Hoje
presenciei uma quadrilha aqui em Soure, até aqui tudo normal, pois é mês de
junho, e esse tipo de expressão folclórica é comum nesse período, o problema
que não foi esse tipo de quadrilha.
Foi
uma de taxonomia fascista!
De
maneira irresponsável o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde incentivou um
bando de nazistas, a construírem um movimento revanchista contras as conquistas
do Governo João Luiz, eles não admitem que o PT possa estar na prefeitura, que
sempre foi governado por famílias tradicionais.
Soure
têm graves problemas, mas sempre tiveram, hoje é o asfalto, ontem foi as
escolas, amanhã sabe deus o que será, o cerne do problema não tem sido discutido,
o processo de desenvolvimento tardio no capitalismo na região, ou seja, o
desenvolvimento no Marajó!
Todos
os problemas estão relacionados a esse processo tardio de desenvolvimento econômico,
os fascistas de plantão nem sequer pensam no processo econômico, e como isso
pode mudar a realidade de Soure e do próprio Marajó!
Um
exemplo disso é a luta pela tarifa dos navios que fazem esse percurso entre
Belém-Camará-Belém, que ainda hoje se mantém R$ 20,00 reais acordados em julho
do ano passado, mas veio através de muita luta na coordenação do Movimento
Acorda Marajó, e nos próximos dias vamos começar a lutar para baixar os valores
cobrados na travessia de Balsa, pois recentemente teve um aumento de quase 18%,
o que vai ser repassado para as mercadorias que nós moradores do Marajó pagamos
em nosso dia-a-dia.
A
partir do momento que compreendermos que o arquipélago tem que cobrar sua
histórica dívida social com o restante do Pará e do Brasil é que poderemos
discutir com mais seriedade seu processo de desenvolvimento local, até lá,
todas as medidas serão ate certo ponto paliativas, enquanto não resolvermos os
graves problemas de transportes e de logística para cá, seremos reféns de
grupos que exploram essas mazelas, como os empresários do setor de transportes,
os setores de fiscalizam esses mesmos transportes, enfim, de empresários e
comerciantes locais que são obrigados a repassar os valores de logísticas para o
produto final, e se aproveitam disso para ampliar sem limites suas taxas de lucros.
Logo,
o preço do feijão, do arroz, do leito em pó, dos produtos industrializados, da
gasolina, e dos serviços assumem preços alarmantes em nossa região, e o povo
sofrido do Marajó é duplamente explorado por esse gargalo ao seu
desenvolvimento.
As
condições materiais na região são maduras há milhares de anos, nunca houve por
aqui um “boom” de desenvolvimento, mesmo no ciclo da borracha os barões
criavam, como ainda criam, seu rebanho jogado aos campos, em uma espécie de
criação espontânea, muito comum na região.
O
Turismo que poderia ser uma alternativa de geração de emprego e renda também
está completamente limitado ao transporte para região que é de péssima
qualidade, o recente Terminal Hidroviário inaugurado pelo PULHA do governado
Jatene, nem de longe representa o sacrifício que essa população dos lados
marajoaras faz para chegar a Belém, terminal novo e navios com mais de 80 anos,
terminal novo e o porto do Camará jogado as baratas.
Recentemente
o Governo do Estado lançou um edital para barcos rápidos, proposta pelo
Movimento Acorda Marajó desde as manifestações de julho do ano passado, com números
de protocolos de nossa pauta de reivindicações apresentadas a ARCON, esse sério
um primeiro passo, mas sem a tarifa social esse tipo de transporte para a
população pobre de Soure o tornaria inviável, uma espécie de segregação econômica,
quem tem dinheiro não precisaria ir ao porto do Camará, embarcaria direto de
Soure para Belém.
Essa
mesma elite é que está por trás das manifestações que acompanhamos, meia dúzia
de família de Soure que sempre controlaram as decisões do município, enfim,
contra esses fascistas que estamos lutando, fazem política ainda nos tempos dos
coronéis, e que se viram de uma hora
para outra afastados do poder administrativo que a Prefeitura têm!
Apenas
utilizam da ingenuidade do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, e de alguns
oportunistas ligados ao Governo do Estado, sendo mesmo assessores, com cargos e
contatados.
Na
sexta-feira com toda a hostilização que sofremos, sejamos nós ou não da
prefeitura, do PT ou de qualquer setor progressista de Soure, temos que
compreender que o aparato repressivo do governo do Estado é direcionado pelo
próprio comando em chefe, ou seja, do governador, que pese a própria consciência
dos seus comandantes eles sempre respeitaram as decisões do Governo do Estado!
Ao
PT cabe avaliar profundamente o que está acontecendo, mas não podemos esperar
apenas que o setor jurídico possa resolver todos os problemas, não há uma crise
institucional, e sim uma crise política e tem que ser resolvido dentro das
ações políticas.
Temos
que ganhar as ruas, construindo um contra-ponto a violência, pela paz e pela
defesa da democracia e contra os fascistas!
Enquanto
não fomos para as ruas, como o próprio Movimento Acorda Marajó nos ensinou que
é possível ter conquistas com as lutas de rua, mas sem violência e com
negociação, é assim que queremos construir uma nova correlação de forças no município,
não há outro caminho e a cada segundo que vacilamos, perdemos espaço dentro da
sociedade sourense.
Vamos
as ruas, vamos para a luta!
0 comentários:
Postar um comentário