sábado, 20 de abril de 2013

A esquizofrenia do ser revolucionário - II


O debate da utilização de mecanismos que propiciem a esquizofrenia a partir de modificações na base produtiva da sociedade, ainda é uma teoria na qual trabalhamos, esses artigos tem apenas a intenção de socializar nossa mais profunda reflexão sobre o tema, obviamente que isto está previsto no processo metodológico adotado, a medida que levanta-se uma hipótese, eleva-se um debate de prós e contras necessários para consolidação da teoria aqui abordada, até por que as ciências sociais hoje definitivamente não é mais a mesma dos últimos dois séculos, e não podemos correr o risco, em um período aonde a comunicação é mais veloz que o pensamento, em ouvir, no limite da jornada cientifica, as diferentes situações provocadas, mas isso deixarei para outro momento o debate de cunho metodológico.

Deve-se recordar que no artigo anterior mencionava três elementos que confundia-se combinadamente, a velocidade da transformação, o aporte dos recursos financeiros mundiais e por fim, a criação de uma exclusividade ideológica. Discutíamos como esse processo se deu e quais seus reflexos nas atuais crises econômicas, mas acima de tudo, como foi patrocinado o desmonte do bloco soviético.

Vamos agora dar continuidade a análise do processo em si, de sua velocidade, de quais maneiras ela foi combinada com a introdução da loucura, do desespero e da esquizofrenia na vanguarda mais avançada, ou seja, dos legítimos comunistas. Lembrando que em tese esse seria o último elo da corrente que deveria ser quebrado, para a prevalência de uma ideologia única de dominação.

Quando se pensa em revolução logo se tem a idéia de uma profunda transformação, de forma rápida e por vezes dolorosa, ao longo da história visualizamos diferentes tipos de revoluções, que podemos mesmo classificar e encontrar parâmetros comparativos, ou seja, elementos que podem ser identificados no decorrer dos acontecimentos, como fato social analisado.

A história da humanidade sempre guardou elementos que em sua gênese acumulativa traria contradições inerentes ao processo de desconstrução/construção de eventos ou de fatos, assim foi com o Cristianismo, Com as Grandes Navegações, com a Revolução Industrial, Com a Revolução Francesa, Com as duas grandes guerras, com a Revolução Bolchevique e por fim com a Guerra Fria. Em todos esses eventos históricos, podemos construir simetrias, elementos que se combinam e interagem com o restante do globo. Não são fatos isolados em si, mas que de alguma maneira modificaram permanentemente a forma como o mundo é.

Contudo, ousou afirmar que em nenhum outro evento foi tão rápido, tão veloz, como foi a derrocada do bloco socialista!

Eu sei, que a velocidade é relativa ao tempo e ao espaço, nem vou me deter nesse assunto, até porque isso aqui não é quântica física, mas fatos sociais, exemplifiquemos, quantos anos levou o Cristianismo para se absorvido pelo Estado Romano? Qual foi o período de tempo que durou as Grandes Navegações? Mesmo a Revolução Industrial de sua gênese até o apogeu? As duas Grandes Guerras, os seus fatos e desdobramentos?

O tempo para se constituir, para se consolidar e para modificar a realidade, influenciando mesmo anos depois dos seus acontecimentos! No final da década de 90 do século passado o Socialismo já não era mais discutido nos principais periódicos do globo. Em menos de 10 anos, foi simplesmente eliminado das rodas academicas  dos jornais e noticiário, mesmo na internet virou letra morta, sem acesso para se tornar primeiro lugar com sua hasteg, sem muitos comentários ou curtições.

Deve-se compreender que esse processo foi calmamente planejado, detalhadamente orquestrado e minuciosamente executado, modificar a base econômica do globo, abolir uma rede complexa de ideias e pensamentos e cultivar a loucura em uma determinada parcela da população. Para além da teoria de conspiração, a contra revolução arquitetava sua vingança, mas não bastava a substituição do modelo econômico/político, era necessário ir além, era preciso construir um tipo de vingança que modificou, não somente o comportamento, ou mesmo o processo ideológico em si, mas culminaria com a decodificação de um novo gene, algo que combatesse a solidariedade humana, e o que nos transforma em seres sociais, esse processo deverá ir muito além ainda da nossa própria imaginação, mas o que cabe aqui é desvendar o primeiro ato.

0 comentários: