As eleições presidenciais esse ano foram ou ainda são uma rara surpresa, mais parecendo uma novela mexicana, cercada de mortes e tragédias, mas ainda com um final inimaginável.
Se por um lado a morte acidental do ex-governador de Pernambuco mexeu no tabuleiro eleitoral, por outro lado, as forças políticas que estão por trás de cada candidatura não sofreram nenhum grande abalo.
A correlação de forças nessas eleições não correspondem aos votos que serão obtidos nas urnas, as estratégias de marketing ainda não são merecedoras de atenção e nem de longe estão desempenhando o papel que antes cumprira. Mesmo as pesquisas eleitorais, com seus novos motes de “confiabilidade” perderam o papel anterior que já tiveram.
Resultado da internet e das redes sociais? Ainda é cedo para definir, mas deve ter uma relação mais direta do que percebemos.
O fato é que com a entrada da Marina no páreo eleitoral mexeu com os brios de todos, e com a comoção provocada pela queda do “jatinho” de Eduardo Campos, a catapultou nas pesquisas, dando mesmo a vitória a Marina no segundo turno.
Obviedade a parte, agora com o andamento da campanha, seja na internet e na TV, Marina virou alvo de todos, principalmente de Aécio Neves, que perdeu espaço, e começou sua reação com ataques a Marina, e com as projeções do segundo turno, a própria campanha da Dilma iniciou uma reação.
O fato é que as eleições desse ano trouxeram novamente a disputa para o centro das atenções, desde a eleição de 1998 onde FHC conquistou no primeiro turno, as eleições viraram cartas marcadas, e iriam novamente ser se não acontecesse uma tragédia, mas não é a primeira vez na história que “Acidentes” modificaram os rumos da história, mas dessa vez a tragédia pode virar comédia.
Devemos deixar claro que a candidata Marina, do PSB, histórico aliado do PT, não representa os banqueiros, apenas uma pequena parcela, o Banco Itaú, mas e os bancos públicos, e o Bradesco? Apoiam quem? O fato, como dito anteriormente é que não houve mexida significativa nas forças políticas que estão por trás dos jogadores (players), e o resultado está perfeitamente de acordo com as diretrizes estabelecidas, não houve sequer a mobilização dos especialistas em gerenciamento de crises, não há tal necessidade!
Mesmo Aécio já sabia que as cartas estão marcadas, e de nada adiantaria a grita, mas que é a hora de marcar posição para um eventual futuro, mas que para isso deve apostar em cenários mundiais que possam complicar o processo de enraizamento do estado nacional a partir de ações inclusivas. Contudo, essa aposta significa que sua base de sustentação política, principalmente em Minas e em São Paulo pagaria um preço muito caro e esse tipo de investimento não está em seus planejamentos futuros.
Em todo caso, Marina perde nessa oportunidade a chance de se lançar de forma definitiva para ser um exponencial eleitoral crescente, uma segunda derrota levará a ela ao gueto do Acre, e as consultorias motivacionais que devem deixar as plateias com sono e perfeitamente relaxadas.
Ela não repetirá o efeito Lula, não acredito que se possa repetir nessa geração alguém com tamanha habilidade política.
Logo pode-se sentenciar que Marina só se elegerá a presidência da república quando retornar ao PT e vencer as prévias, os plano inicial de 20 anos de PT no governo federal está sendo adaptado e com as relação bipolares dos seus dirigentes, existe de fato a possibilidade de aumentar esses anos, e a reeleição de Dilma é o primeiro passo.
Seja como for, se confirmada a eleição de Dilma no plano nacional, fica evidenciando que aumentará significativamente sua base de apoio social, ampliando suas políticas de subsídios e de fomentos a produção industrial e no fortalecimento da agricultura familiar, sem esquecer o agronegócio, inclusive com a entrada do Banco do Brasil nesse tipo de investimento, e sobretudo ampliando os programas sociais de inclusão e de geração de emprego e renda. Mas tudo dentro do limite do capitalismo e de suas instituições.
O Petismo começa e se fundir com o Estado Nacional, como uma casta burocrática paraestatal, exemplos disso são o seu processo de formação, foi necessário adaptar o estado nacional para assimilação do petismo, logo o primeiro passo foi o assembleísmo petista, que já conversamos por aqui pelo blog, o segundo, foi o estabelecimento de um movimento social para se contrapor a simples transposição estatal do PT, uma contradição, mas que fortalecesse no final a política do PT, nesse caso especifico foi o lulismo, que também já foi alvo de nossa investigação.
Outro ponto para essa adaptação da nova burocracia estatal é a reforma política, principalmente o financiamento público de campanha, que será tema de outro artigo em outra oportunidade.
Esses movimentos contrários e convergentes determinam o desenvolvimento desigual e combinado dessas forças políticas que ainda estão bem incipientes, mas já demonstram o seu fôlego.
O resultado eleitoral não mudará esse processo de adaptação do PT ao sistema e sua completa absorção será letra morta, aos que acreditam ainda que é possível que o PT rompa e dê um salto de qualidade nas lutas sociais, está na hora de perder essa esperança e se articular para tomar outras atitudes, do que a simples passividade movida a cargos e espaços dentro dessa nova burocracia estatal que está surgindo.
O caminho para que essa gente perca sua fé é a luta popular, e para verificar a correlação de forças políticas contrárias basta somente acompanhar as lutas sociais, pois caso perca sua força significaria que a equação é verdadeira, logo podemos descrever a equação como sendo proporcional a inércia das lutas sociais, quando menor for essa luta maior será à força da burocracia.
Vamos esperar para ver o que acontece, mas devemos apostar nas lutas sociais como único caminho para a construção do Socialismo.
Marcelo Bastos.
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