quarta-feira, 22 de junho de 2016

A MILITÂNCIA POLÍTICA E O XENOFOBISMO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Fotografia: Diógenes Brandão (As Falas da Pólis) 



Ano 1982, a luta se iniciava, foi quando fiz a primeira campanha para o PT. Naquele tempo o slogan era “TRABALHADOR VOTA EM TRABALHADOR”. Tinha apenas 11 anos de idade. Passado três anos, voltei a fazer a campanha para a Prefeitura de Belém, no ano de 1985. Logo em seguida teve a eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, isso em 1986, quando o slogan era “O PT CRESCE E APARECE”. Em 1988, novamente eleição para prefeito e vereador. E, em 1989, a primeira campanha de Lula Presidente com o slogan “LULA LÁ”.

De lá para cá foram muitos pleitos eleitorais. Em 1990 foram eleições para governador, senador e deputados, sendo que teve novidade nessa eleição, pois tivemos dois turnos para governador. Em 1992, eleição para prefeito e vereadores. Em 1994, primeira eleição conjunta para presidente e eleições estaduais. Em 1996, eleições para prefeitos e vereadores, quando o PT ganhou a Prefeitura de Belém. Em 1998, primeira eleição com direito à reeleição e quase fizemos a Ana Júlia senadora. Em 2000, reeleição da Prefeitura de Belém, além de mais quatro prefeituras no Pará; ganhamos em Cametá e mais de 100 vereadores no Estado.

Em 2002, aconteceu a primeira eleição do Lula, em conjunto com as eleições para governador, dois senadores, deputados federais e estaduais. Em 2004, primeira eleição para prefeitos e vereadores com o PT na Presidência da República. Nesta eleição, o PT fez 18 prefeituras em todo o Estado do Pará. Dentre estas, ganhamos Santarém e Parauapebas. Em 2006, primeira reeleição do Presidente Lula; e aqui no Pará, Ana Júlia saía vitoriosa para o Governo do Estado. Em 2008, eleições de prefeitos. Nesta eleição, o PT fez 28 prefeituras no Estado. Fizemos vereadores em 95 cidades do Pará, um avanço considerável em relação à caminhada do Partido no Estado do Pará.

Em 2010, primeira eleição de uma mulher para a Presidência do Brasil. Em 2012, eleições para prefeitos e vereadores, quando o PT fez 24 prefeituras no Pará. Em 2014, primeira reeleição de uma mulher presidenta e o PT Pará voltou a ter uma cadeira de senador, com o companheiro Paulo Rocha.

Todas as 17 eleições das quais participei fiz de tudo: panfletagem, colagem de cartaz nas madrugadas, caminhadas, pinturas de muro, coordenações, mobilização, coordenação financeira, jurídica e geral. Em 1988, me filiei ao PT, foi quando a Constituição Cidadã permitiu que jovens entre 16 e 18 anos pudessem votar, tinha recém-completado 17 anos e até hoje estou filiado no Partido dos Trabalhadores.

Minha vida política iniciou-se no movimento estudantil. Fui dirigente do antigo Centro Cívico em 1984. Em 1985, participei pela primeira vez de um congresso da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas) Belém. De 1987 a 1988, fui dirigente de Grêmio Livre, com destaque ao Grêmio do combativo Colégio Lauro Sodré. Já na faculdade, fui de Centro Acadêmico e dirigente nacional da Federação de Estudantes. Na pós-graduação, fui diretor da Federação de Pós-Graduando em Direito - FEPODI.

Já formado, resolvi dedicar meus conhecimentos profissionais na área da gestão pública. Assessorei oito prefeituras municipais, parlamentares e organizações não- governamentais.

Inicialmente, além da faculdade, aprendi muito com os companheiros e companheiras mais experientes em curso de extensão, palestra, seminários. Participei de equipes de apoio e fui presidente de CPL (Comissão Permanente de Licitação), fui pregoeiro, fiz parte e coordenei assessorias de planejamento, financeiras e controle interno e contábil. Também exerci o cargo de secretário municipal, advogado e procurador-geral.

Enfim, sou militante e não escolho trabalho nem local para trabalhar e fazer minha militância política. Já contribuí com várias prefeituras municipais. Até maio era o procurador-geral da Prefeitura de Cametá. Fazia várias viagens semanais: Cametá, Ananindeua, Belém, Brasília e Soure. Dedico-me a atender a coletividade e a legalidade.

Estou contando tudo isso, para chamar atenção a um fato que muito me espanta, a atitude de algumas lideranças que praticam o xenofobismo intermunicipal. Sou brasileiro, paraense e, que eu saiba, posso viver, estudar, trabalhar, votar e ser votado em qualquer cidade do Estado do Pará e do Brasil, sem que isso seja afronta ou crime.

A esquerda age por princípios, a direita, por interesses. Um militante de esquerda pode perder tudo - a liberdade, o emprego, a vida -, menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.

Há pelegos disfarçados de militante de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca primeiro os seus interesses financeiros e pessoais.

O verdadeiro militante ele é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, na administração pública. Da mesma forma como não deve sentir-se orgulhoso por fazer parte de uma gestão pública. Ele não se confunde com a função que ocupa. O que deseja é servir, servir à coletividade sem medir esforços egoístas. Continuarei, sim, a trabalhar em qualquer município do Estado e do Brasil com a mesma coragem, determinação, competência e profissionalismo, dentro de qualquer área da esfera pública. Continuarei cumprindo com o meu propósito de servir!

Newton Pereira


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