antes da Revolução de Outubro. O segundo Congresso da Internacional
Comunista de 1920 deu a esta tática expressão programática. O objetivo desta é
permitir que os operários se unifiquem na luta contra o inimigo de classes
comum, mesmo quando a classe trabalhadora se encontre dividida em organizações
reformistas e revolucionárias. Como continuidade desta tradição bolchevique,
Trotsky afirmava que buscar a maior unificação das massas em suas lutas se
impunha “a necessidade da tática de frente única, que nos obriga a concertar
alianças circunstanciais com dirigentes reformistas”
Compreendendo a tática de frente única como uma
tática circunstancial, episódica, não permanente, destinada a alcançar a
unidade dos trabalhadores e das massas que têm suas organizações dirigidas por
reformistas e burocratas, Trotsky ensinava que “a aliança com os reformistas,
no momento em que as circunstâncias os obriga a dar um passou ou meio passo
adiante, pode ser inevitável. [...] Porém, é necessário saber de antemão que os
comunistas romperão implacavelmente com os reformistas tão logo estes dêem um salto
para trás.” Palavras simples que mostram a flexibilidade tática com que os
revolucionários devem atuar para, diante da dinâmica das direções e
organizações operárias concretas e reais, encontrar as mais apropriadas táticas
para a unidade dos trabalhadores e desmascaramento dos dirigentes burocráticos,
sem capitular ou depositar qualquer ilusão ou confiança nos reformistas.
Contudo e para além do debate dentro do
marxismo, algo que já é inócuo dentro do PT, e do PSOL também, que ambos são partidos
completamente adaptados ao estado e a legislação burguesa! Portanto, não há
diferença entre os dois partidos, mesmo nos discursos, o programa do Ed, nada
mais é que o nosso programa com pitadas de elementos de participação popular,
revolucionário? Não tem de revolucionário, como o nosso próprio programa nada
tem de revolucionário, somos todos centristas acostumados a maré pequeno
burguesa que nos mantém vivos sem questionar nosso futuro.
O que fazer com o PT?
Essa é a pergunta, mas para isso teremos que
compreender nosso papel, em um estado periférico e um sociedade arcaica e
atrasada, e o pior com uma grande história de esquerda, temos em nossa história
a única guerrilha que o país já teve, temos a tradição de luta política mais
avançada do país, pois já tivemos a Cabanagem, mas enfim, o que eu quero dizer
que o PT aqui nunca será o PT de São Paulo, do Rio Grande do Sul, ou do Rio de
Janeiro e Brasília, lá já houve um completa adaptação ao valores da institucionalidade,
mas aqui, mesmo a direção do PT querendo não adianta, teremos ainda a
necessidade de debater, de discutir e reunir!
Então vamos ao debate!
Vamos fazer frente única com o PSOL para derrotar
o PSDB e vamos fazer luta política com o PSOL na prefeitura!
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