O
profundo debate em torno das questões filosóficas intangíveis sempre me motivou,
contudo, eu sempre tive como prática de vida, construir debates que fossem para
além dos meus próprios muros, ou seja, a criatividade, a ousadia e o pensamento
crítico sempre foram o viés de relacionamento com o mundo.
Lembro
de tantos companheiros e companheiras que trilharam caminhos comigo, alguns se
afastaram, outros estão na batalha ainda hoje, cada um a seu modo, não serei o
arauto do julgamento histórico, esse processo é infindamente dialético, não vou
citar nomes para não ser injusto com nenhum.
Mas
enfim, o processo de formação de um militante é longo, e tem mais haver com as
habilidades individuais do que necessariamente um estresse psicossomático de
nivelamento por insistência (chamam isso de doutrinamento), mas sempre
acreditei que o marxismo seria uma alternativa de qualquer ser humano inteligente
e, com todos os novos militantes, para mim seria importante dar uma formação
mais de questionamento, embutir um senso crítico permanente, não o
doutrinarismo programático marxista, em função de determinada cartilha, eu
mesmo não sigo nem uma cartilha do marxismo, mas tento construir ele a partir
do momento histórico.
Logo,
o marxismo é, na minha opinião, um sacerdócio, com votos inclusive de pobreza,
afinal de contas, não é a consciência que determina o ser social, mas sim o ser
social que determina a consciência, lembro de um certo momento em que discutia
com um companheiro da LBI, falando que se eu ganhasse na megasena, a gente
sairia daquela “pindaíba”, ele sorriu e disse direto “se tu ganhasse na
megasena, não estaria aqui fazendo a revolução!”, obrigado P., suas palavras
ainda são fonte de sabedoria.
Poderia
contar tantos outros casos, mas o que importa é que o marxismo era a fonte de
contribuição que eu poderia dar a elas, mas nunca o fiz com segmentação de uma
ideologia imposta, mas seria o caminho natural da própria crítica social.
Enfim,
o marxismo é produto necessário para a crítica social, assim com ele se nutre
dela e dai surge o processo ideológico de formação consciente, não há outro
caminho e nem escolha, o marxismo, é mais que uma linha de atuação política, é
uma filosofia de vida, nele encontro forças para caminhar, é uma forma de se
encarar a vida, não existe problemas pessoais, nem depressão, minha vida é
subordinada a luta política é só assim que eu me encontro, é só assim que eu
sou verdadeiramente humano.
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