sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ser marxista hoje!

O profundo debate em torno das questões filosóficas intangíveis sempre me motivou, contudo, eu sempre tive como prática de vida, construir debates que fossem para além dos meus próprios muros, ou seja, a criatividade, a ousadia e o pensamento crítico sempre foram o viés de relacionamento com o mundo.

Lembro de tantos companheiros e companheiras que trilharam caminhos comigo, alguns se afastaram, outros estão na batalha ainda hoje, cada um a seu modo, não serei o arauto do julgamento histórico, esse processo é infindamente dialético, não vou citar nomes para não ser injusto com nenhum.

Mas enfim, o processo de formação de um militante é longo, e tem mais haver com as habilidades individuais do que necessariamente um estresse psicossomático de nivelamento por insistência (chamam isso de doutrinamento), mas sempre acreditei que o marxismo seria uma alternativa de qualquer ser humano inteligente e, com todos os novos militantes, para mim seria importante dar uma formação mais de questionamento, embutir um senso crítico permanente, não o doutrinarismo programático marxista, em função de determinada cartilha, eu mesmo não sigo nem uma cartilha do marxismo, mas tento construir ele a partir do momento histórico.



Logo, o marxismo é, na minha opinião, um sacerdócio, com votos inclusive de pobreza, afinal de contas, não é a consciência que determina o ser social, mas sim o ser social que determina a consciência, lembro de um certo momento em que discutia com um companheiro da LBI, falando que se eu ganhasse na megasena, a gente sairia daquela “pindaíba”, ele sorriu e disse direto “se tu ganhasse na megasena, não estaria aqui fazendo a revolução!”, obrigado P., suas palavras ainda são fonte de sabedoria.

Poderia contar tantos outros casos, mas o que importa é que o marxismo era a fonte de contribuição que eu poderia dar a elas, mas nunca o fiz com segmentação de uma ideologia imposta, mas seria o caminho natural da própria crítica social.


Enfim, o marxismo é produto necessário para a crítica social, assim com ele se nutre dela e dai surge o processo ideológico de formação consciente, não há outro caminho e nem escolha, o marxismo, é mais que uma linha de atuação política, é uma filosofia de vida, nele encontro forças para caminhar, é uma forma de se encarar a vida, não existe problemas pessoais, nem depressão, minha vida é subordinada a luta política é só assim que eu me encontro, é só assim que eu sou verdadeiramente humano.

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