As recentes manifestações que
tomam conta das ruas no Brasil são apenas efeitos retardados do processo de
resistência a aplicação de medidas liberalizantes em diferentes partes do
mundo.
O processo de retomada,
ainda de forma tímida, de alguns apelos de cunho puramente economicista, fez
com que as manifestações ocorridas em São Paulo e Brasília tomassem uma
proporção maior do que realmente elas se encontram. Do ponto de vista
organizativo, em nada representa para o avanço da consciência coletiva e do
ponto de vista político, representa apenas indignações perfeitamente cabíveis e
que já deveriam ter ocorrido há muito tempo.
Contudo, o apelo que gerou
nas chamadas mídias sociais é um fator no mínimo curioso, não se tem como
dimensionar o que, como e porque elas influenciaram, acredito que o seus resultados
são mais assimetrias de agendamento midiático a partir mesmo dos fatos, do que
necessariamente geradora dos fatos.
Sei que essas considerações
serão imediatamente rechaçadas, mas o papel dos comunistas nesse período é
esclarecer os fatos a partir das análises da própria realidade com a utilização
do método marxista, ou seja, do uso da dialética e do materialismo histórico.
Não quero me ater ao método e
sim as suas conclusões, nesse sentido deve-se perceber que a atual onde de
manifestações no Brasil, ainda não tem uma cara definida, um objetivo único, a
variedade de reivindicações é clara o que transparece na falta de um programa
mínimo.
No Brasil, após os anos de
ditadura militar, as manifestações até a primeira metade da década de 90 foram
sempre multitudinária, inclusive com a derrubada do primeiro presidente eleito democraticamente,
outras épocas e mesmas reivindicações.
O processo de despolitização
preocupa, se não dermos uma cara de esquerda, comunistas e profundamente
democrática, essa dita “revolução” da internet não demorará e ser tornará mais
um movimento estanque e sem continuidade, a necessidade de um perfil ideológico
representa mais que a ausência de bandeiras, que elas fiquem de fora, mas que
esse movimento possa fazer uma aliança com as reivindicações históricas do
trabalhadores do campo e da cidade.
A ausência de uma direção
experiente e revolucionária é outra limitação dos movimentos existentes,
obviamente que dependendo do calor das lutas uma nova direção pode se
configurar, mas tem que indicar caminhos precisos e estar claramente voltado
para a ruptura revolucionária, ou seja, não há negociação, não existe possibilidade
de nenhuma de sentar a mesa.
A agudização desse processo
não virá dentro dos limites institucionais, mesmos os agendes ditos da esquerda
como o PSTU E PSOL têm limitações em ser os organizadores desse processo, por
um único motivo, são reformistas até o último fio de cabelo!
Portanto, o que cabe aos
comunistas é irem para rua, mesmo que enfrentando o preconceito de ser
comunistas, erguendo a punhos nossa bandeira, já enfrentamos os nazistas/fascista
na segunda guerra, o imperialismo europeu e americano. Já nos colocamos do lado
de toda a Latino América, enfim, não ter-se-á medo de sermos comunistas, nunca
tivemos, ergam-se as bandeiras com a foice e o martelo, em todos os lugares e
em todas as manifestações, não existe partidos hoje no Brasil que possam ser
herdeiros dessa tradição, mas ainda existe homens e mulheres que se mantém
fieis aos preceitos comunistas, a estes sejam autorizadas empunhar a verdadeira
bandeira da revolução.
Quando esse processo de
colocar a disposição da ruptura com o grande capital e contra a propriedade
privada dos meios de produção os comunistas estarão ao lado deles, em marcha,
mas essa evolução deve ser acompanhada com a mobilização da sociedade em seus
locais de trabalho, de estudo, de diversão, o processo de dimensão da onda
revolucionária deve ser expresso em todos os níveis de resistência inclusive na
cultura e nas artes.
Oxalá, que a dimensão dada a
essas manifestações seja exaltadas até o limite, mas que possam ir além do que
foram até o presente momento, sem o terrorismo individual, mas com a força da
revolução coletiva e organizada, que tenham outros estopins, e que a marcha
termine com a vitória de uma revolução e não apenas com negociadores a mesa!
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