A cada ano o processo de
aceitação da tecnologia em diferentes ambientes têm se mantido em estado de
permanente evolução, já foi assim na década de 90 com o mundo corporativo, business to business, com o estado
(processo de informatização do governo federal, mas precisamente a do Banco do
Brasil que tem um específico Back Bone,
cuidando de sua comunicação e comutação, ou mesmo da Previdência Social que
hoje tem um dos sistemas de informática mais modernos do mundo), enfim, não é
de hoje que a tecnologia vem assumindo cada vez mais um papel significativo nos
processos, chegando inclusive nas eleições por meio das urnas eletrônicas.
O papel da internet no mundo vem
sendo ampliado desde sua origem, ainda na década de 60 até hoje muito se
caminhou, estamos à beira da internet de 3º geração (3G), onde a virtualidade
assumirá outras proporções, desde a mudança de finais de filmes, ou mesmo a
troca de atores em determinada produção, como uma cidade virtual que poderemos
mudar o perfil de cada personagem, a cor do cabelo, a roupa, até mesmo a forma
de falar, mas isso tudo é apenas a redução de um conceito: a interatividade!
Pode-se compreender que o futuro
da internet está muito além das redes sociais, febre em nossa região, mas que
já é a mais de uma década algo do passado nos países do primeiro mundo, onde
essa interatividade já está em pleno funcionamento entrelaçadas a TV, a
telefonia e a internet, não há mais a dita “privacidade”, a interação desses
modelos e linguagens está transformando o próprio perfil do consumidor médio
americano, tema de outro artigo, assim espero!
Contudo, voltamos à
interatividade, recentemente tivemos a experiência dos países árabes, onde a
liberdade de imprensa ainda é um processo tardio, com captação de imagens via
celulares, de transmissões com vídeos de baixa qualidade que varreram o mundo
com imagens que chocaram a todos, com a violência descabida e inoportuna, para
ser benevolente, mas esse processo, longe de ser inédito pode ser compreendido
como um grito de socorro, da mesma forma que as imagens da Praça da Paz
Celestial (China, 1989) percorreram o mundo e tiveram em sua síntese uma aura
particular, em seu sentido alocado por Walter Benjamin, pois seu conteúdo não
era exatamente o que se esperava, mas que em sua síntese apontava algo novo,
mesmo revolucionário, na sua gênese, mas que não impetrava uma revolução
política, logo a sua aura era expresso pela sua singularidade inovadora, mas natimorto
em seu sentido progressivo.
Do mesmo modo no outono árabe a
luta progressista de seus povos estará limitada aos interesses do estado de
Israel e do próprio imperialismo ianque, mas enfim, cumpriram um papel, e a
internet foi e é uma ferramenta nessa luta, ganhando projeção necessária e em determinadas
circunstâncias sendo mesmo o único canal de comunicação, fato este, que nos
coloca na vanguarda de sua utilização social, humano e econômico.
Obviamente que não estamos aqui
para discutir o conteúdo das mídias sociais, ou mesmo do processo da Praça da
Paz Celestial, mas observar com seus exemplos como as imagens e seus veículos
podem interferir na realidade e como esse processo pode ser aproveitado nessas
eleições municipais.
Recentemente tive a oportunidade
de participar, como colaborador da coordenação da pré-campanha do companheiro
Alfredo Costa, e a internet teve um papel destacado, particularmente as mídias
sociais, foi um palco de debates intensos, por vezes mesmo exagerado, mas
jamais desnecessário, fosse como fosse, era importante dar vazão a um
sentimento de repressão de espaços políticos para se discutir, e essa
oportunidade a militância aproveitou em sua plenitude!
Logo a campanha era a trincheira
que a militância do PT e principalmente do companheiro Alfredo Costa para
defender suas idéias, alcançar pessoas e fundamentalmente debater, logo nossos
perfis acabarão por ter uma única linguagem, replicávamos quase que
automaticamente uns aos outros, sem nem ao menos ter um linha organizada de
atuação no Facebook, a rede aumentava na mesma medida que alimentávamos com
conteúdo.
Logo, aproveitamos os debates que
eram organizados pelo PT para transmitir on
line sínteses dos debates, e assim fizemos, logo, todos os demais
pré-candidatos seguiram o mesmo exemplo, chegamos mesmo a postar vídeos com minutos
de atrasos, e no último chegamos a transmitir ao vivo.
Não posso determinar aqui o
alcance dessas ações, mas hoje que não sabe que o professor Alfredo Costa é
ribeirinho, nascido no Acará, foi da COBAJUR, foi presidente do Grêmio do CEPC,
vereador por 03 mandatos consecutivos, enfim, somente os debates nos distritos
não atingiriam o público que atingiu, sem contar os comentários, as fotos, as
“curtições”, enfim, tínhamos um objetivo e certamente o alcançamos, por mais
que pese a crítica, a linguagem utilizada, a freqüência de postagens ou mesmo o
acompanhamento diário das atividades da pré-campanha.
No blog, antes da campanha não
tínhamos 200 acessos, até o dia 05 de fevereiro passamos dos 1000 acessos, em
apenas 20 dias, mas certamente no Facebook, conseguimos manter um nível de
informações e de debates que fizeram a diferença.
Obviamente que era um público
limitado, ou seja, os filiados ao PT, que teria uma linguagem própria e
sabíamos disso e aproveitamos isso a todo instante, nosso discurso representava
o que o companheiro Alfredo falava em todos os debates, pois queríamos um PT de
todos e todas, não apenas de um grupamento, então foi fácil colar a imagem do
Alfredo nos debates que acompanhávamos dos nossos próprios perfis, para
compreender melhor utilizávamos o perfil do Alfredo para uma linha geral de
atuação e orientação e os nossos particulares para fazer o debate com os
companheiros das outras candidaturas, com exceção do Guilherme que agia por
conta própria, mas que em mais de uma vez, foi fundamental no debate, esse
exemplo é o que deve acontecer com uma candidatura vitoriosa para prefeito de
Belém, temos que perder o controle, a campanha deve ser preparada para suprir a
demanda de informações e conteúdos, mas ela deve necessariamente ser maior do
que podemos imaginar e pensar.
Temos que envolver a juventude
nessa campanha na internet para que ela possa ser pautada não somente
virtualmente, mas que possam construir pontos de encontros, isso serve também
para as setoriais, a campanha na internet deve ter a mesma estrutura
organizacional virtual que a campanha real!
Devemos perder o medo de perder o
controle nos espaços virtuais, pois qualquer tentativa de controle será
considerada um ato de desrespeito e de autoritarismo, devemos sempre lembrar a
necessidade de manter o alto nível, mas não cabe a nós dizer o que pode ou não
ser dito.
Pois somente assim os internautas
poderão materializar na vida real suas opiniões e com isso fazer a diferença no
mundo real, ou seja, na disputa por um Belém cidadã, com oportunidade para
todas e todos, com saúde digna e uma educação de qualidade.
Não haverá espaços para que a
burocracia do partido ou mesmo das tendências possam controlar a rede, qualquer
tentativa será frustrada, digo isso para avisar aos desavisados, e que essa
característica derrubou ditaduras imagine o que pode fazer com os retrógrados
de plantão, lembrem-se que o acesso para a internet, mesmo em Belém pode ser
feita de qualquer cyber, a interatividade não será casual e nela a vida se
refletirá na realidade.
O papel das mídias sociais nessa
campanha é um só, trazer a tona o debate que aqui não conseguimos mais fazer,
por não termos mais espaços, lá não há sorteios de senhas, não teremos só
assessores ou puxas sacos, eles estarão lá, mas será minoria, não haverá
necessidade de aluguel de vans ou ônibus, todos já estamos preparados, basta o
login e a senha.
Sejam bem-vindos ao futuro, a
virtualidade e interatividade da internet será determinante nessa campanha para
construir um candidato antenado com o mundo de hoje, mas que se preocupa com o
mundo sem acesso a net, aquele que ainda tem que pisar na lama para entrar em
casa, que não tem energia elétrica e nem saneamento básico, e para eles que
nossas vozes virtuais devem servir, sem medo, sem limite e preconceito.
Para aqueles que têm a terrível
mania de controlar a tudo e a todos, quero avisar que esses ficarão como os
militares em frente a música de Chico Buarque, “apesar de você, amanhã há de
ser um novo dia”, na internet não há espaço para discursos vazios e
oportunistas, na virtualidade o populismo perde o tom e o que se vê é o claro,
o escuro, o vazio e o conteúdo de uma maneira única, vocês podem fazer suas
pesquisas qualitativas, nelas eu já adianto, não descobrirão nada pois representarão
apenas uma visão deturpada do incapacidade de vocês perceberem o amanhã, a
velocidade com que elas mudam não podem ser acompanhadas pela pequena
capacidade de compreender o mundo que vocês têm.
Só hoje há em curso uma revolução
é a revolução da comunicação instantânea e acompanha-lá não é tarefa só para
quem tem Facebook, ou acessa a internet do celular, não basta ter instrumentos
modernos e acesso a internet, tem que ter a disposição de questionar, de ir
além, de não ficar parado frente às injustiças, pois as ferramentas só terão o
alcance necessário com o conteúdo certo, essa é a lógica da internet, não basta
ter, tem que ser algo mais, tem que ter algo a dizer e esse algo mais é
compreender o papel revolucionário que as Mídias Sociais terão nas próximas
eleições, não adiantar ditas regras, elas serão engolidas no caminho, o que
temos que fazer é ir além delas, inovar e ser vanguarda de um processo de
transformação em curso, o futuro começa agora!
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