Dia 03 de novembro de 2021
Hoje faz um ano que um
dos maiores absurdos da história humana aconteceu. Despois de ser drogada e estuprada,
Mariana Ferrer, no tribunal além de ser humilhada, coagida e sofrer ataques do
advogado do réu, do promotor de justiça e do Juiz, o abusador o empresário André
de Camargo Aranha, foi condenado por crime de estupro culposo, onde
a culpa por ter sido estuprada foi da vítima.
Após
uma onda de protesto na internet e redes sociais, mulheres de todo o país
começaram a organizar atos de protestos reais e virtuais. Uma das primeiras
manifestações ocorreu em Belém do Pará, no dia 08 de novembro do ano passado,
milhares de mulheres se reuniram em protesto, e seguiram em caminhada pelas
ruas de Belém, havia uma preocupação com o fato da cidade estava começando um
novo ciclo do Corona Vírus, mas mesmo assim, foi uma passeata gigante.
A
passeata começou a percorrer as ruas de Belém, e a cada metro caminhado mais e
mais mulheres se juntava a passeata, todas queriam participar, uma forte emoção
tomava conta de todas, eu lembro como se fosse hoje, eu estava lá! E assim
entoando cânticos de guerra, de revolta e de ação, as mulheres da cidade,
tiraram um posicionamento: ficariam nas ruas até a sentença ser removida e o
estuprador for condenado e preso.
Decisão
que ressoou na organização da passeata, logo chamaram as lideranças, havia um
certo consenso que não se podia ficar na rua por tanto tempo, não acreditavam
que essa atitude seria válida ou teria algum resultado, logo do carro de som,
vinha o comando de continuar a passeata, mas que ela finalizaria na Praça da república,
logo rechaçado por todas as mulheres que estavam na rua lutando pela sua
dignidade.
O
comando então tomou a decisão de dispersar, e mandou o carro som embora, e de
repente 50 mil mulheres estavam nas ruas, sem direção, apenas com o desejo de
justiça!
A
primeira noite foi de descobertas, elas se permitiram governar seus atos, de
perceber que dessa união viria uma força jamais vista, se descobriram
revolucionárias!
Logo,
após a saída do comando, que em sua maioria eram compostas de militantes
partidários de esquerda, as mulheres perceberam que não podiam confiar em que pudesse
priorizar o processo eleitoral próximo, as eleições municipais eram a
prioridade de algumas, e logo perceberam que tinham que construir um novo
comando, ali e agora.
Enquanto
elas se mantinham na luta, a solidariedade aumentava, logo mais mulheres
chegavam, e com elas filhos e filhas, estudantes, trabalhadores, ao final da
primeira noite já eram mais de cem mil nas ruas de Belém.
Um
grande acampamento fora improvisado, enquanto umas descansavam outras gritavam
por justiça e assim o primeiro dia passou, a cidade abraçou a luta das
mulheres, mesmo com a PM querendo toda hora provocar um confronto, elas se
mantiveram firmes em seu propósito, e assim, passou o primeiro dia, agora com
um novo comando, que precisava dar respostas, e a cada hora mais gente chegava,
e aumentava o caos no centro da cidade, já eram quase 200 mil no protesto!
A
noite foi organizada uma reunião, agora sob o comando eleito na manifestação, e
com diversos trios elétricos espalhados pela centro da cidade, que fora tomando
por um ar de revolta, de uma busca frenética por justiça, elas decidiram ficar
ali na luta. A essa altura dos acontecimentos, manifestações semelhantes
aconteciam simultaneamente em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto
Alegre, Florianópolis, Fortaleza, Salvador e Recife, uma onda de mulheres na
ruas protestando em todo o Brasil.
Só
havia uma única certeza, não sairiam das ruas enquanto não conseguissem seus
objetivos!
Passados
já dois dias, uma onda revolucionária toma conta do País, quase todas as
capitais estão tomadas por mulheres, e o CNJ, em uma medida inédita, anula o
julgamento e remarcar outro para decisão do STF, de nada adiantou, as mulheres
não sairiam mais das ruas, elas
decidiram que em suas mãos estavam a verdadeira luta por justiça e igualdade,
era um caminhos sem volta.
Toda
a atividade produtiva parou, os transportes públicos colapsaram, e ainda sim,
houve uma redução de contaminados por corona vírus, afinal a organização das manifestações
tomavam todos os cuidados para se manterem nas ruas, e assim, a cada dia a luta
se mostrava o único caminho!
Uma
onda de solidariedade tomou conta dos explorados, o MST distribuía comida
gratuita para todos os manifestantes, e em alguns locais, a organização do
evento fazia coletas financeiras e compravam alimentos que eram feitos em
cozinhas improvisadas no meio da rua, mais muitas iam e voltava de casa, com
mais ajuda para todas que ficaram, na Avenida Paulista quase dois milhões de
mulheres estavam nas ruas.
Agora
não era só uma luta para punir um estuprador, mas a luta por uma sociedade mais
justa e pelo fim do patriarcado!
A
revolução é feminista!
......
(continua)
Obs.;
Texto fictício, mas com um enorme desejo que se torne real!
0 comentários:
Postar um comentário