Sobre as prévias no
Partido.....
Quero deixar claro
que as posições descritas nessas linhas representam necessariamente a
preocupação de construir alternativa ao autoritarismo de “esquerda infantil
petista”, que não formula, em seu conjunto teórico ou mapa conceitual, as suas
verdadeiras diretrizes políticas, e uma das minhas tarefas enquanto militante
do materialismo histórico é desmascarar tais “atrocidades”, digo isso com
profundo pesar, até porque tais iniciativas não são novas no movimento da esquerda
mundial, aliais, foram e são até o presente momento os principais entraves da
compreensão revolucionária marxista.
E em seu nome foi
montado verdadeiras mentiras seculares que se basearam sistemas inteiros,
inclusive o mundo pós-guerra, o que esses senhores, “companheiros de partido” o
fazem é utilizar de modo desavergonhado toda tradição, força e acima de tudo
convicção marxista acerca das suas teses sobre a superação do capitalismo, e
sob esse signo, vale tudo!
Por exemplo, um dos
pilares do marxismo enquanto doutrina social é a defesa intransigente de uma
ditadura, a do proletariado, “formula” utilizada por Marx a partir do estudo
histórico das diferentes revoluções no mundo (europeu) pressupõe períodos
pós-revoluções que significam um ordenamento social em foco de guerra, e que
somente o processo de construção econômica pressupunha tal organização, ainda
mais, que o proletariado seria a única classe com doutrina e disciplina para
sua construção: o estado operário.
Esse item da
doutrina do marxismo, a qual eu concordo em gênero, número e grau, ofereceu
distorções a inúmeras tragédias na historia da humanidade, dentre elas, o
próprio stalinismo, maoísmo, castrismo e tantas outras que seria inadequado
enumerá-las, todavia isso seria apenas o ponta do iceberg, a partir da deturpação voluntária e consciente e de
diferentes níveis e formas, esse processo seria ininterruptamente transformado
com diferente nuances, entre eles o processo de construções das chamadas
“democracias ocidentais” em contrapartida aos estados operários deformados,
isso no terceiro mundo sofreria alterações acachapantes.
Na America Latina e
particularmente no Brasil as particularidades obrigaram uma geração inteira de
quadros da esquerda a se adaptar ao discurso da “democracia”, logo a democracia
surgiria como única alternativa ao processo de ditaduras militares na região, e
o conteúdo das teorias, inclusive sobre a ditadura do proletariado, teria
modificações, a democracia passou a ter um valor universal, e logo os teóricos
do PT ampliariam mais sua conceituação aos valores éticos, econômicos e
sociais, não cabe aqui discutir esses valores, aos quais no momento histórico
são justificáveis, mas sim avaliar a partir desses elementos o discurso desses
“senhores” que se julgam além do bem e do mal, circulam entre ortodoxia e
heterodoxia como navegassem em um único rio, e como caboclo do Marajó,
acostumado com vazantes e cheias, sabe bem que isso é como encher um paneiro
com água.
O que é estranho
nesse processo, e vou dar nomes aos bois, a dita ortodoxia, que incluem ai
PSTU, CST no campo fora do PT e internamente a própria DS, se revela ainda mais
assustadora, por ter um discurso democrático para consumo externo e
internamente se revela um verdadeiro aparelho de montagem de maioria, não somente
numéricas, mas hegemonistas ao extremo, quem não lembra da captação dos
movimentos sociais pela prefeitura do Edmilson Rodrigues, ou mesmo da relação
do governo Ana Júlia com os movimentos sociais, e por ai afora, seriam
desnecessário falar isso, com exceção da análise da prefeitura do Ed, que
merece melhor destaque, mas isso fica para outro momento, o que vale comentar e
que a prefeitura dele não foi uma gestão petista, não nós cabe essa tragédia, e
a história esta ai, e alerto aos companheiros do PT que tomem cuidado nesse ano
eleitoral, não cabe ao PT fazer campanha para o Edmilson e nem ao PSOL.
Logo a DS vem
assumindo o papel deixado por Ed e sua trupe e com eles os mesmos equívocos e
erros formatado a partir da leitura superficial e deturpado do marxismo, mas
especificamente no que se refere a ditadura do proletariado combinado com o
discurso democrático, falácia, eu sou em pleno gozo das minhas faculdades
mentais marxista e em nada me assemelho as práticas adotadas por esses
senhores, logo, minhas posições sobre as prévias do PT são plenamente
justificáveis, pois temos que impedir que em nome do PT e da esquerda paraense,
comenta-se novamente os erros tanto na prefeitura de Belém como no governo do
estado.
Inicialmente tinha
aderido a campanha do nobre e valoroso companheiro Paulo Gaya, que em um gesto
corajoso foi com Hannah Arendt formulou, mas desejo a
esse companheiro todo sorte dos lutadores e que continuaremos a caminhada logo
após as prévias, mas que nesse momento temos que juntas todas as forças
possíveis e imagináveis para impedir essa tragédia, que nesse momento anuncio,
o PT não pode e não deve indicar o Puty como nosso candidato a prefeito de
Belém, mesmo que nessa eleição sejamos apenas um na disputa.
Logo nossa tarefa é, dentro do campo democrático e popular,
construir alternativas, e nesse contexto o companheiro Alfredo Costa se
constitui hoje como um real e importante alternativa para as prévias e para as
eleições, talvez seu perfil possa fazer mudar as designadas orientações das
próximas eleições, essa novidade permitira ao PT ser de fato um partido de
esquerda democrático e popular e quem sabe assim, possamos fazer um governo
identifica ao próprio PT, como o governo federal, dois mandatos do companheiro
Lula e agora com a Dilma, com o governo da Erundina, de Porto Alegre, de
Brasília e de tantos outros, o que temos agora é esse desafio: construir um
candidato que represente todos os petistas que nunca se sentiram contemplados
em governos do lado de cá e o mais importante, afastar definitivamente essa
forma leviana de ser fazer política.
Marcelo Bastos.
Belém, 07 de Janeiro
de 2012
0 comentários:
Postar um comentário