Após o fim das eleições presidenciais o país sofreu um verdadeiro congestionamento de ideias, o debate simplesmente se perdeu, em acusações e ressentimento, de ambos os lados, digo isso com certo penar, sou um daqueles que acredita que o debate deve ser sempre precedido de uma fundamentação teórica, o que faltou de forma demasiada nesse campanha.
Se por um lado a vitória do PT significaria um basta a crescente onda de fascismo no Cone Sul, por outro lado, sua vitória também significa que o PT não rompeu ainda com sua coalizão com setores sociais de caráter duvidoso, de setores que estão do lado de cá, por um simples motivo: ganha m muito!
Se a bem da verdade o PT conseguiu manter um relativa paz social, com seus programa de inclusão, de transferência de renda, suas políticas públicas estão ao mesmo tempo servido para amenizar as imensas fossas sociais, mas serve também para gerar emprego e renda, que por sua vez, gera bilhares de dólares para industria da Construção Civil, e sem falar na intermediação desses negócios, que foi e é articulado por uma pequena parcela de burocratas do próprio PT e dos movimentos sociais.
Esse processo de reformas que o PT vem implementando no país ainda é lento e gradual, se a crise mundial não nos atinge como ela atinge outros países é por que ainda a economia brasileira consegue absorver o canibalismo dos mercados mundiais, ou seja, o Brasil está pagando para ficar ao largo da crise, mas até quando as reservas cambiais sustentaram essa esquizofrenia dos mercados?
Do mesmo modo, o projeto de 20 anos de governabilidade proposto na Carta aos Brasileiros sofreu com o resultado da eleição, um alerta que deve acender as luzes vermelhas no comando dessa perigosa operação! Contudo, o PT Nacional tem entre suas fileiras capital intelectual suficiente para elaborar estratégias de contingências, o que não ocorre no PT paraense, que só pensa em eleição!
Seja como for a vitória da Dilma representa sim um processo de resistência, se hoje o Capitalismo não precisa usar o fascismo para se constituir como grave ameaça a humanidade, pois hoje ele não precisa de campos de concentração para matar milhares, o fazem isso apenas com o monopólio da distribuição de alimentos, se hoje ele não precisa do fascismo para matar negros, homossexuais e outras minorias, pois têm em suas mãos o encarceramento e a violência urbana, onde a Policia Militar substituí com maior competência a SS alemã!
Enfim, temos muito o que caminhas, o Governo Dilma não é um governo de disputas, mas sim um governo burguês, com leves tendências populares, não é mesmo nem um governo de frente popular, ele não deve aprofundar sua política de enfrentamento com os setores econômicos mais reacionários, nem tampouco deve se constituir como um governo que, apesar de não gostar, iria mais a esquerda, obviamente que isso dependerá da conjuntura internacional, já vimos casos que governo títeres de esquerda avançaram em suas reformas a contra gosta para se manterem no poder, como é o caso de Cuba e da Nicarágua.
Seja como for, os setores mais a esquerda devem fazer um profundo balanço dessa eleição, deve afirmar que o processo eleitoral não pode e nem deve ser um fim em si mesmo, apenas um meio de construção de ideias de levante e que a classe trabalhadora pode trazer para suas mãos seu próprio destino.
Precisamos ser nesse momento esquerda de verdade!
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