quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Aos professores minha solidariedade na luta política!

Quero deixar minha solidariedade a luta dos professores e como marxista preciso dialogar com vocês sobre a prática revolucionária na escola, sim no seu dia professor e professoras, nada temos para comemorar aqui no Pará, depois de uma greve de mais de cem dias, e com a derrota da categoria que até hoje não tem seus contracheques normalizados e com uma paralisia de um sindicado pelego, que em plena greve decidiu fazer as eleições, e todas as chapas foram coniventes com esse processo, apenas a disputa do aparato é que conta, a vida de vocês professores são negociadas na mesa com o governador e esse sindicato de pelegos mantém o discurso de revolução, mentirosos e falsários, utilizam da verdadeira ideologia de mudança, contida no genes dos professores para se valer do aparato sindical para suas viagens e prazeres pessoais, servido com filé na sede do sindicato.



Contudo, quero deixar aqui um depoimento, como sabem, sou usuário das redes sociais e de mais umas coisinhas, mas sim uso o Facebook como ferramenta para dialogar com todos e em certo dia de certo ano, vi no perfil de um dos meus amigos, no qual li com certo horror, que ele descrevia que iria sentir prazer em reprovar alguns alunos que só aparecem em períodos de prova e nunca participavam das suas aulas, mesmo eles estando na escola.

Os leitores entenderão que ao não citar o nome do professor quero apenas dar um suspense necessário ao texto e nada mais. Só quero relembrar que esse professor, assim como eu, foi ligado ao movimento estudantil, tanto secundarista como na Universidade, e ele sempre foi dito como um “exemplo” de lutador, lutador que reprova alunos tal qual o sistema capitalista já o faz. O que poderia ser diferente acaba se tornando comum e corriqueiro, companheiros que deixaram-se embalar pelo canto da sereia do capitalismo.

Esse é o ponto o que faz um “lutador” social criar essa expectativa, em que momento a teoria e a prática dentro de sala de aula não se encontram mais?

O que podemos e devemos fazer para continuar construindo pontes para o futuro, que supere definitivamente a fome, a miséria e os grilhões que nos prende ao capital?

Não há o que comemorar hoje! Os professores do Pará estão de luto, pois o governo do estado luta para derrotar não somente uma categoria, mas um modelo de luta e lamentavelmente o sindicato nada faz a não ser observar e contar votos, sejam eles nas eleições do sindicato ou nas eleições burguesas para apoiar seus candidatos.

Mas enfim, ainda há uma luz no final do túnel, nos dias de ocupação do Hangar uma vanguarda não desistindo da luta e com vontade de lutar se rebelou contra o governo e o sindicato, foi necessário uma manobra por parte da direção, trazendo professores de Abaetetuba e região para votar na assembléia, mas enfim, estamos aqui e continuamos nossa luta!

Temos que reproduzir nossos conceitos de educação, aquela que não avalia ou mede o aluno de forma somativa, mas procura nele elementos que possam promover uma verdadeira libertação dos conceitos de formação de mão de obra escrava, sim libertação do aparato que o estado construiu para servir de suporte aos barões e todos os demais burgueses.

Construir uma escola que não reprove, não avalie e não meça a capacidade dos seres humanos, mas sim promova a igualdade de oportunidades, que permita a eles serem criativos e inovativos, mas acima de tudo que os permitam pensar, mesmo que diferente, que eles possam através da escola experimentar e escolher, e que as avaliações sejam apenas períodos de êxtase e não de medo e transtornos.

A liberdade que aqui se propõem com a educação é uma liberdade revolucionária e que para se chegar nela é necessário lutar contra o sistema capitalista em todas as suas fases e esferas de poder, a escola é apenas o primeiro embate, mas pode fazer a diferença. A medida que não mais construímos a opressão das notas e dialogamos com outras formas de aprender e ensinar são possíveis, a partir da reconstrução da própria realidade local e pessoal.

Essa compreensão por si só é evolucionaria, mas a revolução precisa de soldados apaixonados por um mundo completamente novo, que a toda hora permita expor todas as nossas faculdades físicas e mentais para o bem coletivo e isso pode aumentar exponencialmente nossa maneira de ver a vida e o mundo, essa é a escola que queremos, uma escola que faça política e que tome partido a favor dos explorados.

Esse deve ser o papel do professor, ser um líder! Construir essa liderança a partir de um sensato debate sobre a realidade do mundo, em que pese todo o esforço, um heróico esforço, diga-se de passagem, mas que o professor possa não pensar em “reprovar” e sim aproveitar as oportunidades para que se estabeleça novos padrões de luta política dentro da escola e com isso permita que essa mesma escola seja a ponte entre a luta e a verdadeira mudança social que só será realizada com a superação do capitalismo.

Não quero aqui dizer o que é certo ou errado para os professores, mas simplesmente opinar que o processo de avaliação somativa inclue em si uma perversa lógica e que aos que caíram no conto de sereia da educação formal e produtivista que hoje a escola absorve, devo lamentar profundamente, mas ao mesmo tempo temos que construir outras lógicas e romper com essa escola.

Nesse dia dos professores, como dito antes, nada temos para comemorar, mas sim temos que levantar a cabeça contra todos o que querem que sejamos cúmplices da mediocridade, libertem-se e libertem seus alunos, não os reprove, mas aprovem eles para a luta política revolucionária, pois a história não acabou, mas segue a passos largos para a maior tragédia humana, que certamente nos levará a extinção, e isso cabe uma triste conclusão que nem todo professor é educador!

Espero que esse companheiro reveja sua posição de reprovar seus alunos, e que a meritocracia ceda lugar a luta social por dias melhores, e que a escola não seja vista como a única fonte de alimento do dia, mas que possa se tornar uma verdadeira academia libertadora de toda opressão. Esse é o sonho de ver uma educação de fato política e assim possa ocupar seu real papel na sociedade, como sendo o centro de idéias, culturas e artes, só precisamos aprender e ensinar a simples crítica, a razão fará o resto, mas para sermos críticos é necessário um grande esforço para ser também auto-crítico, pois somente aprendendo e que podemos compartilhar ensinamentos.

Parabéns a todos os professores que resistem na luta!

Parabéns a todos os professores que não se submete ao canto da sereia do ensino oficial

Parabéns a todos os professores que sonham com uma sociedade livre de todo preconceito, de toda fome e miséria e de toda ganância

Parabéns a todos os professores que em sala de aula enfrentam Jatene, Zenaldo e o Sindicato!




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