terça-feira, 10 de junho de 2014

Percepções de um desastre!

Hoje presenciei uma quadrilha aqui em Soure, até aqui tudo normal, pois é mês de junho, e esse tipo de expressão folclórica é comum nesse período, o problema que não foi esse tipo de quadrilha.

Foi uma de taxonomia fascista!

De maneira irresponsável o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde incentivou um bando de nazistas, a construírem um movimento revanchista contras as conquistas do Governo João Luiz, eles não admitem que o PT possa estar na prefeitura, que sempre foi governado por famílias tradicionais.

Soure têm graves problemas, mas sempre tiveram, hoje é o asfalto, ontem foi as escolas, amanhã sabe deus o que será, o cerne do problema não tem sido discutido, o processo de desenvolvimento tardio no capitalismo na região, ou seja, o desenvolvimento no Marajó!

Todos os problemas estão relacionados a esse processo tardio de desenvolvimento econômico, os fascistas de plantão nem sequer pensam no processo econômico, e como isso pode mudar a realidade de Soure e do próprio Marajó!

Um exemplo disso é a luta pela tarifa dos navios que fazem esse percurso entre Belém-Camará-Belém, que ainda hoje se mantém R$ 20,00 reais acordados em julho do ano passado, mas veio através de muita luta na coordenação do Movimento Acorda Marajó, e nos próximos dias vamos começar a lutar para baixar os valores cobrados na travessia de Balsa, pois recentemente teve um aumento de quase 18%, o que vai ser repassado para as mercadorias que nós moradores do Marajó pagamos em nosso dia-a-dia.

A partir do momento que compreendermos que o arquipélago tem que cobrar sua histórica dívida social com o restante do Pará e do Brasil é que poderemos discutir com mais seriedade seu processo de desenvolvimento local, até lá, todas as medidas serão ate certo ponto paliativas, enquanto não resolvermos os graves problemas de transportes e de logística para cá, seremos reféns de grupos que exploram essas mazelas, como os empresários do setor de transportes, os setores de fiscalizam esses mesmos transportes, enfim, de empresários e comerciantes locais que são obrigados a repassar os valores de logísticas para o produto final, e se aproveitam disso para ampliar sem limites suas taxas de lucros.

Logo, o preço do feijão, do arroz, do leito em pó, dos produtos industrializados, da gasolina, e dos serviços assumem preços alarmantes em nossa região, e o povo sofrido do Marajó é duplamente explorado por esse gargalo ao seu desenvolvimento.

As condições materiais na região são maduras há milhares de anos, nunca houve por aqui um “boom” de desenvolvimento, mesmo no ciclo da borracha os barões criavam, como ainda criam, seu rebanho jogado aos campos, em uma espécie de criação espontânea, muito comum na região.

O Turismo que poderia ser uma alternativa de geração de emprego e renda também está completamente limitado ao transporte para região que é de péssima qualidade, o recente Terminal Hidroviário inaugurado pelo PULHA do governado Jatene, nem de longe representa o sacrifício que essa população dos lados marajoaras faz para chegar a Belém, terminal novo e navios com mais de 80 anos, terminal novo e o porto do Camará jogado as baratas.

Recentemente o Governo do Estado lançou um edital para barcos rápidos, proposta pelo Movimento Acorda Marajó desde as manifestações de julho do ano passado, com números de protocolos de nossa pauta de reivindicações apresentadas a ARCON, esse sério um primeiro passo, mas sem a tarifa social esse tipo de transporte para a população pobre de Soure o tornaria inviável, uma espécie de segregação econômica, quem tem dinheiro não precisaria ir ao porto do Camará, embarcaria direto de Soure para Belém.

Essa mesma elite é que está por trás das manifestações que acompanhamos, meia dúzia de família de Soure que sempre controlaram as decisões do município, enfim, contra esses fascistas que estamos lutando, fazem política ainda nos tempos dos coronéis,  e que se viram de uma hora para outra afastados do poder administrativo que a Prefeitura têm!

Apenas utilizam da ingenuidade do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, e de alguns oportunistas ligados ao Governo do Estado, sendo mesmo assessores, com cargos e contatados.

Na sexta-feira com toda a hostilização que sofremos, sejamos nós ou não da prefeitura, do PT ou de qualquer setor progressista de Soure, temos que compreender que o aparato repressivo do governo do Estado é direcionado pelo próprio comando em chefe, ou seja, do governador, que pese a própria consciência dos seus comandantes eles sempre respeitaram as decisões do Governo do Estado!



Ao PT cabe avaliar profundamente o que está acontecendo, mas não podemos esperar apenas que o setor jurídico possa resolver todos os problemas, não há uma crise institucional, e sim uma crise política e tem que ser resolvido dentro das ações políticas.

Temos que ganhar as ruas, construindo um contra-ponto a violência, pela paz e pela defesa da democracia e contra os fascistas!

Enquanto não fomos para as ruas, como o próprio Movimento Acorda Marajó nos ensinou que é possível ter conquistas com as lutas de rua, mas sem violência e com negociação, é assim que queremos construir uma nova correlação de forças no município, não há outro caminho e a cada segundo que vacilamos, perdemos espaço dentro da sociedade sourense.


Vamos as ruas, vamos para a luta!

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