segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Em Defesa de Lula, Dilma e Edmilson!


Da revolução política a frente popular: Desilusões dos pseudo-trotskistas.





Depois da queda do muro de Berlim os morenistas ainda estão perplexos, nas suas diferentes matizes, ainda hoje se ressentem de uma elaborada posição política, que seja teórica e prática. Teórica porque eles ainda não compreenderam que ocorreu no leste europeu e nas ex-URSS não foi à época, e ainda não o é hoje, algo progressivo, aquilo que os ortodoxos esperavam a confirmação da profecia de Trotski de que a próxima etapa seria a revolução política para derrotar a burocracia stalinista, mas o remendo ficou pior que o soneto, nem nas suas mais obscuras elaborações o chefe do exercito vermelho.
                Para Trotski o processo de degradação do Estado Soviético, por mais avançado que o fosse, a corja stalinista manteria as principais conquistas do Estado Operário, pois como um verme que se alimenta do seu hospedeiro a morte dele trairia necessariamente seu sustentáculo visceral. Dessa forma seriam mantidos intactos os preceitos da economia planificada, como o controle do comercio exterior, o pleno emprego, ou seja, as bases econômicas que davam sustentabilidade ao Estado Soviético, e assim o foi durante décadas.
                  Trotski chegou mesmo a comparar que o Estado Operário se manteria como um carro abandonado em um matagal, se dois operários por ali passassem e visse o que sobraria do carro, eles logo perceberiam que era um carro, sem pneus, motor, bancos ou qualquer outro tipo de acabamento, pois suas estruturas de ferro manteriam suas formas originais, assim o Estado Operário Russo, para Trotski a defensa incondicional do Estado Operário era fundamental, por mais destruído, por mais degenerado, ele representava uma revolução legitima da classe operária e seu legado deveria manter-se nas mãos dos operários, mesmo eles sendo iludidos e humilhados.
                Após a morte da geração que fez a revolução em 1917, e mesmo após o seu assassínio, Trotski concluir que a defesa das conquistas da revolução seria a primeira e principal tarefa dos revolucionários do seu tempo e dos tempos futuros! Criminosamente, os morenistas, tanto o PSTU no Brasil como a CST (Brasil) mantiveram posições diferentes dos marxistas defensistas, como o próprio Trotski, assim que a Perestróica começou a arranhar as bases econômicas do Estado Operário na ex-URSS eles formularam as ditas Teses de Noventa, que deixavam os ensinamentos do velho comandante de defesa dos URSS e quem resumidamente colocavam a luta política em outro patamar, pois com as descobertas das traições da burocracia stalinistas as massas, tanta na URSS como no restante do leste europeu, passariam de seu estado letargia para um momento de fluxo revolucionário.
É importante compreender esse processo, pois todas as estratégias seguintes, nas últimas duas décadas ainda são representadas por esse equivoco, é o mínimo que podemos chamar! Enfim, sob essa política eles romperam com o PT na década de 90 do século passado, com essa política eles abandonaram a organização de bases dos trabalhadores para priorizar a propaganda, como por exemplo, a venda de jornais, sob essa política eles caminharam a um gueto sem volta, se afastando definitivamente de construir um canal de comunicação com os trabalhadores e trabalhadoras no mundo inteiro, essa mesma política exterminou o MAS (MOVIMENTO AO SOCIALISMO) na Argentina, e em outras tradicionais províncias morenistas no mundo.
Com o passar do tempo ficou insustentável manter a palavra de ordem de revolução política, mas já era tarde, eles passaram a analisar que houve uma contra-revolução, mas ai como dito já era! De uma elaboração a outra, ou seja, de revolução política a uma contra-revolução eles passaram anos, mas nunca elaboraram uma só autocrítica em relação às teses de noventa, ou mesmo assumiram que no Leste Europeu como na URSS o que houve de fato foi um retrocesso, uma volta ao capitalismo, promovidos pelos novos modelos econômicos resultantes do consenso de Washington, onde a venda do espólio do Estado Operário e de suas conquistas criaram a partir da metamorfose da burocracia stalinista uma ascendente burguesia russa.
Essa foi resumidamente as posições políticas dos dois coletivos co-irmãos de Nahuel Moreno no Brasil, o que sobrou de suas teses e de suas atualizações para o programa de transição, até hoje não compreendem o papel desigual da luta política no desenvolvimento combinado da luta econômica e social. Essa falta de entendimento faz com que construam políticas que hora estão a esquerda e em outras a direita, essas posições centristas por assim dizer não compreendem o papel da luta política na eleição, como por exemplo, na derrota do Tucano Zenaldo, pois a vitória de Edmilson do PSOL representa sim um avanço, algo progressivo, não revolucionário, não estamos nessa etapa de luta política, compreender as tarefas de nosso tempo são fundamentais para elaboração de um programa político revolucionário, de um programa de transição que comporte a estratégia e a tática dos revolucionários com o desenvolvimento econômico da sociedade, como o nível de esclarecimento da classe trabalhadora e por fim, com o desenvolvimento das relações entre capital e trabalho no planeta.
A entrada do PT na campanha de Edmilson, inclusive com a Presidenta Dilma e com a inserção de Lula na TV corrobora com a compreensão que a atual etapa de luta revolucionária está em descenso, um recuo necessário se faz, para em primeiro lugar compreender que a derrota provocada pela queda do Muro de Berlim tem que ser assimilada e compreendida dentro da luta política que traz a tona a própria luta de classes em nossa sociedade contemporânea, em segundo lugar trás um debate sobre o programa mínimo nesse período, Trotski  já formulava que a Frente Popular seria uma última etapa, antes da revolução, mas em seu contexto Trotski nem sequer imaginava a fadiga e completa destruição dos estados operários, inclusive com a traição de setores ditos “trotskista”, como é o caso do PSTU e CST, logo é necessário atualizar a relação dos revolucionários com a frente popular como única frente de luta política, última trincheira da classe trabalhadora para evitar sua total devastação e degradação da sociedade moderna, sob risco de barbárie.
Defender Edmilson hoje, no contexto e compreensão de frente única, nós parece uma saída, digo isso de dentro do PT, que devemos apoiar Edmilson contra a tragédia tucana, esses senhores do PSTU e CST comentem um desfavor a classe trabalhadora e ao povo pobre de Belém. Desgraçadamente mantém o voto crítico, pois era preferível que fossem definitivamente para o lado do PSDB, pois essa posição não só instrumentalizam nossos inimigos de classe, como nos obrigam a esse debate desnecessário e tolo.
Desde o primeiro turno alertei os companheiros do PSTU e CST sobre essa posição política deles, mas o gosto de estar a frente das pesquisas e a possibilidade de eleição de seus candidatos a vereador, como foi o caso do PSTU, o fizeram calar e seguir na campanha, se fossem honestas essas críticas elas deveriam ser antes do primeiro turno, não agora, não mais, se quiserem manter sóbrios nesse processo, devem renunciar aos eleitos, pois dessa forma se apropriam de suas próprias acusações, beneficiando-se diretamente delas!
Quando aos verdadeiros revolucionários quero dizer em alto e bom som, ainda temos muito a caminha, evitar a derrota da classe trabalhadora e do povo pobre em Belém é ainda nossa tarefa maior, vamos as ruas eleger Edmilson Rodrigues da mesma forma como fomos defender as conquistas dos estados operário degenerados pelos stalinistas, vamos construir a vitória do povo em Belém, e fazer luta política para implementar políticas sempre mais progressistas, até o dia em que possamos nos reagrupar em torno de um programa comum e de um partido comum!

Belém, 22 de outubro de 2012.
Marcelo Bastos – Filiado do PT!

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