quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal?

A festa do Natal é uma tradição judaico-cristã que remota há séculos, é de uma passagem de estação entre plantio e colheita, se transformou em uma fonte de arrecadação financeira para a ostentação desenfreada do consumo de bens e produtos. Já não mais é um período de transição, apenas picos cíclicos de consumo, necessário para baixar a pressão da oferta sobre o consumo, o que geralmente é resultado da anarquia da produção, ou seja, se produz mais bugigangas do que o mercado pode consumir e as datas “comemorativas” se transformaram válvula de escape.



Em outras regiões do mundo o Natal é data morta, e nem mesmo o ano novo é comemorado com o calendário cristão, onde a data zero é o nascimento de Jesus, mas sinceramente o que há para se comemorar, a cada ano, mais e mais pessoas passam fome no mundo, aproximadamente 800 milhões de pessoas nesse momento estão com fome, uma criança morre a cada dez segundos, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10, pronto, morreu mais uma criança!

Não posso me preocupar com o peru da Sadia ou o Chester da Perdigão, tenho que chorar a morte de mais um criança quando acabo de escrever essa linha! Não me peçam para orar um para um Deus mesquinho onde os ricos bebem e comem a vontade, onde a comida depois é jogada fora como simples capricho, não meus caro, não serei eu o hipócrita que ficará calado nesse Natal.

Nem tampouco ficarei sem pensar no que ocorre ao meu lado, sofre de forma permanente, e a cada dia aumenta o ódio pelo sistema que sobrevive das mortes, das injustiças, dos flagelos, não há piedade em suas entranhas, mas apenas o lucro e não ficarei de braços cruzados hoje desejando feliz natal, por que não é feliz, mais uma criança morreu de fome, hoje quando estiveres comendo da farofa e bebendo o vinho pensem na criança desnutrida e morta em nossos braços, pois somos responsáveis pela sua morte, pois esse é o problema de nossa geração, que as gerações passadas deixaram de herança, e a pergunta que faço, deixaremos isso como herança para nossos filhos?



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