sexta-feira, 13 de março de 2015

A diversificação do modus operandi da dominação burguesa - Parte Final



Finalizando essa série de artigos, que discutiu as novas formas de dominação burguesa, após a queda do Muro de Berlim a burguesia que tinha criado a internet para servir de arma militar foi obrigado a introduzi-la como mecanismo de inserção de propaganda, de agitação e de formação ideológica. Seria como pensar que se vão os anéis e ficam os dedos!

Esse processo de ceder a internet para o mundo durou toda a década de 80, e os debates estão bem registrados em jornais e periódicos nos Estados Unidos, contudo, era necessário estabelecer novas técnicas que deveriam sair dos laboratórios militares para a vida cotidiana, novas ferramentas como o PC (personal computer) e claro o sistema operacional para que essas ferramentas pudessem ser assim utilizados como mecanismo de guerra.

A sutileza desse processo foi quase imperceptível, até por que se debatia que a invenção do computador de mesa e do DOS, foram as principais descobertas dos anos 80, mas elas já existiam, da mesma forma que na segunda guerra o exercito americano já utilizava aparelhos celulares, com transmissão de dados! A segunda guerra transformou a indústria e a tecnologia nos EUA, desde a descoberta da utilização do átomo até utilização do sistema binário para criptografar informações e dados.

Certamente esse processo foi determinante para se construir outros mecanismos de dominação bem mais delicados do que estávamos acostumados, esse refinamento foi e é determinante para a compreensão da atual etapa de desenvolvimento da luta de classe no mundo, mas cabe destacar que somente recentemente tivemos a oportunidade de utilizar essas ferramentas para combater o capital, até recentemente não tínhamos observado o poder de força tão grande, a utilização da internet no Egito, na Síria é um exemplo de como ele foi utilizado para desestabilizar os regimes dos antigos e deformados estados operários no leste europeu.

As nossas pesquisas revelam que eles agiam com precisão cirúrgica, milimétrica e pontual, ao contrário da esquerda que ainda não vê na internet uma ferramenta sua, poderiam descrever um ou dois mecanismos desses vão iriam ocupar muito tempo e espaço, vamos deixar para explicitá-los a medida que tocaremos nos assuntos já comprometidos como o problema da água, o fim do bem estar social e o novo papel da esquizofrenia o processo de dominação burguesa.

Contudo, isso só foi possível graças a um processo anterior e que durou longos anos, para ser mais preciso, durou enquanto permaneceu intacto os estados operário deformados, esse processo se explica pela competição que houve entre os burocratas estatais e os novos dirigentes stalinistas dos países do primeiro e do terceiro mundo (até o final da década de 80 do século passado, o mundo se dividia em países industrializados, que seriam de primeiro mundo, os países do bloco soviético, que seriam do segundo mundo, e os países em desenvolvimento, que seriam de terceiro mundo).

A orientação stalinista de provocar o rompimento da continuação da revolução de outubro, utilizando-se do processo de conquista político-espacial depois da 2º grande guerra mundial, forçando os territórios conquistados a se precipitarem no caminho do socialismo em um só país, valendo-se de seu domínio militar e do espólio da guerra. Essa poupança permitiu a sangues sugas estatais do stalinismo a permanecerem vivos durante muito tempo, esse processo se desenvolveu gerando um conflito de classes nos países do bloco do socialismo real.

A luta de classe, nesses países assumiu outros tons e outras formas, a conceito de ditadura do proletariado foi deturpado até as entranhas e foi utilizado para manter uma hegemonia que se utilizou de todo o prestigio da revolução russa, e todo um aparato ideológico foi montado para construir justificativas para construção do socialismo em um só país.

Desse devaneio vieram diversos arremedos de teoria socialista, todas construídas pela metade, ao passo que a própria esquerda européia com as conquistas e o espólio da segunda guerra, conquistou grandes avanços com o estado de bem estar social, freando a onda de expansão de Stálin, e que foi financiada pelo EUA e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

A Guerra Fria foi um dos maiores laboratórios do mundo, seja para a guerra, para a conquista do espaço ou mesmo a diversificação das formas de opressão todo proletariado e da manutenção do status quo planetário, entretanto a Guerra Fria foi a incubadora de dois processos distintos, desiguais e combinados. 

O primeiro foi o processo de competição da burocracia estatal em manter os Estados Operários em processo de sobrevida, afinal com o aborto da revolução mundial era necessário manter, mesmo em estado de putrefação, o próprio estado. Como parasitas eles precisavam que a carcaça pudesse durar o tempo necessário para amadurecer, somente assim se tornando uma classe que não precisasse mais do estado eles poderiam sobreviver como a nossa classe dominante em um futuro acordo com o EUA e o capitalismo, com de fato ocorreu. Mas nas décadas de 40, 50, 60, 70 e 80 essa mutação da burocracia em nova classe dominante foi lenta e gradual e precisava enterrar definitivamente quaisquer lembranças do período revolucionário de 1917.

Essa certamente foi o primeiro processo de refinado do modo de dominação burguesa, o segundo foi a social democracia européia, que culminou com o completo domínio da classe trabalhadora da Europa, e nos países do terceiro mundo, ou eles seguiam a orientação stalinista ou seguiam a orientação social-democrata européia, em ambos, os explorados estavam de joelhos ao capital mundial, mesmo não sabendo. Essa foi outra metodologia de dominação completamente nova e que durou décadas para ser aperfeiçoada, 

Poder-se-ia construir um histórico de transformação pontuando cada etapa de desenvolvimento dessas estratégias, isso já foi feito diversas vezes, mas é necessário observar uma outra constatação: A guerra fria foi um grande espetáculo, mesmo o que aconteceu em Cuba, foi apenas um agudizamento, momentâneo, mas sob controle.

Essa farça permitiu que o Stalinismo tivesse o tempo necessário dentro da incubadora para se transformar em uma nova classe dominante na Rússia e nos países que antes eram estados operários, segundo permitiu criar conceitos que não levassem a ruptura revolucionária, deixando o resto do mundo sem alternativas e sem uma direção revolucionaria e sem um partido mundial, essa linha política foi amplamente derrotada, mas não foi e nem será letra morta.

Nesse contexto, o PT e as demais esquerdas latino-americanas, antes e depois de Nikita Sergeyevich Khrushchev, foram apenas instrumentos de uma ou de outra concepção e que em nenhuma levaria de forma absoluta a ruptura revolucionária! Apenas cortina de fumaça aos olhos dos explorados, até o fim do amadurecimento da nova casta dirigentes nos países que seguiam a linha soviética e por fim, as eternas reformas do bem estar social europeu, mas enfim, uma ou outra variante se deu por presente, como foi o caso da Nicarágua, ou mesmo até recentemente a Venezuela, com sua revolução bolivariana, que ainda está no limite do capitalismo, ou ela evolui ou será destruída, e o Brasil está mais para a repetição da Republica de Weimar, eis o motivo de termos uma linha de frente única com o PT para impedir a ascensão do fascismo no Brasil.

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